“As ruas do mundo e do Brasil estão tomadas pelas mulheres em defesa dos seus direitos”. A declaração é de Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres Brasil, que ao lado do Fundo Elas e diversos parceiros promovem o Diálogos Mulheres em Movimento: Direitos e Novos Rumos”, que reúne no Rio de Janeiro, a partir desta quarta-feira (25), 140 lideranças feministas do Brasil e América Latina. O evento não é aberto ao público, que poderá acompanhar ao vivo neste link.
A coordenadora executiva do Fundo ELAS, KK Verdade explicou que a iniciativa quer analisar o contexto sociopolítico sob o olhar das mulheres. “Qual é a visão delas sobre o contexto que estamos vivendo hoje? Como podemos juntas evitar que a situação das mulheres piore?”, explica.
Segundo a assessoria de imprensa, desde o ano 2000 o Fundo Elas promoveu mais de 20 diálogos neste formato. Nesta edição, o Fundo também conta com a parceria do British Council, Open Society Foundations Brasil. A realização do fórum no Brasil é emblemática. O país despencou recentemente 20 posições no ranking de igualdade de gênero do Fórum Econômico Mundial. O retrocesso se deve a medidas que incluem a extinção do Ministério das Mulheres, a equipe do atual governo ser constituída somente por homens e a ameaça de Projetos de Lei, como o 5069/2013, de autoria do deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) que tramita no congresso e criminaliza mulheres vítimas de estupro e profissionais de saúde. Em novembro de 2016, o Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu que criminalizar o aborto no primeiro trimestre da gravidez viola os direitos da mulher. A decisão foi considerada um avanço pelo movimento de mulheres. A palavra de ordem é se manter alerta e se manifestar, o que vem ocorrendo no Brasil desde os atos definidos como Primavera Feminista, iniciados no segundo semestre de 2015, para denunciar o PL 5069. O Diálogos reunirá representantes desse movimento marcado pela presença de jovens mulheres, estudantes e secundaristas. Ana Júlia Ribeiro será uma das conferencistas. A estudante paranaense se tornou símbolo das ocupações contra reforma do Ensino Médio proposta pelo governo de Michel Temer. Carina Vitral, presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), estará presente na mesa Diálogos sobre Conjuntura sociopolítica no Brasil, nesta quarta-feira, ás 10h45.
Outros nomes que participam da programação são a atriz e ativista Letícia Sabatella, a advogada transexual Daniela Andrade , a escritora argentina Cecília Palmeiro, uma das coordenadoras do movimento Ni una a Menos, e Lilian Celiberti, professora uruguaia sequestrada em 1978, junto com dois filhos pequenos por forças policiais uruguaias e brasileiras em solo gaúcho em uma ação da Operação Condor.
Haverá ainda representação de mulheres negras, indígenas, LGBT, trabalhadoras domésticas, blogueiras, ativistas das mídias sociais, lideranças comunitárias e especialistas das áreas de comunicação, mobilidade e gestão pública. “Resistência nas ruas, nas escolas, no trabalho, resistência em nossa arte e em nossa música”, afirmou Angela Davis, militante histórica da luta contra o racismo e o machismo nos EUA. Ela e cerca de cem mil mulheres participaram da marcha no sábado (21) contra a posse de Donald Trump e o que representa de atraso para as lutas sociais. No mesmo espírito de repúdio ao retrocesso, o Rio de Janeiro recebe os Diálogos Mulheres em Movimento. “Um encontro de mulheres de todo o Brasil e outros países da América Latina para discutir o contexto da luta por direitos das mulheres e traçar estratégias conjuntas para a agenda do movimento de mulheres”, assegura trecho do material de divulgação do encontro. Confira abaixo a programação dos Diálogos
Do Portal Vermelho, com informações da assessoria de imprensa do Diálogos Mulheres em Movimento.
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*** *** Liège Rocha: A luz do Fórum Social Mundial continua acesa.
A Secretaria de mulheres do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Liège Rocha, participou do encontro e considera o espaço um folego de resistência para munir as próximas ações dos movimentos. "O encontro contou com um momento de reflexão sobre a ascensão do conservadorismo e a resistência dos povos, ocorrendo duas principais mesas sobre a conjuntura internacional e da América Latina. É clara a semelhanças da investida da direita em outros países, isso não é uma exclusividade brasileira", avalia. Nesta edição, a crise econômica impediu que certas delegações participassem do encontro. Países como Senegal e Índia não conseguiram enviar representantes. Apesar dos desfalques, o fórum ocorreu com a representatividade de diversos países e de bancadas brasileiras das mais distintas regiões. Com menos recursos para custear o fórum, a resistência também se fez presente para manter o caráter livre do espaço, rejeitando, por exemplo, a proposta do governo do Rio Grande do Sul (Sartori-PMDB) em financiar o encontro. A luz do Fórum Social Mundial continua acesa Liège chama atenção sobre a importância do Fórum para reanimar os movimentos sociais," Foram dezenas de debates dos mais variados temas, você percebe que não é propriedade sua, mas sim de um conjunto de atores protagonistas de várias partes do mundo. Então é necessário destacar a solidariedade e a soberania nacional como um ponto importante nesse cenário atual", destaca. Baianos querem sediar o próximo FSM Durante a Reunião do Conselho Internacional, os baianos desmontraram interesse em sediar o próximo Fórum Social Mundial, que ocorreria em março de 2018, em Salvador. Seria a primeira vez que o Estado receberia o encontro, que já passou por Porto Alegre (RS) e Belém (PA). Confira a íntegra da conversa com Liége Rocha: |
TERRAS ALTAS DA MANTIQUEIRA = ALAGOA - AIURUOCA - DELFIM MOREIRA - ITAMONTE - ITANHANDU - MARMELÓPOLIS - PASSA QUATRO - POUSO ALTO - SÃO SEBASTIÃO DO RIO VERDE - VIRGÍNIA.
quarta-feira, 25 de janeiro de 2017
Feministas: Evento no RJ mobiliza ativistas do Brasil e América Latina.
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