quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Estudantes a Temer: sabemos o que é PEC e vamos 'ocupar tudo' - Presidente da CUT diz que mobilizações vão crescer e podem resultar em greve geral. Propostas de Temer são "extremamente impopulares", afirma.

Jornalistas Livres

Rodrigo Gomes, da RBA

ão Paulo – Com a Praça da Sé, na região central de São Paulo, totalmente ocupada, no início da noite de hoje (11), a presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Camila Lanes, reagiu a comentário do presidente Michel Temer, para quem os alunos podem nem saber o que é uma proposta de emenda à Constituição (PEC). "Temer, os estudantes estão indo pra Brasília e vão ocupar as escolas e a cidade contra sua política que pretende destruir o país. Não vai ter limites para a luta dos estudantes, vamos ocupar tudo", afirmou Camila, quase ao encerramento do ato. Durante todo o dia, manifestantes protestaram em todo o país contra a PEC 55, de controle de gastos públicos, e contra a Medida Provisória (MP) 746, de reforma do ensino médio.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, disse que as manifestações podem se ampliar. Ele também se dirigiu a Temer. "Se você estiver ouvindo, porque você se acha muito importante, saiba que você é um golpista e não tem de dar opinião na luta dos estudantes ou dos trabalhadores. Se acabar com a CLT, ampliar a terceirização e outras medidas, nós vamos fazer a maior greve geral que este país já viu", afirmou.

Freitas ainda destacou a luta dos estudantes, que ocupam escolas e universidades pelo país, como a força que "não vai deixar o Brasil retroceder". E lembrou o legado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Tem gente que acha que se prender o Lula vai resolver os problemas. Se prender o Lula, vai chamar a gente pra briga e vai ter muita luta", avisou.

Para o dirigente, a manifestação de hoje foi superior à de 22 de setembro e foi um bom "aquecimento" para uma possível greve geral. "O Temer deveria ver esse dia como um alerta de que essas propostas de retirada de direitos são extremamente impopulares e os trabalhadores vão se manifestar contra elas."

A coordenadora do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) Natália Szermeta lembrou que "a luta contra a PEC 55 é uma luta de todos que defendem um Brasil mais justo, com saúde e educação para todos". Já aprovada na Câmara como 241, a PEC tramita agora no Senado – já foi aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e passará por duas votações no plenário.

O recado está dado, avaliou o presidente da CTB, Adilson Araújo. "Querem impor uma receita neoliberal que vai destruir o país. O Congresso e o Supremo Tribunal Federal estão juntos para golpear os trabalhadores, com terceirização, negociado sobre legislado etc. Mas aqui estão aqueles que não vão deixar isso acontecer", afirmou.

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