sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Comando dos bancários rejeita proposta abaixo da inflação da Fenaban.

 


O Comando Nacional dos Bancários rejeitou a proposta, por considerá-la insuficiente e reitera a necessidade de ganho real. "Não aceitaremos essa política ultrapassada de abono, que não se incorpora aos salários, e um reajuste que sequer cobre a inflação", defendeu o membro do Comando Nacional, Emanoel Souza, presidente da Federação dos Bancários da Bahia e Sergipe (Feeb).

Os bancários reivindicam reajuste inflacionário de 9,78%, mais aumento real de 5% e a garantia do emprego.

Cabe lembrar que o setor bancário, apesar da crise econômica, foi o que mais lucrou no país. No primeiro semestre de 2016, os cinco maiores bancos obtiveram lucro líquido de R$ 29,7 bilhões. Ou seja, bancos públicos e privados continuam com lucros fabulosos e reúnem condições objetivas para atender as reivindicações da Campanha Salarial dos Bancários 2016/2017:

Outro dado preocupante é quanto à onda de demissões nesse setor. No primeiro semestre de 2016, as instituições financeiras demitiram em todo o país 13.606 funcionários, e fecharam agências. Nos bancos privados, o Bradesco demitiu 4.478 funcionários e fechou 145 agências; o Itaú foram 2.815 demissões e 161 agências fechadas; o Santander demitiu 1.368 funcionários. No setor público, o Banco do Brasil fechou 2.235 empregos e fechou 116 agências e a Caixa fechou 2.235 empregos. Apenas a Caixa e Santander abriram novas agências, quatro unidades cada uma.

Emanoel Souza, que participou da reunião com a Fenaban, orienta ainda que os sindicatos reforcem a mobilização para fortalecer ainda mais a greve nos próximos dias, como forma de pressionar por uma proposta melhor. De acordo com o dirigente da CTB, bancários de todo o país devem realizar assembleias na próxima segunda-feira (03) para avaliar a proposta. A orientação do Comando Nacional é pela rejeição e manutenção da greve.

Os bancários ressaltam ainda que se mantêm abertos para novas negociações.

Veja a situação nos estados:

Acre


Segundo o Sindicato dos Bancários do Estado do Acre (Seeb-AC), 48 agências estão com as atividades paralisadas. Durante a greve, apenas nove, das 57 agências, estão funcionando no estado.

Alagoas

De acordo com o Sindicato dos Bancários de Alagoas, cerca de 90% das agências aderiram ao movimento grevista, mesmo número do balanço divulgado na semana passada.

Amapá


De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Sintraf) no Amapá, cerca de 650 trabalhadores aderiram à greve, correspondendo a cerca de 70% da categoria e 28 agências tiveram as atividades paralisadas.

Bahia

Na Bahia cerca de 953 agências permanecem sem atendimento. Em Salvador, o número de unidades é 274.

Os bancos públicos têm 566 agências fechadas. São 301 do BB, 204 da Caixa e 61 do BNB. Os privados somam 387. Bradesco tem 225, seguido do Itaú (97), Santander (40) e HSBC (17). Os demais totalizam oito.

Ceará

Houve adesão de 430 das 562 agências no estado, que representa 76,5% do total. O balanço é do sindicato da categoria. Nesta segunda-feira (26), das 259 unidades existentes em Fortaleza, 208 fecharam, ou seja, 80%. Já no interior, das 303 agências, 222 ficaram sem funcionar, que representa 73,2%.

Espírito Santo
A greve dos bancários afeta 353 agências do Espírito Santo, o que representa 78% do total. Na Grande Vitória, estão paralisadas todas as 40 agências da Caixa, 56 entre as 58 agências do Banestes, 43 entre as 44 agências do Banco do Brasil, 15 entre as 15 agências do Santander, 15 entre 15 agências do Itaú, 15 entre 15 agências do Bradesco, uma agência do Banco Safra e cinco entre as cinco agências do HSBC.

No interior, estão fechadas 45 entre as 48 agências da Caixa, 46 das 56 agências do Banestes, 57 das 60 agências do Banco do Brasil, quatro das quatro agências do Bradesco, quatro, das quatro agências do Itaú, duas das duas agências do HSBC.

Goiás
De acordo com o presidente do sindicato, Sérgio Luiz da Costa,"a adesão é muito forte, em bancos como a Caixa Econômica, por exemplo, temos quase 100% das agências sem funcionar".

Mato Grosso

A greve dos bancários em Mato Grosso completou três semanas com adesão de mais de 270 agências em 100 municípios. Em Cuiabá, Várzea Grande, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Cáceres, Sinop e Tangará da Serra as agências estão com o atendimento completamente suspenso, segundo balanço do Sindicato dos Bancários de Mato Grosso (Seeb-MT).

Mato Grosso do Sul

A greve dos bancários completa 22 dias com 92% das agências fechadas em Campo Grande e região, segundo informou o Sindicato dos Bancários de Campo Grande e região. Das 160 agências, 148 estão sem atendimento ao público.

Minas Gerais

Último balanço do Sindicato dos Bancários de BH e Região informa que 74,6% das agências estavam fechadas para atendimento presencial até esta segunda-feira (26), totalizando 562 das 753 unidades. O sindicato representa trabalhadores na capital mineira e outras 54 cidades.

Pará
A greve nacional dos bancários chegou ao 22º dia nesta com 447 agências públicas e privadas paralisadas em Belém e nos demais municípios do Pará, de acordo com o Sindicato dos Bancários do estado. O número corresponde a 89% do total de agências do Pará, segundo o sindicato.

Paraíba

A adesão ao movimento na Paraíba atinge 90,58% das agências, de acordo com balanço do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários no estado (Seeb-PB). Ainda segundo o sindicato, em todo o estado, das 138 agências existentes, 125 aderiram à greve.

Paraná
Ao todo, 837 agências bancárias e 11 centros administrativos fecharam em todo o estado e mais de 21 mil trabalhadores estão de braços cruzados. Em Curitiba e Região Metropolitana (RMC), a estimativa do sindicato é a de que 15,6 mil trabalhadores estão paralisados, o que representa 86% da categoria.

Pernambuco

Das 625 agências existentes no estado, pelo menos 562, ou seja, 90% estão fechadas por causa da paralisação. No dia 16 de setembro, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco conseguiu na Justiça uma liminar determinando que 30% das agências voltem a funcionar, no mínimo, duas horas por dia. Em resposta, o sindicato informou que caberia aos bancos cumprir a liminar, mobilizando os funcionários que não aderiram à greve.

Rio de Janeiro

Segundo o sindicato da categoria no Norte Fluminense, 85% das agências permanecem fechadas, porém, mais funcionários aderiram ao movimento: antes, 800 servidores estavam paralisados (81%); agora, 910 funcionários estão de braços cruzados (93%). De acordo com o sindicato da Região dos Lagos, a média é de cinco funcionários atuando em cada agência.

Rio Grande do Sul

De acordo com os bancários, no 21º dia de greve, 1.037 agências ficaram fechadas em todo o Rio Grande do Sul.

Rondônia

Em Rondônia, das 130 agências existentes, 115 permanecem fechadas, segundo o Sindicado dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (Seeb-RO).

Roraima

O Sindicato dos Bancários informou que todas as agências do estado estão paralisadas.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, as adesões são maioreis nas regiões da Grande Florianópolis, com 2 mil trabalhadores paralisados, Norte, onde são 950 em greve, e Vale do Itajaí, com 800.

Só na Grande Florianópolis, dos 5 mil trabalhadores, ao menos 2 mil aderiram à paralisação. Em Joinville, no Norte, dos 1,8 mil trabalhadores, cerca de 950 estão em greve. Em Araranguá, são 245 bancários atuantes na região, destes, 140 estão paralisados.

Em Criciúma, no Sul do estado, dos 800 bancários da região, ao menos 650 estão em greve.

Na região serrana, de acordo com o sindicato dos bancários de Lages, são cerca de 470 bancários, dos quais 360 estão em greve. Em Chapecó, no Oeste, o sindicato desconhece o número de adesões ao movimento.

São Paulo

A greve dos bancários fechou 327 agências e departamentos em Campinas e região.

Na metrópole foram afetados 165 unidades de trabalho, incluindo bancos públicos e privados; enquanto outros 162 estão distribuídos em 33 cidades da região, entre elas, Americana, Sumaré, Hortolândia, Amparo, Mogi Mirim, Indaiatuba, Mogi Guaçu, Serra Negra, Valinhos e Vinhedo.

No Centro-Oeste do estado, a adesão da paralisação varia de 80 a 90%. Na Baixada Santista são 295 agências bancárias, sendo 232 fechadas e 63 abertas. Em Santos, são 118 fechadas e 114 nas demais cidades, segundo o Sindicato dos Bancários em Santos e Região.

Na região de Sorocaba, das 293 agências, 247 estão fechadas, segundo o sindicato da categoria. Já em Jundiaí há 57 unidades paradas.

Mogi das Cruzes e Suzano (SP)

A greve continua fechando grande parte das agências do Alto Tietê. O Sindicato estima que por volta de 80 agências estão fechadas na área de atuação da entidade.

Ribeirão Preto e Franca

A greve dos bancários mantém 166 agências fechadas em Ribeirão Preto (SP), de um total de 215, o que representa 77% dos bancos da cidade. Para os clientes que precisam do serviço dos bancos, 49 agências estão funcionando em horário comercial na cidade de Ribeirão Preto.
 

Fonte: Portal CTB

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Para dirigente, banqueiros decidiram reajustar abaixo da inflação.


 


“A questão agora não é mais sobre se os bancos podem ou não atender às reivindicações da categoria. Eles não querem. Trata-se da decisão de que tem que ser um reajuste abaixo da inflação e pronto”, afirmou Emanoel.

Segundo informações da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT) a greve nacional dos bancários paralisou até esta quinta-feira 56% das agências do Brasil. São 24 dias de paralisação com 13.246 agências e 29 centros administrativos fechados. 

Âncora salarial
Para Emanoel, o objetivo dos bancos é derrotar uma categoria de ponta, como os bancários, o que teria reflexos nas campanhas salariais das demais categorias de trabalhadores que negociam reajuste este ano. 


“O objetivo é estabelecer o que eles chamam de “âncora salarial”, com diminuição do poder de compra dos salários, para reduzir o consumo e manter a inflação sobre controle. Esta é a mesma lógica usada na década de 90 pelo governo FHC, com arrocho e política de reajuste zero”, acrescentou.

OAB e MBL
Este entendimento fica claro nas ações movidas pela Ordem dos Advogados do Brasil em diversos estados contra o direito de greve dos bancários. No Rio Grande do Sul, até uma tal de associação de donas de casa, ligada ao MBL - Movimento Brasil Livre, também entrou na Justiça para obrigar a reabertura dos bancos. Tem ainda os interditos proibitórios impetrados pelos bancos, além do assédio e das ameaças que os trabalhadores recebem dos gestores.

“Temos que resistir a todo custo. A greve agora precisa passar para um outro patamar. É preciso que os bancários tomem as ruas para ganhar o apoio dos clientes e da população em geral. A greve vai continuar na próxima semana e é preciso reunir forças para manter o movimento coeso. Todos os bancários devem participar das assembleias de segunda-feira, para que possam entender a importância de resistir às pressões do banco neste momento. Só a nossa unidade vai vencer a Fenaban e o governo golpista que querem nos impor a retirada de direitos. Vamos continuar a luta, pois só ela nos garante”, conclui Emanoel.


Fonte: Feebbase

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