sábado, 14 de janeiro de 2017

Brasil de Temer será responsável por 30% de demissões do mundo em 2017.

 


Segundo a organização, o Brasil terá um total de 13,8 milhões de brasileiros fora do mercado de trabalho até o ano que vem.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o desemprego, hoje, está em 11,9%, com 12,1 milhões de pessoas nesta situação.

Vale ressaltar que há pouco mais de dois anos, o Brasil encerrou 2014 com a menor taxa de desemprego já registrada. Na média daquele ano, ficaram sem trabalho 4,8% dos brasileiros.

A mudança verificada de lá para cá ocorreu sob forte boicote da oposição ao governo da presidenta Dilma Rousseff, com o intuito de desestabilizar seu governo e provocar o impeachment, o que terminou por paralisar o país.

Acuada, a própria presidenta abriu espaço para o ajuste fiscal iniciado por seu ministro, Joaquim Levy, o que só afundou ainda mais a economia do país.

Consolidado o golpe, Michel Temer assumiu o poder com o discurso de que salvaria o país, recuperando a confiança na economia brasileira. Mas o discurso não corresponde à prática a cada dia que passa a retomada do crescimento vai sendo mais e mais adiada.

Determinado a reduzir o papel do Estado, cortando gastos sociais e investimentos e promovendo inclusive a retirada de direitos, Temer apostou tudo na iniciativa privada, que não parece animada com o cenário colocado no horizonte.

Efeito golpe: o pior desempenho do mundo

E o Brasil vai ficando para trás. Segundo a OIT, o crescimento econômico mundial continua decepcionante, sem motivar a criação de empregos suficientes para compensar o número de pessoas que ingressam no mercado de trabalho.

Com isso, o contingente de desempregados subirá em 3,4 milhões de pessoas na comparação com o ano anterior. Ao todo, serão 201,1 milhões de pessoas sem emprego no planeta neste ano.

Dentro desse cenário já complicado, o Brasil terá o pior desempenho no mercado de trabalho em todo o mundo neste ano. O desemprego aqui, em 2017, será de 12,4%, de acordo com a previsão da OIT, maior do que o dobro da média global (5,5%) e dos países emergentes (5,7%). O índice é quase um ponto percentual maior do que no ano passado.

O país terá a terceira maior população de desempregados entre as maiores economias do mundo em termos absolutos, sendo superado apenas pela China e Índia, país com populações cinco vezes maiores do que o Brasil. Nos EUA, com uma população 50% maior do que a brasileira, são 5 milhões de desempregados a menos.

O relatório da organização também demonstra espanto com a rapidez com que o país saiu do pleno emprego, no governo Dilma Rousseff, para o caos atual, e alerta para o risco de convulsão social no Brasil. Um dos temores ainda da OIT é de que a informalidade no mercado de trabalho brasileiro cresça, assim como a taxa de pessoas em empregos precários.

Instisfação popular

A OIT aponta ainda que a incerteza em relação ao desempenho da economia global tem ampliado o risco de agitação social e descontentamento em praticamente todas as regiões do planeta.

Mas, no Brasil, os índices de insatisfação social estão entre os que mais crescem. Se, no mundo,o Índice de Agitação Social subiu, em média, 0,7 pontos, numa escala de zero a cem, no Brasil o salto foi de 5,5 pontos.

“Trata-se de um dos maiores aumentos do mundo em 2016”, disse o economista-sênior da OIT, Steven Tobin. O índice é medido pela organização com base em informações sobre protestos, manifestações de rua, bloqueios de vias, boicotes e rebeliões e pretende refletir a insatisfação da população com fatores como mercado de trabalho, condições de vida e processos democráticos.


 De Portal Vermelho, com agências
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Jovens ativistas apontam cenário de retrocessos e lutas em 2017.


 


Confira abaixo a análise de diferentes seguimentos dos movimentos sociais sobre as principais lutas a serem travadas em 2017. 


Maria das Neves, militante da União Brasileira de Mulheres (UBM)



"Lamentavelmente, 2017 começou sangrento. A chacina de Campinas desnudou as faces do machismo: Ódio, intolerância e misoginia. A geração de jovens feministas que floresceu na Primavera Feminista tem o desafio de seguir ocupando as ruas contra o patriarcado e o governo golpista de Michel Temer. 


Esse ano teremos o Congresso Nacional da UBM, convidamos as jovens mulheres, libertárias, subversivas, que não aceitam o machismo diário a que são submetidas a juntar-se à nós, filie-se à UBM! 


Machismo mata, feminismo liberta. Vamos juntas, construirmos um mundo novo, feminista e livre de todas as formas de opressão. Companheira, me ajude que não posso andar só. Eu sozinha ando bem, mas com você ando melhor"!


Josué, coordenador de juventude do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) 



"O ano de 2017 vai potencializar os efeitos da crise sobre os mais jovens. O aumento do desemprego, a diminuição da renda familiar, o aumento das passagens e a dificuldade de pagar o aluguel, são ingredientes explosivos que podem levar milhares de jovens a tomar as ruas nos próximos meses. As ações do governo golpista, que não se mostra capaz de conter a crise econômica e ainda joga os custos do ajuste no colo dos trabalhadores, com a reforma trabalhista e da previdência, podem colocar ainda mais lenha na fogueira. Os jovens organizados nos movimentos tem que estar dispostos a estar ao lado dos milhares de jovens da periferia nesse clima de revolta popular".

Paulo Henrique, Coordenador de juventude do Movimento sem Terra (MST) 



"O ano de 2016 foi considerado para nos um ano perdido para a democracia e para a reforma agrária, do ponto de vista da luta no campo. Nós, do MST, que compomos a via Campesina como movimento camponês, prometemos fazer grandes lutas, já no início fevereiro e março, para barrar a reforma da previdência. 

Nós da Juventude sem terra, onde somos um dos sujeitos mais afetados pelas medidas golpistas do Temer, devemos engrossar as fileiras da luta contra: 

O golpe na educação: reforma do ensino médio; o PL escola sem partido;

Contra a reforma da previdência;

Contra a privatização dos assentamentos;

Pela reforma agrária;

Vamos intensificar ocupações de terra por todo o país contra o latifúndio, mas também vamos nos somar com a Juventude da cidade, para irmos às ruas pelo Fora Temer, diretas já , nenhum direito a menos e por uma reforma no sistema político".

Camila Lanes, presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes)



O ano de 2016 terminou de uma forma atropelada. Tivemos uma ofensiva muito forte do governo com uma série de medidas antipopulares efetuadas na surdina, quando grande parte da população já estava em recesso, de férias, preparando a ceia de natal, por isso sabemos que esse ano será ainda mais intenso, já iniciamos 2017 com uma série de notícias que nos entristece, em especial o fato do Governo Federal fazer um grande laboratório com as escolas públicas, executando a Medida Provisória da Reforma do Ensino Médio. 

Nossa expectativa pelo movimento estudantil é justamente combater o desmonte da educação, fazer a resistência nas escolas e nas ruas. 2017 já inicia com o 3º Encontro Nacional de Grêmios e o 1º Encontro LGBT da Ubes, que serão realizados entre os dias 31 de janeiro e 1 de fevereiro em Fortaleza (CE). A partir desses fóruns iremos construir uma intensa agenda para combater não só a reforma do ensino médio, como qualquer outra ameaça à educação pública. Seguimos firmes nesse e nos próximos anos. As ocupações nas escolas podem ter encerrado na prática, mas na teoria o que prevalece é a consciência, mobilização, em especial os estudantes secundaristas que se organizaram em uma grande frente ampla contra esse golpe na educação. 

Vitor Espinoza, coordenador de Jueventude da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras (CTB)



A juventude trabalhadora terá três grandes desafios em 2017. O primeiro, é essa malfadada Reforma da Previdência, pois quem mais irá sentir seu impacto é a juventude, que irá pegar a integralidade da nova lei, inviabilizando a aposentaria dessa parcela da sociedade. Já na Reforma Trabalhista, a juventude também irá ser precarizada, perdendo garantias constitucionais.

O terceiro desafio a ser enfrentado é o desemprego, nesse ano, atingiremos a marca negativa de 13 milhões de brasileiros sem trabalho, e, dentro desse contexto, os jovens são os que mais sofrerão com a falta de oportunidade, pois não possuem experiência, ficando à margem da carteira assinada, em subempregos e sem garantia social alguma. Precisamos nos unir cada vez mais para por fim nas políticas nocivas do governo golpista. 

Do Portal Vermelho 

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