quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

PTMG - Em entrevista ao jornal Estado de Minas, Pimentel afirma que o estado poderá passar de devedor a credor.

”Não temos mais dívida com a União”, diz Pimentel em entrevista ao EM

Segundo o governador, o estado tem um crédito de R$ 92 bilhões que zera o débito. O petista também se defendeu da polêmica do uso do helicóptero


A dívida de quase R$ 70 bilhões de Minas Gerais com a União, que na última década representou um enorme peso para os cofres estaduais, pode deixar de existir este ano. Em entrevista exclusiva ao Estado de Minas, na tarde desta segunda-feira, no Palácio da Liberdade, o governador Fernando Pimentel (PT) afirmou que decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de que governo federal deve ressarcir os estados as perdas com a Lei Kandir – lei de 1996 que isentou impostos estaduais nas exportações – deverá significar um alívio para os cofres mineiros, uma vez que o estado passaria de devedor a credor. “Minas passou 20 anos sem cobrar ICMS. Fizemos o cálculo de que Minas perdeu cerca de R$ 92 bilhões. Se a dívida com a União é de cerca de R$ 65 bilhões e nosso crédito é de R$ 92 bilhões nós temos dívida zerada com a União”, explicou Pimentel. O governador falou também sobre a polêmica envolvendo o uso do helicóptero do estado para buscar o filho em Escarpas do Lago, da relação com o presidente Michel Temer (PMDB) e com o prefeito de BH, Alexandre Kalil (PHS). Fez ainda um balanço sobre a metade de sua administração e as perspectivas para os próximos dois anos.
Em 2017 o senhor começa a segunda parte de seu governo. Qual o balanço do que foi feito até agora?
Apesar das enormes dificuldades que enfrentamos até agora o balanço é positivo. Nos dá direito a um otimismo moderado para os próximos dois anos. A principal mudança que fizemos foi na forma de encarar o governo de Minas Gerais com a ideia de ouvir para governar. Criamos os fóruns regionais em 2015, fui em todas as regiões para implantar esse mecanismo de consulta popular. Isso está funcionando. Conseguimos mobilizar as lideranças de cada região para que sejam levantadas as demandas e elas cheguem ao governo. Quando se tem recursos escassos e é o nosso caso, temos de usá-los de forma eficiente. Atendemos às demandas, mesmo que pequenas, mas muito importantes. São pequenas quando vistas de longe, de perto são grandes. Um pequeno trecho de estrada, a renovação de equipamento de saúde ou de segurança, a reforma de escolas, isso tudo conta muito, principalmente no interior. É isso que vamos continuar fazendo e, caso tenha uma recuperação e a arrecadação melhorar, poderemos ter um resultado ainda melhor. Acho que este ano e 2018 podemos ter alguma perspectiva, ainda que pequena, de recuperação econômica. Menos pela política atual do governo federal e mais porque a economia brasileira é muito grande e dinâmica. Apesar da recessão, tem uma vitalidade que vai fazê-la avançar. Temos que apostar nisso.
O decreto de calamidade assustou bastante. A impressão é que o estado quebrou e o caos está próximo. Qual a real situação das contas do estado?
As vezes a oposição critica e diz que foi um instrumento que usamos para escapar de cumprir as exigências da lei. Isso não é verdade. Se o estado fosse uma empresa, alguém já teria pedido a falência, a recuperação judicial. Nós terminamos 2016 com déficit real de cerca de R$ 5 bilhões. A previsão era de um déficit de R$ 8 bilhões. Não vamos ter esse déficit porque conseguimos algumas vitórias ao longo do ano. A negociação da dívida no primeiro semestre, em abril conseguimos um bom acordo com o governo, nos deu um alívio. E agora, no final do ano, em negociação com o Banco do Brasil, renovamos o contrato da folha de pagamento por mais quatro anos. Isso nos deu um aporte de R$ 1,4 bilhão, o que nos permitiu pagar parte do 13º no ano passado. Se não fossem esses dois recursos, nós teríamos fechado o ano com um déficit absurdo, ainda pior do que o previsto. Temos R$ 5 bilhões na praça de débito do estado aberto e que temos que pagar. Nossa capacidade de financiamento do déficit é em torno de R$ 4 bilhões e R$ 5 bilhões, no máximo, R$ 6 bilhões. Mais do que isso o serviço público entra em colapso. É o caso do Rio de Janeiro. Lá, os serviços estão parando de funcionar porque já passaram do limite. Minas Gerais corre o risco de viver a mesma situação do Rio? Não. Até hoje, não. Conseguimos evitar. Sempre com algum recurso extraordinário. No primeiro ano, em 2015, conseguimos usar os depósitos judiciais. Graças ao apoio da Assembleia e do Judiciário conseguimos viabilizar essa lei e usar os depósitos. Esse montante ficava parado e só beneficiava os bancos. Nós usamos cerca de 75% desses depósitos. Já em 2016 viemos as negociações sobre a dívida com a União e a negociação com o Banco do Brasil.


O presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda Henrique Meirelles (PSD) não aceitaram retirar as contrapartidas dos estados para suspender por três anos o pagamento das dívidas dos estados com a União. As negociações continuam?


O projeto de lei tinha dois capítulos. O primeiro era a renegociação que foi feita em 2016 e nos permitiu passar o ano sem pagar a dívida. Foi aprovado e nós tivemos um prazo para pagar a dívida, com valores progressivos. O segundo, que foi vetado, foi uma novidade voltada para os estados em situação de calamidade: Minas, Rio e Rio Grande do Sul. O governo previa os três anos de suspensão do pagamento da dívida, mas os estados deveriam se comprometer em aprovar uma série de imposições sobre suas despesas. Esse foi o ponto de discórdia. No Senado, o texto foi aprovado, mas, na Câmara, os deputados perceberam que era algo impossível. Não dava para aprovar um édito imperial. Seriam determinados três anos sem promoções na Polícia Militar ou Civil, sem progressões de carreira para servidores públicos. Se fora assim, fecha as portas do Legislativo e do Executivo estadual e entrega para o Ministério da Fazenda. Isso não dava para aceitar. A Câmara, acertadamente, definiu que as contrapartidas deveriam ser negociadas caso a caso. O governo Temer achou melhor não aceitar isso. É a visão deles e hoje não temos mais esse programa de recuperação para os estados.
Então, já que não teremos o programa, Minas terá que pagar a dívida com a União mesmo em situação de calamidade financeira?
Em novembro, o Supremo Tribunal Federal julgou uma ação – inicialmente do estado do Pará, mas que teve o apoio de Minas, de Goiás, do Maranhão e outros – que diz que o governo federal está obrigado em 2017 a fazer um ressarcimento da chamada Lei Kandir. A lei de 1996, no governo Fernando Henrique, isentou de impostos estaduais as importações. Minas, que é grande exportador de café e minério de ferro, passou 20 anos sem cobrar ICMS desses produtos. Foram perdas muito grandes. Calculamos que Minas perdeu receitas nesse período de cerca de R$ 92 bilhões. E esse cálculo é reconhecido pela secretaria do Tesouro Nacional. O Supremo determinou um ano de prazo para que se chegue a um acordo com os estados e seja feito esse ressarcimento. Se não fizer, o Tribunal de Contas da União vai criar uma forma de ele mesmo de ressarcir os estados. Isso significa que Minas não deve mais nada para a União. Não temos mais dívida com a União. Se a dívida hoje é em torno de R$ 65 bilhões e nosso crédito é de R$ 92 bilhões, nós temos dívida zerada com a União. O que vamos reivindicar imediatamente é que, enquanto se faz o cálculo de quanto temos a receber pela Lei Kandir, queremos ficar sem pagar as parcelas da dívida. Aliás, que dívida? Se nós somos credores, como vamos pagar essas prestações uma vez que o dinheiro terá que ser devolvido. Ainda que o Ministério da Fazenda não aceite esse argumento, o Supremo vai aceitar. Foram 11 votos a zero. Os ministros podem determinar que Minas não deve mais.
O presidente Temer e o ministro Meirelles não podem contestar?
Tem uma sentença do Supremo Tribunal. É questão de cumprir. Alguns estados exportadores tem grande montante a receber, não serão todos. Nós não estamos mais preocupados com a renegociação das dívidas, temos uma ativo que vai nos equilibrar. O governo federal vai entender que não somos mais devedores, mas credores.
Em período de muitos cortes e poucos investimentos, a bancada mineira no Congresso conseguiu poucas verbas para o estado. Como deputados e senadores mineiros podem ajudar os cofres estaduais?
A bancada federal até ajudou nesse episódio do programa de recuperação, rejeitando as condicionantes que vieram do Senado. Não vi distinção entre deputados de situação e oposição ao nosso governo. O Senado não teve essa postura. Não quero julgá-los por isso. Eles ficaram contra (os interesses de Minas). Mas não quero julgar homens públicos como os ex-governadores Aécio Neves (PSDB) e Antonio Anastasia (PSDB), e mesmo o senador Zezé Perrela (PTB), só por um episódio. Mesmo sendo oposição, acredito que quando houver uma demanda real de Minas eles vão marchar junto com Minas. Afinal de contas, estamos no mesmo barco.
Como está a relação do senhor com o presidente Michel Temer? O governo de Minas apoia as medidas de ajuste?
Tenho uma relação pessoal muito boa com ele. Fui companheiro dele no ministério, ele era vice e eu ministro. Fizemos muitas missões no exterior no primeiro mandato da presidente Dilma. Conversávamos muito sobre as relações no exterior, como o Brasil deveria se comportar. É uma pessoa afável, um cavalheiro e me trata muito bem. O que não quer dizer que não possamos divergir de suas posições e das medidas de seu governo. Acho que eles, Temer e Meirelles, estão exagerando a mão no ajuste fiscal. Nunca ouvi falar de se salvar um paciente com grave infecção retirando o antibiótico dele. É o que estão fazendo com a economia brasileira. Se você aperta as despesas públicas, que é o caso no Brasil, o impacto no PIB é devastador. O teto dos Gastos a curto prazo não vai nos impactar, mas a longo prazo terá um impacto muito forte e rudimentar. Os cortes podem acabar atingindo a qualidade dos serviços prestados à população.
Como será a relação com o prefeito Alexandre Kalil (PHS), que se elegeu criticando muito os políticos tanto do PSDB quanto do PT durante as eleições?
Fui na posse dele ontem (domingo) e depois estivemos juntos por um tempo. Tenho relação pessoal de muitos anos com ele. Quando fui secretário da Fazenda na prefeitura ele era prestador de serviço na prefeitura. A Erkal tinha um contrato na área de limpeza urbana. Depois ele saiu do contrato. Mas convivemos durante um bom tempo. Tenho boa relação com ele, apesar da divergência de times, já que ele é atleticano e eu cruzeirense. Tenho a expectativa que vamos ter um bom gestão. Marcio Lacerda foi um prefeito correto. Saímos da gestão no segundo mandato, mas acho que ele foi um prefeito correto. O Kalil tem outro estilo, mais impulsivo. Tem uma percepção muito aguda e teve uma sensibilidade política muito refinada ao perceber o que as pessoas querem. Por isso foi eleito da forma como foi. Ele está muito bem-intencionado e montou uma equipe muito competente. Acho que será um bom prefeito, temos que ajudá-lo.


Mas durante a campanha Kalil afirmou que não faria alianças e fez um discurso de negação da política…



Temos que fazer uma distinção entre a eleição e a administração. A eleição às vezes leva as pessoas a exagerar um pouco na retórica. Daí vem a administração e é possível se fazer a política, o que não tem mal nenhum. O regime que escolhemos, a democracia, que considero um avanço apesar de alguns pensarem o contrário e desejarem a volta da monarquia, envolve a atividade política permanente. A política é indispensável.
O prefeito Kalil tem defendido a Ocupação Isidoro. Ele afirmou durante a campanha que não vai jogar 5 mil famílias na rua. Já as sentenças de remoções obrigam o poder público a retirar as famílias. Como o sr. vai trabalhar com ele na questão das ocupações em BH?
O prefeito tem um pensamento parecido com o nosso. Buscar uma solução negociada. A sentença judicial pressupõe a retirada das famílias, mas seguindo um protocolo internacional. Se retira desde que se tenha um outro lugar para levar essas famílias. O empresário que tem interesse lá também está na mesma linha. Uma parte das famílias vai ser removida, aí tem que pagar bolsa-moradia. Foi o que fizemos no Vila Viva, em que se paga o aluguel para as famílias até que se construa prédios novos. Outra parte vai ser por meio da urbanização já que tem construções de alvenaria e não faz sentido removê-las. E ainda vai sobrar terreno para a construção do empreendimento.
Foi divulgado pelo deputado Sargento Rodrigues um vídeo em que o senhor usa o helicóptero do estado para buscar seu filho em Escarpas do Lago. Como o senhor avalia o episódio?
Estamos vivendo um momento difícil da vida nacional. Esse episódio não tem nada de irregular, de ilegal. Tem um decreto do então governador Aécio Neves que regulamenta o uso de aeronaves. O decreto é claro: a aeronave deve ser usada para qualquer deslocamento do governador. E não é só questão de segurança, mas também uma questão de economia. O que aconteceu foi um deslocamento meu. Eu iria passar o dia em Escarpas com meu filho, que tinha ficado lá na noite do réveillon. No trajeto, ele me ligou e disse que não estava passando bem e me perguntou se eu não me incomodava em voltar para Belo Horizonte. Voltei. Era para ter passado o dia lá e não passei, perdi um dia na beira do lago, mas também não poderia ficar muito tempo porque tinha a posse do prefeito Kalil. Não tem nada de irregular.
Mas em momento de crise financeira, não causa um grande desgaste que um governador use esse recurso…
Todos os governadores têm esse recurso. Se eu recusasse o helicóptero para viagens não oficiais os custos seriam maior. Equipe de segurança, gastos com hotel. Os ex-governadores também tem uma equipe à disposição. Anastasia e Aécio. Está na lei. Se fosse de carro, iriam duas equipes de segurança comigo, portanto duas viaturas descaracterizadas antes, para verificar as condições de segurança, e ainda dormir no local. Imagina o custo que isso tem. Para evitar esse custo decidi que vou de helicóptero. Ah, mas e o ajudante de ordens? Ele está comigo o tempo todo. Isso é lei. Está na lei que criou a Polícia Militar. Às vezes quero ficar livre dela e não consigo. Não posso recusar a equipe de segurança. O deslocamento terrestre às vezes custa mais caro do que ir de helicóptero. É uma tentativa de fazer tempestade em copo d’água. Esse deputado (Sargento Rodrigues, responsável pela divulgação do vídeo) está passando dos limites. Pedi aos advogados que vejam a possibilidade de processá-lo. Porque agiu de má-fé. Ele que foi policial sabe do decreto. Foi uma ação política.
Matéria publicada pelo jornal Estado de Minas
Assessoria de Comunicação PTMG.
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A hipocrisia voa mais alto.


“A hipocrisia é uma homenagem que o vício presta à virtude.” A frase do pensador francês François La Rochefoucauld data do século XVII, mas se faz mais do que atual para uma análise sobre o discurso dissimulado da oposição ao Governo Pimentel em Minas. Não é novidade que, desde o seu início, em janeiro de 2015, o governador enfrenta toda a sorte de ataques e artimanhas por parte do grupo derrotado nas eleições, que é movido por um único objetivo: inviabilizar a atual gestão.
No mundo do quanto pior melhor, vale tudo; de mentiras, calúnias e meias verdades, a disseminação do medo e incitação da revolta. A estes, pouco importa a incoerência, ao atacarem justamente o que praticaram ou apoiaram no passado. Apostam na memória curta do povo e contam com o discurso do ódio para embotar ainda mais a capacidade de julgamento dos cidadãos.
Como dizemos na linguagem popular, “hipocrisia pouca é bobagem”. A última da oposição, vinda de um de seus mais raivosos “expoentes”, foi atacar o uso do helicóptero oficial do Estado pelo governador. Aquele que se diz representante dos policiais militares – mas que em nada se alinha à seriedade da corporação – acusa Pimentel de improbidade administrativa por utilizar a aeronave para se deslocar durante o réveillon. Para sustentar sua tese, convenientemente, desconsidera a legislação que confere ao chefe do Executivo estadual este direito.
Certo da correção dos seus atos, assim que soube da mais recente calúnia, Fernando Pimentel rapidamente respondeu. Em nota pública, confirmou ter se deslocado, no último domingo (1º) de manhã, de helicóptero, para o condomínio Escarpas do Lago, na cidade de Capitólio. Lá, almoçaria com o filho, que havia passado o réveillon na casa de amigos. No entanto, ainda no voo de ida, foi comunicado de que o filho não se sentia bem e queria voltar para Belo Horizonte. Como caberia a qualquer pai em tal situação, o governador retornou com o rapaz para a capital. Ressaltando a inexistência de qualquer irregularidade, Pimentel mencionou um Decreto de 2005 que regulamenta o uso da aeronave pelo chefe do Executivo.
O deputado-sargento, obviamente, tem ciência do teor do decreto que regulamenta o uso das aeronaves oficiais. Não somente pela obrigação de, como parlamentar, conhecer o arcabouço legal do Estado, mas porque já estava na Assembleia Legislativa quando o decreto em questão foi editado pelo Governo da época, do qual, por sinal, era apoiador. Ainda assim, se o problema for de memória, podemos ajudar.
O Decreto 44.028/2005, em seu artigo terceiro, classifica as aeronaves do Estado de Minas Gerais em duas categorias: transporte geral e transporte especial. As do primeiro grupo destinam-se ao atendimento do vice-governador, secretários de Estado e demais autoridades e agentes públicos, somente podendo ser utilizadas em missão oficial. Já as aeronaves de transporte especial, conforme previsto no parágrafo primeiro do referido artigo, “destinam-se ao atendimento do Governador do Estado, em deslocamento de qualquer natureza (grifo nosso), por questões de segurança”. Simples e claro.
De voar os tucanos entendem.
Constata-se, mais uma vez, que os representantes da oposição agem de má fé, a fim de tumultuar, desestabilizar e desacreditar o governo. Posando de virtuosos defensores da legalidade e da lisura, tentam disfarçar de virtude um de seus piores vícios: o do poder. Subjugada ao vício, a virtude não mais pode ser boa em essência e torna-se somente um meio para se atingir uma má finalidade. Justificadamente, Fernando Pimentel anunciou que vai processar o deputado, por calúnia, difamação e falsa acusação de crime.
Ora, sargento! Como pode o governador Fernando Pimentel ter incorrido em qualquer irregularidade, se estava respaldado pela legislação? Legislação que, diga-se de passagem, foi criada pela própria oposição. Vale lembrar que o Decreto publicado em 19 de maio de 2005 foi assinado por seu líder-mor, o senador Aécio Neves (PSDB), então governador de Minas Gerais. O que é perfeitamente compreensível, pois, de helicópteros, aeroportos e voos oficiais, os tucanos entendem bem.
Para se ter uma ideia, entre janeiro de 2003 e março de 2010, segundo um relatório oficial, Aécio Neves solicitou nada menos que 1.423 voos oficiais em aeronaves do Estado de Minas Gerais. Destes, 198 não tiveram a sua presença e nem de agentes públicos autorizados pela legislação. Destaque para dois voos realizados em 2004. Um deles teve como passageiro o apresentador Luciano Huck, amigo do ex-governador. O outro levou a dupla Sandy e Júnior, que gravava um quadro do programa Caldeirão do Huck. Entre os passageiros da “MG Airlines”, além de artistas, constam empresários, executivos de grupos de comunicação, políticos sem mandato e até o ex-presidente da CBF, Ricardo Teixeira.
Outro dado interessante é que o então governador usou aeronaves oficiais para realizar 124 viagens ao Rio de Janeiro. A maioria aconteceu entre quinta-feira e domingo. Seis delas, entre 2008 e 2009, foram para Florianópolis (SC), onde morava a então namorada e hoje esposa de Aécio, Letícia Weber. Quando o relatório dos voos foi divulgado pela imprensa, em nota, a assessoria do senador considerou “regular” o uso de aviões oficiais para fins particulares.
E mesmo após deixar o governo, o tucano manteve o costume. Entre 2011 e 2012, já como senador da República, Aécio Neves esteve em pelo menos seis viagens das aeronaves do Estado, sem a presença de autoridades estaduais. Em uma delas, foi utilizado o helicóptero de uso exclusivo do governador. Os voos teriam sido autorizados pelo pupilo e sucessor de Aécio no Governo de Minas, Antonio Augusto Anastasia.
Em São Paulo, não foi muito diferente. Fiel à tradição tucana, entre 2011 e 2015, a esposa do governador Geraldo Alckmin, sozinha, utilizou as aeronaves do governo mais vezes do que todos os secretários de Estado. Lu Alckmin fez nada menos que 132 deslocamentos, quase o dobro dos 76 realizados pelos secretários e demais auxiliares. Já o atual ministro da Educação, Mendonça Filho, do DEM – partido que também faz oposição ao Governo Pimentel – ocupou recentemente as manchetes na imprensa, após utilizar um avião oficial da Força Aérea Brasileira (FAB) para presentear com um passeio dois vereadores de sua base eleitoral.
Voltando aos feitos aéreos de Aécio Neves, não se pode deixar de mencionar o famoso “aeroporto de Cláudio”, construído em 2010, em terreno na fazenda do tio do então governador. Nada menos que R$ 14 milhões dos recursos públicos do Estado foram destinados a “tão importante empreendimento”.
Ah! E tem ainda o episódio de um helicóptero de propriedade de um senador tucano, apreendido em Minas pela Polícia Federal. Mas esta já é outra história…
Durval Ângelo é Deputado estadual (PT-MG) e líder do governo na ALMG
Foto e fonte: Portal 247

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Marcelo Maia Carvalho Júnior: A saída é pelas bases e pela juventude.


precisamos retornar as nossas bases, fazer com que de fato a Juventude tome o papel de protagonista neste processo decisivo de nossas vidas.
Os novos rumos da esquerda no pequeno recorte do planeta que chamamos de Brasil, após a redemocratização do país, fomos marcados pelo capitalismo visceral que marcou a década de 90 e inicio dos anos 2000, até que a esquerda assume o poder executivo do mais alto escalão, o cargo de presidente da republica que perdurou 13 anos até culminar no golpe institucional que sofremos.
Tivemos mais uma vez o gosto de sofrer um golpe de estado que muito embora o de 64 foi liderado e governado pelos militares e apoiado pelos partidos extremamente conservadores e como não falar de uma mídia que assola manipulando a maioria da população sofrida deste país, passamos por avanços em varias esferas, mas, acomodados nos anos de bonança que vivíamos,de forma solidaria temos uma divida moral para com povo brasileiro de trazer novamente os rumores de esperança visando a justiça social que é tão sonhada.
A direita se fez utilizar de nossos meios de fazer mobilização e levar o debate para o seio da sociedade, tendo o apoio da grande mídia tudo se tornou muito mais fácil causar a comoção social negativa, usando os menos esclarecidos como massa de manobra, causando danos terríveis e imensuráveis para o campo de esquerda e para o partido dos trabalhadores, o discurso do anti-partidarismo vem crescendo até em coletivos de esquerda, o crescente conservadorismo impulsiona figuras notavelmente danosas as nossas defesas de causa, os interesses de empresários e bancários nas nossas riquezas naturais e mão de obra de trabalho é exemplo do quanto a nossa sociedade está necessitando de um plano de nação que venha trazer mais qualidade de vida e desenvolvimento.
Partidos de direita utilizando de métodos esquerdistas para chegar a ascensão do governo seja qual for a esfera, é o reflexo de um inimigo mais esclarecido, eles podem ter o capital ao seu lado mas temos o conhecimento e o sonho de viver em uma sociedade mais justa, isto que nos leva a lutar todos os dias em defesa daquilo que acreditamos, precisamos retornar as bases, impulsionar a reativação dos centros comunitários, a conscientização política da juventude e fazer com que sejam representados por grêmios estudantis e centros acadêmicos, valorizar os movimentos sociais os quais foram a base da esquerda desde o principio do movimento esquerdista, disputar e conscientizar a importância dos sindicatos, associações  e cooperativas.
A disputa pela institucionalidade se mostrou de suma importância, depois da queda da Presidenta Dilma, mostrou a fragilidade das instituições representativas que temos no presente sistema político e partidário, existe a necessidade de RENOVO dos QUADROS e que seja exaurida a dicotomia que há entre a militância do partido e sua representatividade nas mais diversas esferas, a valorização dos nossos quadros jovens, oriundos de movimentos sociais e dos sindicatos para que haja a RENOVAÇÃO.
Os partidos de direita entenderam essa forma de fazer política e de renovo de seus quadros. A nível nacional vemos militantes do MBL assumir a vereança e fora os outros quadros jovens que defendem a ideologia neoliberal a Brasil afora que conseguiram chegar aos quadros de vereador ou prefeito.
Portanto, precisamos retornar as nossas bases, fazer com que de fato a Juventude tome o papel de protagonista neste processo decisivo de nossas vidas, resistir a luta que está sendo travada em varias esferas e resistir com a esperança dos que um dia sonharam em derrubar um governo ditatorial que vivíamos nos anos de escuridão do país que posteriormente conseguiu, sendo inspirados com um horizonte democrático e tão sonhado, assim devemos ser, combativos, lutar e resistir que construiremos uma sociedade por cima dos escombros desta sociedade corrompida pelo capital. Lutar e Resistir!
Por Marcelo Maia Carvalho Júnior, 21 anos, filiado ao Partido dos Trabalhadores e membro da tendência Articulação Unidade na Luta, para a Tribuna de Debates do VI Congresso. Saiba como participar.
ATENÇÃO: ideias e opiniões emitidas nos artigos da Tribuna de Debates do VI Congresso são de exclusiva responsabilidade dos autores, não representando oficialmente a visão do Partido dos Trabalhadores.
Com informações da Agência PT de Notícias, Assessoria de Comunicação PTMG.

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