segunda-feira, 16 de março de 2015

Globo e PM tucana tentam superfaturar público de ato em SP - Depois da PM divulgar estimativas de 1,5 milhões de pessoas presentes, levantamento Datafolha mostrou que apenas 210 mil pessoas compareceram.

globo e psdb
Com apoio da mídia, a Polícia Militar de Geraldo Alckmin (PSDB) tentou superestimar o público presente ao ato realizado em São Paulo neste domingo (15).
Segundo os números oficiais, divulgados com ênfase pela imprensa e, principalmente, pela TV Globo, cerca de 1,5 milhão de pessoas teriam comparecido ao evento realizado na Avenida Paulista.
Coube ao Instituto Datafolha desmentir a informação. Segundo seu levantamento, o número de manifestantes presentes foi cinco vezes menor que o divulgado pelo governo do estado e ficou em cerca de  210 mil pessoas ao longo de todo o dia.
O estudo afirma ainda que no auge da manifestação, o que aconteceu por volta das 16h, o público era de 188 mil pessoas.
“Há uma clara desproporção entre o que aconteceu hoje em São Paulo e no resto do Brasil”, avalia o secretário nacional de Comunicação do PT, José Américo Dias.
Na sexta-feira (13), a atuação da PM de Alckmin ocorreu em sentido oposto.
Durante manifestação promovida pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e movimentos sociais em favor da democracia, a polícia divulgou que cerca de 12 mil pessoas estiveram presentes ao ato, na tentativa de diminuir o evento.
Mais tarde, levantamento do Datafolha demonstrou que 41 mil pessoas participaram da mobilização. Ou seja, o público foi mais de três vezes superior ao apontado pela PM.
Ao longo de todo o dia, a cobertura parcializada da TV Globo, com equipes mobilizadas em praticamente todas as capitais, incentivou a participação dos manifestantes no evento. Outros órgãos de imprensa tiveram o mesmo comportamento.

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Protestos expõem golpistas e separatistas.

Defensores de golpes contra instituições democráticas participam de protestos.

As manifestações deste domingo (15) fizeram ressurgir simpatizantes da extrema-direita que veem na volta do governo militar solução para desafios próprios da democracia. Os radicais foram às ruas pedir o retorno do autoritarismo, intervenção militar e até a realização de novas eleições. O objetivo é destituir o governo eleito por mais de 53 milhões de eleitores, pouco mais de quatro meses atrás.
Esses militantes apoiam seus ideais em publicações raivosas nas redes sociais e cobram uma espécie de golpe denominado “intervenção militar constitucional”. Eles ignoram o resultado de 23 de outubro, quando a presidenta Dilma Rousseff venceu Aécio Neves (PSDB) para mais quatro anos de mandato, como manda a Constituição.

Intervenção Militar
No Rio de Janeiro, manifestantes pedem intervenção militar.

Os apelos à intervenção militar ganharam as ruas com as mais variadas reivindicações e apologias ideológicas. A aposentada Cristina Tross defendeu uma intervenção militar como “única solução” para o Brasil. “Sou filha de militar, sou pensionista da Marinha e não consigo mais suportar esta roubalheira. Quero o Congresso abaixo. É tudo ladrão e a intervenção é a única solução”, declarou ao Portal “IG”.
O advogado e diretor da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais, Fernando Jayme, criticou o movimento e afirmou  não haver nada parecido na Constituição Federal. “Isso é golpe. Não há intervenção militar com consentimento da Constituição, que define as atribuições das Forças Armadas, subordinadas ao Presidente da República, eleito pelo povo e dono do poder”, explicou em entrevista ao Portal “Terra”, neste domingo.
Desembaraço - Desde a década de 1980 o Brasil não via tantos defensores de causas ditatoriais exporem suas ideias com tanto desembaraço ao público e aos meios de comunicação. É o caso também dos simpatizantes do separatismo nacional, que sonham com uma divisão territorial que expurgue o Brasil mais pobre, ao Norte e Nordeste, do Brasil mais rico, estados do extremo oposto do país.
Os separatistas se deixaram levar pelo amplo direito de manifestação para bradar, em cartaz: “Chega de Brasília. O Sul é o meu país”.

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Com faixa escrita em inglês, manifestantes pedem intervenção militar dos EUA contra “comunismo”.

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Com cobertura parcial, mídia enfatiza oposição ao governo Dilma.


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Setores da mídia tradicional brasileira enfatizaram sua oposição ao governo e ao PT neste domingo.  Por meio de suas concessões, grupos como Globo e Jovem Pan convocaram a população a aderir aos protestos realizados em diversas cidades do País, reforçando discursos difundidos pelo PSDB e do DEM
Por meio de sua programação, a TV Globo, não mediu esforços para ampliar a visibilidade dos atos.
Chamadas ao vivo foram realizadas ao longo de sua programação com o objetivo de incitar manifestantes a aderirem aos protestos.
Durante as interrupções da programação dominical, os microfones de seus repórteres captaram gritos de guerra contra o governo, além de ofensas contra a presidenta Dilma Roussef.
Seus comentaristas buscaram associar Dilma à Operação Lava Jato, embora ela nem ninguém do Executivo esteja incluído na lista de denunciados pelo procurado-geral da República, Rodrigo Janot.
Além disso, a emissora tentou vincular os protestos aos movimentos que levaram ao impeachment do então presidente Fernando Collor de Melo e buscou disfarçar os protestos em favor da intervenção militar e da volta da ditadura, promovidas por alas mais radicais.
Nas redes sociais, manifestantes denunciaram a emissora de tevê ao longo do final de semana por meio da hashtag #GloboGolpista. O marcador ocupou as primeiras posições dentre os assuntos mais comentatos no Twitter.
Um de seus diretores, Erick Bretas, que defende o impeachment de Dilma por meio das redes sociais, usou uma frase de Bob Marley para incitar a população em seu perfil no Facebook.
“Get up, Stand up (Levante, resista)” escreveu, segundo divulgou o Diário do Centro do Mundo.
Na véspera, a divulgação de nomes ligados ao esquema de evasão de recursos do Brasil por meio do banco HSBC indicou contas de Lily Marinho, mulher de Roberto Marinho, fundados da emissora, como detentora de recursos em paraísos fiscais
Ódio – Já o grupo Jovem Pan, detentor de mais de 100 afiliadas em todo o País, foi ainda mais incisivo.
O apresentador Joseval Peixoto, que costuma destilar ódio contra o PT e o governo diariamente, usou os microfones da emissora para chamar adesões às manifestações.
Em Jundiaí, no interior de São Paulo,  a sede regional do PT foi incendiada por coquetel molotov atirado por participantes dos protestos. Num dos viadutos da cidade, bonecos que representavam Dilma e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foram dependurados em posição de enforcamento.


Da Redação da Agência PT de Notícias

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