quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A VERDADEIRA HISTÓRIA DE LUIZ GUSHIKEN.




Walter Rabelo - A VERDADEIRA HISTÓRIA DE LUIZ GUSHIKEN, ONDE A REVISTA VEJA, FOI RESPONSÁVEL PELA SUA MORTE APÓS MENTIR SOBRE SUA VIDA E FOI CONDENADA POR ISSO. 
PARTE 1
COMPARTILHEM , É O MINIMO QUE PODEMOS FAZER POR ELE...

Quase oito anos se passaram. A Justiça levou tanto tempo para ser feita, que a vítima dos ataques covardes já não está entre nós. Fundador do PT, bancário de profissão, Luiz Gushiken foi ministro da Secom na primeira gestão Lula. Por conta disso, teve seu nome incluído entre os denunciados do “mensalão” (e depois retirado do processo, por absoluta falta de provas).
Mas os ataques de que tratamos aqui são outros. Em maio de 2006, a revista Veja publicou uma daquelas “reportagens” lamentáveis, que envergonham o jornalismo. A torpe “reportagem” (acompanhada de texto de certo colunista que preferiu se mudar do Brasil – talvez, por vergonha dos absurdos a que já submeteu os leitores) acusava Gushiken de manter conta bancária secreta no exterior. Segundo a publicação da editora Abril, os ministros Marcio Thomaz Bastos, Antônio Palocci e José Dirceu (além do próprio Lula!) também manteriam contas no exterior.
Qual era a base para acusação tão grave? Papelório reunido por ele mesmo – o banqueiro Daniel Dantas. A Veja trabalhou como assessoria de imprensa para Dantas. Da mesma forma como jogou de tabelinha algumas vezes com certo bicheiro goiano. Mas mesmo ataques vis precisam adotar alguma técnica, algum rigor.
No caso das “contas secretas”, não havia provas. Havia apenas o desejo da revista de impedir a reeleição de Lula. O vale-tudo estava estabelecido desde o ano anterior (2005) – com a onda de “denuncismo” invadindo as páginas (e também as telas – vivi isso de perto na TV Globo comandada por Ali Kamel) da velha imprensa.





Walter Rabelo - A VERDADEIRA HISTÓRIA DE LUIZ GUSHIKEN, ONDE A REVISTA VEJA, FOI RESPONSÁVEL PELA SUA MORTE APÓS MENTIR SOBRE SUA VIDA E FOI CONDENADA POR ISSO. 
PARTE 2
COMPARTILHEM , É O MINIMO QUE PODEMOS FAZER POR ELE...

Pois bem. Gushiken processou a Veja. O trabalho jurídico (árduo e competente – afinal, tratava-se de enfrentar a poderosa revista da família Civita) ficou por conta do escritório Manesco, Ramires, Perez, Azevedo Marques Sociedade de Advogados – com sede em São Paulo. Em primeira instância, a revista foi evidentemente derrotada. Mas a Justiça arbitrou uma indenização ridícula: 10 mil reais! Sim, uma revista que (supostamente) vende 1 milhão de exemplares por semana recebe a “punição” de pagar 10 mil reais a um cidadão ofendido de forma irresponsável. Reparem que este blogueiro, por exemplo, que usou uma metáfora humorística para se referir a certo diretor da Globo (afirmando que ele pratica “jornalismo pornográfico”), foi condenado em primeira instância a pagar 50 mil reais a Ali Kamel! E a Veja deveria pagar 10 mil… Piada.
Mas sigamos adiante na história de Gushiken. O ex-ministro recorreu ao Tribunal de Justiça de São Paulo. Antes que os desembargadores avaliassem a demanda, Gushiken morreu. Amigos mais próximos dizem que o estado de saúde dele (Gushiken lutava contra um câncer) se agravou por conta dos injustos ataques que sofreu nos últimos 8 anos.
Gushiken morreu, mas a ação seguiu. E os herdeiros agora acabam de colher nova vitória contra Veja. O TJ/SP mandou subir a indenização para 100 mil reais, e deu uma lição na revista publicada às margens fétidas da marginal.
O desembargador Antônio Vilenilson, em voto seguido pelos demais desembargadores da Nona Câmara de Direito Privado do TJ/SP (apelação cível número 9176355-91.2009.8.26.0000), afirmou:
“A Veja dá a entender que não eram fantasiosas as contas no exterior. E não oferece um único indício digno de confiança. Infere, da identidade dos acusadores e dos interesses em jogo, a verdade do conteúdo do documento. A falácia é de doer na retina.”
Quanto aos valores, o TJ/SP sentenciou:
“A ré abusou da liberdade de imprensa e ofendeu a honra do autor. Deve, por isso, indenizá-lo. No que diz com valores, R$10.000,00 não condizem com a inescusável imprudência e com o poderio econômico da revista. R$100.000,00 atendem melhor às circunstâncias concretas.”
Chama atenção que a Justiça tenha levado 8 anos para julgar em segunda instância (portanto, há recursos possíveis ainda nos tribunais superiores) caso tão simples. O “mensalão” – com 40 réus na fase inicial – foi julgado antes.
A Justiça é rápida para julgar pobres, pretos, petistas. E eventualmente é rápida também para punir blogueiros que se insurgem contra a velha mídia. Mas a Justiça é lenta para punir ricos, tucanos e empresas de mídia.
De toda forma, trata-se de vitória exemplar obtida por Gushiken – que era chamado pelos amigos mais próximos de “samurai”.
E falando em samurais, há um ditado oriental que diz mais ou menos o seguinte: submetido ao ataque de forças poderosas, o cidadão simples deve agir como o bambu – sob ventania intensa pode até se inclinar, mas jamais se quebra.
O “samurai” ganhou a batalha. Inclinou-se, ficou perto de quebrar-se. Mas está de pé novamente. E é de se perguntar, depois da sentença proferida: quem está morto mesmo? Gushiken ou o “jornalismo” apodrecido da revista Veja?
Nunca antes na história desse país, o Judiciário adotou expressão tão precisa e elegante para descrever fenômeno tão abjeto: a revista da família Civita produz “falácias de doer na retina”. E não são poucas...





Walter Rabelo - Um Crime da Veja que ficará Impune, ATÉ QUANDO?
Homenagem a Luiz Gushiken e à memória sindical.
Cerimônia reuniu lideranças políticas, amigos e parentes em tributo ao ex-presidente do Sindicato
São Paulo – “Ele era um democrata radical, no sentido da diversidade, tolerância, pluralidade, da bondade na relação humana e pessoal, que se misturava com a política. A política é uma mistura de sangue e poesia. Com Gushiken eu conheci mais a poesia do que o sangue, apesar dos sofrimentos e das dores que nós convivemos conjuntamente.”
Assim o ex-deputado federal José Genoíno define o companheiro de luta Luiz Gushiken em vídeo lançado na noite de quarta-feira 11, durante evento em homenagem ao ex-presidente do Sindicato, deputado federal constituinte e ministro do governo Lula, morto em 13 de setembro.
A cerimônia Memória Sindical, realizada pelo escritório de advocacia trabalhista Crivelli Advogados Associados, reuniu lideranças do movimento sindical, do Partido dos Trabalhadores (PT), amigos e parentes de Luiz Gushiken, no Instituto Tomie Ohtake, em Pinheiros, zona oeste de São Paulo. “Gushiken já faz parte da história do Brasil, da história do PT, sendo um dos seus fundadores. Mas também teve uma importância fundamental para a formação de uma nova geração de advogados comprometidos com os trabalhadores. O papel único que o movimento sindical bancário desenvolve hoje na sociedade, atuando muito além das questões específicas da categoria, encontra sua semente em lideranças como Luiz Gushiken e Augusto Campos”, afirmou o advogado Ericson Crivelli, na abertura do evento.
Augusto Campos, que assumiu a presidência do Sindicato em 1979, antecedendo Gushiken no cargo, fez parte da mesa de abertura: “O mais importante de toda essa turma era o nível de politização. A gente não tinha medo da ditadura. Medo físico sim, todo mundo tinha, mas a gente nunca vacilou”, disse Campos, ao lembrar das lutas travadas em todo o país pela retomada das entidades sindicais. “Saíamos apoiando a resistência sindical para tirar os sindicatos das mãos dos pelegos. E na categoria bancária tivemos a felicidade de contar com pessoas como Gushiken nesse movimento. O baixinho era uma praga, quando acordava com a macaca saía organizando sindicatos no país inteiro”, disse, provocando o riso da plateia.
Também na mesa de abertura, a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira, lembrou da última vez que viu Gushiken, em visita ao hospital onde ele estava internado, nos últimos dias de sua luta de mais de dez anos contra um câncer de estômago. “Ele muito lúcido, falando de política, do Brasil… pensei: como ele é incrível, se preocupando com o país mesmo naquele momento. Para mim é um orgulho ser o resultado da luta de homens como Gushiken e Augusto.” Juvandia também recordou seu primeiro encontro com o ex-presidente do Sindicato, em sua casa: “Saí de lá com uma caixa de documentos com atas de reuniões da época da ditadura, e ele me explicava: aqui a gente desenhou os princípios da CUT, aqui como deveria ser a construção de um novo país…”
Outro a também se despedir do ex-ministro no hospital, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, brincou: “Saí de lá com 788 tarefas que ele me deu para implementar”. E acrescentou: “Nunca esqueço uma coisa que escutei dele, que mais importante que o que a gente já viveu e já conquistou, é o que a gente ainda tem que construir. Isso é o Gushiken, essa vontade de vida”.
Em nome da família, o filho mais velho, Guilherme Gushiken, 30, encerrou os discursos: “Quando penso no meu pai me vem à cabeça uma pessoa alegre, feliz. Em nenhum momento ele entrou em depressão. Tinha paixão pela vida, por conhecer coisas novas. Sempre conseguiu enxergar o lado positivo das coisas, o copo sempre meio cheio e nunca meio vazio. Mas essa homenagem não é só ao meu pai. É também uma forma de resgatar a história do país e de homenagear todos que lutaram por seus ideais. Minha geração tem que se espelhar em pessoas como vocês”.





Walter Rabelo - Finalizando Essa Homenagem a Gushiken , nada mais lindo e emocionante que sua família, que se dedicou totalmente a vida de militância do seu líder ao PT e ao Brasil. Parabéns Gushiken, que a justiça nesse país acorde um dia para que sentimentos de ódio e revolta pelas injustiças não semeiem nos lares brasileiros. 


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