terça-feira, 20 de outubro de 2015

E hoje? Filha de Eduardo Cunha pediu 'punição a criminosos' após pai ser citado pela 1ª vez na Operação Lava Jato.

Eduardo Cunha Danielle Dytz filha


A publicitária Danielle Dytz da Cunha Doctorovich, filha do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pediu em janeiro deste ano “punição aos criminosos” ao compartilhar uma postagem em que o pai desmentia qualquer envolvimento com a Operação Lava Jato. Passados 10 meses, Cunha já foi denunciado ao Supremo Tribunal Federal (STF) e se avolumam delações que implicam o deputado ao esquema de corrupção da Petrobras.
“Campanha suja dá nisso. Agora a vitória é no primeiro turno e punição para os criminosos”, escreveu Danielle Cunha em sua página no Facebook.
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Na oportunidade, o então líder do PMDB na Câmara estava na reta final da campanha que o levou a ser eleito para presidir a Casa. A publicitária integrou a equipe que deu suporte a Cunha em suas viagens pelo País, em busca de apoio. O trabalho dela com o pai lhe rendeu, nos meses subsequentes, a contratação de seus serviços por parte de aliados de Cunha no Congresso Nacional.
Na postagem compartilhada por ela, Eduardo Cunha desmentia qualquer envolvimento com as investigações da Lava Jato, citando uma informação que teria sido repassada pelo doleiro Alberto Youssef, o primeiro a apontar o peemedebista como destinatário final de propinas envolvendo contratos da Petrobras. Pela citação, o doleiro chegou a dizer ‘estar sendo ameaçado’ por ‘um pau mandado de Cunha’ – se referindo ao deputado Celso Pansera (PMDB-RJ), hoje ministro de Ciência e Tecnologia do governo da presidente Dilma Rousseff.
O empresário Júlio Camargo e os lobistas Fernando Soares, o Fernando Baiano, e João Augusto Rezende Henriques – os dois últimos apontados pela Polícia Federal como operadores do PMDB no esquema – também já declararam, em suas delações premiadas, que recursos provenientes de corrupção foram repassados a Cunha, em contas no exterior. A Procuradoria-Geral da República (PGR) detalhou o esquema em comunicado nesta sexta-feira (16).
A filha de Cunha, aliás, é citada pela PGR como ‘parte a ser investigada’, uma vez que possuía um cartão vinculado a uma das contas do presidente da Câmara na Suíça. Sobre isso não há nenhuma postagem de Danielle Cunha por enquanto. Nos bastidores, o peemedebista estaria preocupado com o envolvimento da filha e da esposa, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz, nas citações da PGR. Sem foro privilegiado como ele, ambas poderiam correr o risco de prisão por conta das investigações.
Cunha usava e-mail ‘sacocheio@’ para propinas.
Reportagem do jornal O Globo deste sábado (17) mostra que Eduardo Cunha usava o e-mail ‘sacocheio@’ para tratar de assuntos relativos à propinas. Foi o que disse o lobista Fernando Baiano em um dos trechos da sua delação premiada. Além do e-mail, os dois se comunicavam por um aplicativo chamado Wickr, que permite apagar mensagens sem deixar rastros.

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