segunda-feira, 20 de julho de 2015

A Globo é o principal agente da imbecilização da sociedade - A Rede Globo é o aparelho ideológico mais eficiente que as classes dominantes já construíram no Brasil desde o início do século XX. Substitui perfeitamente a Igreja Católica como instrumento de controle das mentes e do comportamento.

 


Por Igor Fuser*, no Diário Liberdade


A Globo esteve ao lado de todos os governos de direita, desde o regime militar – no qual se transformou no gigante que é hoje – até Fernando Henrique Cardoso. Serviu caninamente à ditadura, demonizando as forças de esquerda e endossando o discurso ufanista do tipo “Brasil Ame-o ou Deixe-o” e as versões sabidamente falsas sobre a morte de combatentes da resistência assassinados na tortura e apresentados como caídos em tiroteios. Mais tarde, após o fim da ditadura, alinhou-se no apoio à implantação do neoliberalismo, apresentado como a única forma possível de organizar a economia e a sociedade.

No plano cultural, é impossível medir o imenso prejuízo causado pela Rede Globo, que opera como o principal agente da imbecilização da sociedade brasileira. Começando pelas novelas, seguindo pelos reality shows, pelos programas de auditório, o papel da Globo é sempre o de anestesiar as consciências, bloquear qualquer tipo de reflexão crítica.

A Globo impôs um português brasileiro “standard”, que anula o que as culturas regionais têm de mais importante – o sotaque local, a maneira específica de falar de cada região. Pratica ativamente o racismo, ao destinar aos personagens da raça negra papéis secundários e subalternos nas novelas em que os heróis e heroínas são sempre brancos. Os personagens brancos são os únicos que têm personalidade própria, psicologia complexa, os únicos capazes de despertar empatia dos telespectadores, enquanto os negros se limitam a funções de apoio. Aliás, são os únicos que aparecem em cena trabalhando, em qualquer novela, os únicos que se dedicam a labores manuais.

A postura racista da Globo não poupa nem sequer as crianças, induzidas, há várias gerações, a valorizar a pele branca e os cabelos loiros como o padrão superior de beleza, a partir de programas como o da Xuxa.

O jornalismo da Globo contraria os padrões básicos da ética, ao negar o direito ao contraditório. Só a versão ou ponto de vista do interesse da empresa é que é veiculado. Ocorre nos programas jornalísticos da Globo a manipulação constante dos fatos. As greves, por exemplo, são apresentadas sempre do ponto de vista dos patrões, ou seja, como transtorno ou bagunça, sem que os trabalhadores tenham direito à voz. Os movimentos sociais são caluniados e a violência policial raramente aparece. Ao contrário, procura-se sempre disseminar na sociedade um clima de medo, com uma abordagem exagerada e sensacionalista das questões de segurança pública, a fim de favorecer as falsas soluções de caráter violento e os atores políticos que as defendem.

No plano da política, a Rede Globo tem adotado perante os governos petistas uma conduta de sabotagem permanente, omitindo todos os fatos que possam apresentar uma visão positiva da administração federal, ao mesmo tempo em que as notícias de corrupção são apresentadas, muitas vezes sem a sustentação em provas e evidências, de forma escandalosa, em uma postura de constante denuncismo.

A Globo pratica o monopólio dos meios de comunicação, ao controlar simultaneamente as principais emissoras de TV e rádio em todos os Estados brasileiros juntamente com uma rede de jornais, revistas, emissoras de TV a cabo e portais na internet.

Uma verdadeira democratização das comunicações no Brasil passa, necessariamente, pela adoção de medidas contra a Rede Globo, para que o monopólio seja desmontado e que a sua programação tenha de se submeter a critérios pautados pela ética jornalística, pelo respeito aos direitos humanos e pelo interesse público. 
 

*Igor Fuser é jornalista e professor de Relações Internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC). 
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Hildegard Angel: A oposição não consegue conquistar o poder pelo voto.


O cenário político se agudiza com a tentativa da oposição em derrubar a presidenta Dilma Rousseff com argumentos frágeis e sem embasamento técnico. Paralelo a isto, grupos fascistas articulam o golpismo, onde a própria democracia fica em xeque. A jornalista e militante política, Hildegard Angel, concedeu entrevista ao repórter João Pedro Werneck.


 

Leia abaixo a íntegra da entrevista:

João Pedro Werneck: O Brasil vive o clima do golpismo? Por que?Hildegard Angel:Porque a oposição não consegue conquistar o poder pelo voto. A oposição representa as forças conservadoras, o Capital, o reacionarismo, o neoliberalismo e tudo que já se viu que não deu certo no resto do mundo e é condenado até pelo Papa, como vimos em seu pronunciamento recente na Bolívia, quando defendeu “mudanças de estruturas mundiais” e reconheceu que o sistema Capitalista, da forma como vem sendo aplicado, “impôs a lógica dos lucros a qualquer custo, sem pensar na exclusão social ou na destruição da natureza”. Ocorre que, nos últimos 12 anos, no Brasil, temos tidos governos que se preocupam justamente com isso, exclusão social, destruição da natureza… E mais, preocupam-se com a soberania nacional. Como agravante, temos o fabuloso patrimônio que é a descoberta e a exploração do Pré-Sal. Tudo isso favorece e instiga o golpismo. Vemos se repetirem o clima de 54, de 64 e,a agora, em 2015 (na verdade, processo que foi deflagrado antes e recrudesceu em 2014) a tentativa de um novo Golpe já que o candidato das elites, mesmo com todas as pesquisas falsificadas, as manchetes mentirosas, as reportagens sem fundamento, não conseguiu vencer.

Que coincidências a senhora percebe nas movimentações de hoje com o os fatos que sucederam o Golpe de 64?
Não são coincidências. São projetos iguais. Hoje temos o Instituto Millenium, que reúne os maiores empresários do país. Em 64 havia o Ipes, Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais. Com os donos de empresas que apoiaram o golpe e suas fortunas se multiplicaram.

A senhora possui alguma análise de como sair desta situação?
Não tenho esse nível de sabedoria, mas acredito que, hoje, com a resistência das mídias sociais, fica mais difícil fazer escaramuças por debaixo dos panos, como em 54 e em 64. Fica mais complicado, por exemplo, para alguns políticos, jornalistas, intelectuais, artistas e mesmo empresários, que querem posar de vestais e defensores do país, fazerem seu jogo sujo sem serem imediatamente desmascarados e apontados. E outro fator, apontado, acho, pelo Nassif, é que os golpistas não têm as Forças Armaras ao seu lado, O que têm a seu favor é o que há de pior, mais baixo, mais iletrado, extremado, fascista, macartismo puro. Nossas Forças Armadas sabem o que lhes pesou historicamente os descalabros de alguns, que agiram muito além da conta e da razão, no período ditatorial. Elas não apoiarão nada que fuja dos limites constitucionais. E não há nada que justifique um Impeachment. Se este houver, será golpe. As Forças Armadas não macularão suas fardas.

O que a senhora diria àqueles que não viveram à Ditadura?
Que estudem, leiam, se informem, saibam dos horrores praticados nos porões dos quarteis, quando pessoas eram escalpeladas vivas. Não se deixem influenciar pela histeria das “viúvas da ditadura”, os sanguinários que apenas querem justificar suas maldades e de seus parentes, justificar seu atraso, seus preconceitos, ou aqueles que pregam a truculência por mero sadismo, pregam o Estado de Exceção, o caos, a prevalência do crime, o Brasil da milícia. Na verdade, é isso que desejam.
 

Fonte: Portal Siga Jandira

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Auge da crise é o início do fim.


Toda crise, diz o senso comum na política, precisa piorar antes de melhorar. O rompimento de Eduardo Cunha com o governo, depois de atingido por uma denúncia explosiva, está sendo apontado, com quase unanimidade, como a abertura das portas do inferno para o Governo Dilma. No curto prazo, tudo tende mesmo a piorar mas este pode ser o episódio delimitador do início do fim da crise.


A pergunta relevante é: qual a extensão dos danos que Cunha poderá causar ao governo antes de ser ferido de morte?

Por Tereza Cruvinel* 


Não faz sentido? Na política, nem sempre prevalecem os caminhos óbvios e retos.

Por mais forte que seja, por mais apoio que tenha nos baixos cleros da Câmara, Eduardo Cunha em poucas horas deixou de ser o que era. Basta ver que sua decisão de romper com o governo não foi seguida por nenhum grupo do PMDB e por nenhum partido da base governista. Ficou só. Nem os partidos de oposição, com quem já andou tratando do projeto do impeachment de Dilma, saíram em sua defesa. O poder é doce mas é cruel. Os que gravitam em torno dele são dotados de um fino sensor que mede seus movimentos de fuga e de concentração. Neste momento, o poder de Cunha está em maré vazante, e dificilmente haverá movimento inverso.

Logo que o recesso acabar ele dará sequência aos movimentos vingativos que já deflagrou. Colocará em votação todas as contas de governo pendentes para deixar a de Dilma em ponto de votação, logo que o parecer do TCU for apresentado. Instalará as duas CPIs que podem incomodar muito o governo. Deixará instruídos os procedimentos para instalação do pedido de impeachment do Movimento Brasil Livre e alguns de outros autores que guarda na gaveta – nem todos aptos a serem apreciados. Mas todas estas iniciativas, para serem frutíferas, precisarão do apoio de seus aliados no PMDB e de parte da oposição. Tal apoio vai se escassear se o Ministério Público apertar o cerco contra o presidente da Câmara.

E tudo indica que apertará. Cunha cometeu o erro de desafiar o procurador-geral Rodrigo Janot logo que seu nome foi incluído na lista dos políticos a serem investigados. Se não bastasse o espírito de corpo da sagrada confraria do Ministério Público, Janot está disputando sua recondução ao cargo. Se não levar em frente a ação contra o presidente da Câmara, pode dar a alguns pares a impressão de conciliar para obter a indicação de Dilma, que por sua vez estará também entre a cruz e a caldeirinha: se propuser a recondução ao Senado, afrontará os aliados. Se não o fizer, será acusada de contribuir para o acobertamento das investigações da Lava Jato. Não é improvável, portanto, que Janot peça ao STF o afastamento de Cunha do cargo alegando, tal como faz Moro em relação a empreiteiros e outros investigados da Lava Jato, seu poder de obstruir investigações.

Também logo que o recesso acabar, Cunha precisará de votos para derrotar, na CPI, o pedido de acareação entre ele e o delator Julio Camargo. É pouco provável que a Câmara sujeite seu presidente a tal humilhação mas só o fato de ter que lutar contra tal hipótese debilitará Cunha ainda mais.

A pergunta relevante é: qual a extensão dos danos que Cunha poderá causar ao governo antes de ser ferido de morte? Talvez muitos, mas uma condição ele já perdeu, a de ser o condutor de um processo de impeachment contra Dilma. Enquanto ele estiver no centro do furacão, o Governo poderá, se tiver competência, desarmar os canhões voltados contra Dilma.  

*É colunista do Brasil 247 

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