segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Porque o 'Partido do Capital' mandou acabar com a palhaçada do Impeachment!



Bancos brasileiros são os maiores devedores no exterior. Uma eventual disparada do Dólar, provocada por um processo de Impeachment de Dilma, poderia colocá-los em dificuldades para honrar os seus compromissos externos. E o Brasil ainda poderia perder o 'Grau de Investimento', gerando fuga de capitais, redução de investimentos estrangeiros e uma disparada ainda maior do Dólar.

Impeachment de Dilma seria péssimo para a economia do país!

Afinal, porque o 'Partido do Capital', que é o mais poderoso de todos em uma sociedade capitalista, mandou acabar com a palhaçada do Impeachment? Entendo que isso está diretamente relacionado à situação da economia brasileira e internacional. Afinal, vivemos em um mundo globalizado, certo? E quando uma borboleta voa em Nova York, temos um tsunami no Japão. 

Vejam o caso da 'Rede Globo', por exemplo. Tal como muitas outras empresas privadas que atuam no país, ela tem muitas dívidas no exterior. Outras empresas importantes do país também tem, principalmente os bancos. 

E um processo de impeachment de Dilma seria longo e agravaria a situação econômica do país, como é do conhecimento de qualquer pessoa minimamente bem informada. 

Teríamos consequências muito ruins para o país em função disso, com fuga de capitais, o Dólar iria disparar (podendo chegar ou até ultrapassar os R$ 4), fugindo ao controle, e com isso o Brasil perderia o 'Grau de Investimento'. 

Toda essa instabilidade política afugentaria muitos investidores externos do país e aprofundaria a recessão, que seria mais profunda e duradoura, agravando a situação econômica das empresas, aumentando fortemente o desemprego, arrochando salários, entre outras consequências negativas para a economia brasileira. 

A disparada do Dólar, por sua vez, faria dívidas externas, em Reais, disparar também. 

Muitas empresas que atuam no Brasil que possuem grandes dívidas externas ficariam insolventes, sem condiçõe de continuar pagando os seus credores externos, ou seja, iriam à falência. Assim, o mercado internacional de crédito se fecharia para o Brasil. 

A dívida externa do setor privado está em US$ 208 bilhões e a 'Globo' está incluída na lista. Com o dólar cotado a R$ 3,20 tal dívida fica em R$ 665 bilhões. Se o Dólar chegasse, digamos, a R$ 4, o valor da dívida chegaria R$ 832 bilhões, crescendo 25% em pouco tempo. 

Outro dado importante é que dessa dívida externa privada, quase US$ 90 bilhões serão pagos (amortizados) em 2015. Uma disparada do Dólar neste ano iria exigir muito mais Reais para pagar essa dívida, colocando muitas empresas privadas em situação difícil. 

Aliás, um dado importante sobre o assunto é que a maior parte desta dívida está em poder dos bancos brasileiros. Logo, eles teriam um prejuízo gigantesco se ocorresse uma disparada do Dólar (chegando a R$ 4, por exemplo), pois também precisariam de muito mais Reais para pagar tal dívida. 

Também vimos que a 'Globo' e uma série de outras empresas que atuam no Brasil acabaram de ter a sua nota rebaixada pela S&P. 

Se a 'Globo' e estas empresas sofressem um novo rebaixamento, elas não conseguiriam mais pegar empréstimos no exterior, a não ser por um custo gigantesco e literalmente impagável. Muitas destas empresas poderiam quebrar, até. 

E para não quebrar, elas teriam que vender ativos, demitir milhares de funcionários, cortar violentamente os seus gastos e investimentos, jogando a economia do país numa crise profunda e que duraria muito mais tempo. 

E a 'Rede Globo' teria que virar um SBT da vida, produzindo programas baratos e de baixo custo.

Isso ajuda a explicar as seguintes declarações do presidente do Bradesco, Luiz Trabuco: 

1) "A crise política é mais forte que a própria crise econômica. Isso abala a confiança e retarda a retomada. Todos os participantes desse processo –políticos, Executivo, autoridades– têm de pensar grande. Precisamos ter a grandeza de buscar a convergência.";

2) "Eu tenho dificuldades, até pelo meu escopo de trabalho, de opinar sobre determinadas atitudes do momento. Mas precisamos sair desse ciclo do quanto pior, melhor. Melhor para quem? Para o Brasil, não é. As pessoas precisam ter a grandeza de separar o ego pessoal do que é o melhor para o país.".

E o editorial do 'O Globo' foi ainda mais explícito, dizendo o seguinte:

"É preciso entender que a crise política, enquanto corrói a capacidade de governar do Planalto, turbina a crise econômica, por degradar as expectativas e paralisar o Executivo. Dessa forma, a nota de risco do Brasil irá mesmo para abaixo do “grau de investimento”, com todas as implicações previsíveis: redução de investimentos externos, diretos e para aplicações financeiras; portanto, maiores desvalorizações cambiais, cujo resultado será novo choque de inflação. Logo, a recessão tenderá a ser mais longa, bem como, em decorrência, o ciclo de desemprego e queda de renda.Tudo isso deveria aproximar os políticos responsáveis de todos os partidos para dar condições de governabilidade ao Planalto.”.
Mais explícito do que isso é impossível.

Estabilidade Política é um ativo importante do Brasil

Além disso, o Brasil possui uma estabilidade política invejável, o que atrai investimentos e gera muitos lucros para os capitalistas. E um processo de Impeachment de uma Presidenta da República que acabou de ser reeleita acabaria com isso. Qual a imagem que o Brasil passaria para o mundo caso Dilma fosse afastada? A de que somos uma gigantesca 'República de Bananas'. 

Vejam o caso da Turquia, um dos países emergentes que mais atrai investimentos externos, que vive envolvida em conflitos com os curdos, Síria, Estado Islâmico, Irã, numa região de conflitos quase que eternos e endêmicos. Tem que ter muita coragem para investir lá. E os riscos disso são imensos. Pode-se investir muitos bilhões de dólares e perder tudo, em função dos conflitos que ocorrem na Turquia e na região.

Já o Brasil não tem conflitos com países vizinhos, não tem guerra civil, desfruta de estabilidade política e possui regras claras para quem deseja investir. 

E o Brasil ainda tem um governo que empresta centenas de bilhões de Reais, todos os anos, para quem deseja investir em agricultura, indústria, exportações, infra-estrutura, etc, com juros baixos (subsidiados) e longos prazos para pagar tais empréstimos (via BNDES, BB, CEF). 

Somente o Plano Safra dos anos 2015/2016 será de R$ 187 bilhões. O pacote de concessões no setor de infra-estrutura anunciado há pouco tempo por Dilma chega a R$ 198 bilhões e será largamente financiado pelo BNDES, que é a única fonte de financiamento de investimentos produtivos de longo prazo no país. 

Assim, as ações do Estado brasileiro são fundamentais para que o Brasil possa crescer. 

Brasil ainda tem muito potencial para crescer e por muitos anos

 E o Brasil ainda tem muito potencial para crescer e por muitos anos, ainda. 

Ainda temos muito o que fazer em infra-estrutura (ferrovias, rodovias, aeroportos, energia, portos, telecomunicações), para melhorar os serviços públicos das cidades (educação, saúde, transporte coletivo, saneamento básico, segurança pública). E ainda temos mais uns 60 milhões de pessoas para incluir no mercado consumidor.

Com tudo isso, investir no Brasil é lucro mais do que garantido. E isso não pode ser dito, por exemplo, de muitos outros países emergentes, devido aos riscos existentes nos mesmos ou nas regiões em que eles estão inseridos. 

Grandes capitalistas temem os prejuízos imensos gerados pelo Impeachment

O medo dos grandes capitalistas é que um agravamento da crise política atinja fortemente a economia, o que seria inevitável, aliás. 

E com isso, eles teriam prejuízos imensos, como já comentei aqui, devido à fuga de capitais, disparada do Dólar, rebaixamento da nota das empresas, perda do Grau de Investimento pelo Brasil, aprofundamento da recessão. 

É por isso que a Fiesp, a Firjan e o Luiz Trabuco (presidente do Bradesco), a Rede Globo, mandaram acabar com essa palhaçada do Impeachment. É o 'Partido do Capital' falando. E quando essa turma dá uma ordem, muitos obedecem, incluindo uma parte significativa da classe política. 

Afinal, eles podem até não gostar de Dilma, Lula e do PT, mas estes chegaram ao comando do país por vias legais e democráticas e tem todo o direito de governá-lo, pelo menos até o final de 2018. 

Além disso, os oposicionistas tem um poder imenso e podem fazer uma oposição dura e agressiva contra o governo Dilma, até 2018, procurando mantê-lo sob críticas, fazendo com que seu governo, Lula e o PT cheguem enfraquecidos a 2018, a fim de que possam vir a ser derrotados. 

Assim, entendo que 'Globo' e a oposição continuarão atacando Dilma, sim. Mas farão isso com o objetivo de enfraquecê-la para a sucessão presidencial. Enquanto isso, vão bombardeando Lula e o PT, ao mesmo tempo. Daí, a oposição venceria a eleição em 2018. 

Assim, eles vão sangrar Lula, Dilma e o PT até 2018, para poder derrotá-los e varrer as forças progressistas do cenário político brasileiro, a fim de que nunca mais elas tenham condições de vencer uma eleição presidencial novamente. 

Mas entendo que em função de tudo o que foi exposto acima, o Impeachment já era. 

Links:

Luiz Trabuco, presidente do Bradesco, diz que crise política prejudica a economia:


Dívida Externa do setor privado chega a US$ 208 bilhões em 2014; Setor privado brasileiro terá que pagar quase US$ 90 bilhões de Dívida Externa em 2015! Bancos são os maiores devedores!


CasaGrande manda acabar com o furdunço do Impeachment:

Dilma diz que aguenta pressões e ameaças e fala que Democracia tem que ser respeitada:
Empresários (Fiesp-Firjan) mandam acabar com o furdunço do Impeachment!
Globo desembarca do Impeachment e deixa coxinhas de mãos abanando!
Fiesp e Firjan pedem responsabilidade para preservar instituições!

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