sábado, 20 de agosto de 2016

A visão pavloviana da Lava Jato.





A Lava Jato precisa de uma terapia com alguma terapeuta pavloviano, para se livrar de alguns vícios de raciocínio, o chamado raciocínio tatibitate.
Vício 1 - financiamentos de campanha não são necessariamente contrapartidas a favores já recebidos. Em muitos casos, visam ganhar a simpatia dos políticos para contratos futuros. Ou, ao menos, para que não atrapalhem contratos futuros. A notícia de que procuradores se recusariam a aceitar a delação da Odebrecht, de financiamento de campanha a Gilberto Kassab, se a empresa não apontasse a contrapartida recebida, é típica desse pensamento monofásico, do raciocínio pau-pau, pedra-pedra.
Vício 2 - a falta de senso de proporção.
É ridícula a tese do delegado Márcio Adriano Anselmo de que a OAS presenteou Lula com um jogo de cozinha para o sítio de Atibaia em retribuição a algum contrato que recebeu da Petrobras.
Pôde-se criticar ou não mimos oferecidos por empresas a ex-presidentes. Mas há que se ter senso de ridículo e de proporção para tratar os mimos como mimos, e não como lavagem de dinheiro.
A caçada a Lula se prende a esse vício de origem. As empreiteiras foram sumamente beneficiadas pela política econômica do governo Lula. Aumentaram os contratos públicos, a Petrobras adquiriu uma dimensão inédita, houve trabalho diplomático para estender sua atuação para a África. E houve corrupção nos contratos. Pretender jogar tudo na mesma bacia é vezo primário de polícia.
O fato de um amigo de Lula comprar um sítio para fazer graça ao presidente é perfeitamente compreensível. Dá status ao amigo, como deu para o Safdié quando vendeu um apartamento para Fernando Henrique Cardoso por metade do valor de mercado.
São benefícios do cargo e da visibilidade inerentes à personalidades públicas

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