sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Se Temer fechar TV Brasil, jogará no lixo R$ 2,6 bilhões do seu dinheiro.

ebc

Na última terça-feira, no Café dos Bancários, no entroncamento da rua São Bento com a Avenida São João, teve lugar ato em defesa da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), que Michel Temer está tentando transformar em sucata.
Controlada pela União, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) está ameaçada de perder seu principal braço público de rádio e TV. Michel Temer enviou ao Congresso projeto de lei reduzindo a atuação e os custos da empresa.
A ideia da equipe de Temer é fechar a TV Brasil e reduzir as demais linhas de negócio da empresa – agência de notícias, produção independente de conteúdo, monitoramento de mídia e o portal, entre outras.
A mudança na lei da EBC, se consumada, permitirá o fim do conselho curador, grupo formado por 22 integrantes com mandatos de dois anos que tomam as decisões mais importantes da companhia. Com isso, os golpistas pretendem pôr fim ao mandato do presidente da empresa, Ricardo Melo.
Hoje, uma decisão desse tipo precisa de aval do conselho curador. Essas são travas que barram ingerências políticas do governo na empresa de comunicação e na TV públicas.
Caso essas medidas sejam aprovadas, Melo, indicado por Dilma Rousseff, deixará o cargo definitivamente.
Melo foi destituído por Temer há poucos meses, mas recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou seu retorno até que o plenário da Corte tome uma decisão definitiva. Por isso, Temer tem pressa em rever a lei da EBC.
A empresa surgiu em 2007 para ser a “BBC brasileira”, com a missão de fazer comunicação apartidária em diversas plataformas (rádio, TV, internet e celulares), a exemplo do modelo implantado na Europa e nos EUA.
Os documentários da britânica BBC, que se mantém de contribuições da população, são divulgados por grandes emissoras comerciais no mundo. No Brasil, já foram exibidos pela Rede Globo.
Desde a criação da TV Brasil, foram investidos R$ 2,6 bilhões do Tesouro Nacional.
A presidente do conselho da EBC, Rita Freire, afirma que as mudanças pretendidas por Temer não se justificam. Diz que o caráter público da emissora se revela em programas como o “Estação Plural”, ligados à diversidade sexual, e o “Caminhos da Reportagem”, sobre jornalismo, conteúdos que não se veem em redes privadas.
O desmonte da EBC é uma medida politiqueira e lesiva ao interesse público. Bilhões de reais de dinheiro público seriam jogados no lixo.
O blogueiro participou do evento supracitado, em defesa da EBC. Em conversa com o presidente da empresa, foi informado de que não há acordo possível com os golpistas.
Logo após sua restituição ao cargo por determinação de liminar obtida no STF, Ricardo Melo encontrou-se com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que propôs um “acordo” para que o presidente da EBC deixasse o cargo voluntariamente.
Mello respondeu que o acordo seria respeitar a lei, que lhe dá direito a ficar no cargo. Foi quando Temer e o resto da malta golpista decidiram jogar 2,6 bilhões de reais no lixo, sucateando a EBC e fechando a TV Brasil.
No ato em defesa da EBC, perguntei a Melo se iria ficar no cargo até o fim. Ele respondeu que, “enquanto der”, vai resistir. Por “enquanto der”, entenda-se enquanto o conselho curador não for extinto.
É imperativo que a sociedade se levante contra esse abuso de poder. O fechamento da TV Brasil é medida política feita às custas de MUITO dinheiro público. Jogar fora a expertise e os investimentos na emissora será um crime de lesa-pátria.
Você pode gostar ou não da TV Brasil, mas não pode aceitar que joguem fora tudo que foi investido nela.
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