sexta-feira, 13 de março de 2015

13 de março: em defesa dos trabalhadores, da Petrobras, da Democracia e da Reforma Política.


Os meios de comunicação se esmeram em divulgar a mobilização em torno do impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Enquanto isso, nas redes sociais, na blogosfera e nos portais dos movimentos sociais do país, a agenda é a grande manifestação do dia 13 de março, na próxima 6ª feira, o ato “Em Defesa da Petrobras, da Democracia e da Reforma Política”.
E como vocês não encontrarão essa agenda nos jornalões, tampouco na TV, porque os meios de comunicação divulgam apenas o que desejam apoiar, rasgando seu compromisso com a informação e o mínimo de imparcialidade em sua cobertura, fazemos questão de divulgar aqui a agenda dos atos da mobilização nacional de depois de amanhã.
Segundo a CUT, até agora, 23 Estados já confirmaram os locais de mobilização em suas capitais. Em seu portal, a CUT convida todos os trabalhadores e trabalhadoras a defender a Democracia e a Reforma Política, através da Constituinte Exclusiva e Soberana e, também, a barrar a contra-reforma (PEC 352) puxada por Eduardo Cunha no Congresso Nacional. 
“Conclamamos nossas bases para saírem também às ruas no dia 13 de março em defesa da Petrobras, pela manutenção da Caixa Econômica Federal 100% pública, em defesa da soberania nacional e para exigir mudanças na política econômica do governo (não à elevação da taxa de juros e às medidas de ajuste de caráter regressivo e recessivo)”, afirma a Central em seu editorial.
Bandeiras do ato
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Movimentos sociais e centrais sindicais estão juntos nesta mobilização do dia 13. Em texto (confiram aqui a íntegra), eles convocam a todos a participar do ato e apontam a necessidade da mobilização contra o retrocesso e em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da Petrobras, da democracia e da reforma política, explicando cada um desses pontos.

Garantem, ainda, que irão mobilizar e organizar suas bases e mostrar nas ruas a força dos movimentos sindical e social do país: “só assim conseguiremos colocar o Brasil na rota de crescimento econômico com inclusão social, ampliação de direitos e aprofundamento de nossa democracia”, afirmam. (Leiam aqui a íntegra do texto).
Acompanhem também (cliquem aqui) pela página do Facebook toda a programação do ato no dia 13 de março. Abaixo, segue o endereço dos locais de concentração para o ato em cada um dos Estados:
Alagoas: Maceió – Praça Sinimbú – 9h

Amazonas: Manaus – Concentração na Praça da Polícia – 15h
Amapá: Macapá- Concentração na Praça da Bandeira – 8h, Caminhada até a Praça do Forte – 10h
Bahia: Salvador – Itaigara – Em frente ao prédio da Petrobras – 7h
Ceará: Fortaleza – Praça da Imprensa – 8h
Distrito Federal: Brasília – Rodoviária – 17h
Espírito Santo: Vitória – Em frente à Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) – 16h30
Goiás: Goiânia – Coreto da Praça Cívica – 10h
Maranhão: São Luís – Panfletagem na Praça Deodoro – 7h, Concentração na Praça João Lisboa e passeata na Rua Grande até o final da mesma rua – Canto da Viração – para o Ato Político – 15h
Minas Gerais: Belo Horizonte – Praça Afonso Arinos – 16h
Mato Grosso do SulCampo Grande – Praça do Rádio Clube – 9h
Pará: Belém – Praça da República – 15h
Paraíba: João Pessoa – Em frente ao Cassino da Lagoa – 15h
Pernambuco: Recife – Parque 13 de Maio, Santo Amaro – 7h
Piauí: Teresina – Praça da Liberdade – 15h
Paraná: Curitiba – Praça Santos Andrade – 17h
Rio de Janeiro: Rio de Janeiro – Cinelândia – 15h
Rio Grande do Norte: Natal – em frente à Catedral – 16h
Santa Catarina: Florianópolis – em frente à Catedral Metropolitana – 14h
Sergipe: Aracaju – Praça Camerino – 9h
São Paulo: São Paulo – Avenida Paulista nº 901 – em frente ao prédio da Petrobras – 15h
Tocantins: Concentração no Posto do Trevo 2, caminhada na Avenida Tocantins, em Taquaralto, até a Praça da Igreja São Jose – 15h30

E amanhã, dia 12 de março, a mobilização acontece no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, com concentração no Largo Glênio Peres às 12h.
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MAIS DE 30 MIL SEM TERRA, MAIORIA MULHERES, ESTÃO MOBILIZADOS EM 22 ESTADOS.
Nada menos que 30 mil trabalhadores rurais do MST – a maioria mulheres – estão mobilizados e desde o início do mês realizam diversas ações em todo o país. Eles empreenderam ações ações em 22 Estados brasileiros, com marchas, ocupações de terra, prédios públicos, bancos e fechamento de rodovias.
São trabalhadores que programam participar do Dia Nacional de Luta na próxima 6ª feira, a grande mobilização programada pelas centrais sindicais, entidades estudantis e outras populares, em defesa dos direitos dos sociais trabalhistas, da Petrobras, da democracia e da reforma política.
O nível de mobilização a que chegaram dá bem uma dimensão do potencial a que podemos chegar nos grandes atos e manifestações populares de depois de amanhã. A maioria das ações realizadas por esses trabalhadores faz parte parte da Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, em que elas denunciam o modelo do agronegócio.
Os atos promovidos por elas continuam nesta 4ª feira em todo o país. Balanço divulgado pelo MST indicam que elas promovem hoje, ou já promoveram, desde o início do mês atos públicos de protesto e reivindicatórios nos Estados de SC, RS, MA, PR, SP, RJ, MG, BA, DF, PB, GO, AL, SE, MT, TO, RN, CE, ES, PE, PI, PA e MS.
As ações, explica o MST, tiveram inicio com a Jornada Nacional de Lutas das Mulheres Camponesas, entre os dias 4 a 9 de março. Logo na sequência, os Sem Terra já emendaram as mobilizações com a Jornada Unitária do Campo. Os trabalhadores rurais denunciam o modelo do agronegócio no campo brasileiro e propõem a agroecologia como alternativa ao capital estrangeiro na agricultura.
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¨TEMOS UMA GUERRA A ENFRENTAR: A DEFESA DOS DIREITOS DEMOCRÁTICOS¨AFIRMA PRESIDENTE DA CBT.
Em meio a mobilização e aos preparativos para o Dia Nacional de Luta e as grandes manifestações programadas para esta 6ª feira, o presidente da Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, analisou as principais bandeiras do ato do próximo dia 13 e destacou a importância das mobilizações que acontecerão em todo o país para a garantia da governabilidade nesta 2ª gestão presidencial de Dilma Rousseff.
Adilson, qual a dimensão e a importância deste ato no dia 13 de Março?
[ Adilson Araújo ] A CTB se soma à luta pela democracia e em defesa dos direitos sociais e trabalhistas, em defesa da Petrobras e contra o golpismo de direita, diante do atual curso da luta política nacional e ciente da importância do ciclo iniciado pelo ex-presidente Lula. As forças que advogam a tese do fim do salário mínimo e do fim deste grande e prolongado estágio de geração de emprego e renda foram derrotadas no processo eleitoral.
A gente percebe nesse momento que em decorrência da eleição, o Congresso Nacional, na sua composição social, tornou-se mais conservador. A direita se articula voltada a criar clima de instabilidade e de crise política. Daí a importância da mobilização em defesa da governabilidade, compreendendo que de fato a democracia precisa ser estabelecida porque, na verdade, o que a direita pretende é a quebra da legalidade constitucional. E isso é inadmissível e um retrocesso.
A classe trabalhadora tem consciência da importância de todas as políticas que foram conquistadas, como a política de valorização do salário mínimo e as conquistas sociais, ao longo das quais os trabalhadores conseguiram aumentar sua renda.
Como você avalia esse movimento da direita?
[ Araújo ] Veja que a direita pregou durante toda a Copa do Mundo que era impossível realizarmos e nós fizemos a Copa das Copas; questionou o processo de integração internacional e constituímos o banco dos BRICS. E, agora, essa mesma direita, derrotada nas urnas, tenta induzir a eleição para um 3º turno e promove uma onda de descrédito do governo federal. As intenções todos sabemos: fazer com que o Brasil retome seu passado sombrio, quando o neoliberalismo aprofundou as desigualdades. Daí a importância da articulação dos movimentos sociais, sindicais e dos partidos de esquerda para que a gente possa enxergar além do limite imposto pela pauta econômica. Nós temos uma guerra a enfrentar: a batalha em defesa dos direitos democráticos para que a presidenta Dilma possa governar o país.
O caso da Petrobras é emblemático. A elite reacionária tenta utilizar aspectos da Operação Lava Jato para atingir seu alvo que é, também, a privatização da Petrobras. Uma das maiores exploradoras de petróleo do mundo, a Petrobras é uma empresa que detém um capital de mais de US$ 8 trilhões. Além disso, como todos sabem, o pré-sal é sim o nosso passaporte para o futuro e 50% dos royalties do petróleo serão destinados para a educação. Substituiu-se o regime de concessão para o regime de partilha, pela qual mais de 90% do controle da exploração fica nas mãos da Petrobras.
Há, portanto, critérios nacionais em jogo e muito interesse estrangeiro, das empresas que querem disputar essa partilha. É fundamental levantarmos a bandeira em Defesa da Petrobras. O pré-sal tem de ser nosso. Não podemos abrir mão disso, sobretudo, sabendo do que a Petrobras representa para o país. A Petrobras é um patrimônio do povo brasileiro. Não podemos nos render a essa onda golpista da direita que se perpetua no país.
Em relação à política de ajuste fiscal do governo, como a CTB se posiciona?
[ Araújo ] O governo faz opção pela defesa da austeridade monetária e a justifica pela necessidade do ajuste fiscal. Compete a nós nos manifestarmos contra e reclamar com o governo para que seja fortalecida a aliança entre ele e a base trabalhadora. Há caminhos (alternativos), sobretudo taxando as grandes fortunas e efetuando uma reforma progressista, pela qual os ricos paguem mais e os pobres paguem menos. Fazendo com que, de fato, seja rompido o conservadorismo do tripé econômico, com seus juros altos e superávit primário. E que tenhamos um novo ímpeto na política industrial do país para que, de fato, sejamos uma nação poderosa e competitiva, com inovação, fortalecendo os investimentos em infraestrutura. Lutamos para que o Brasil encontre a verdadeira equação.
Defendemos, também, a efetiva reforma política e democrática. É importante destacar que houve uma redução da participação popular e sindical no Parlamento. Eu sempre digo sobre a questão do financiamento privado de campanhas que a empresa não vota, mas financia. Isso leva a uma desigualdade muito grande no resultado eleitoral porque enquanto o trabalhador enfrenta dificuldades para disputar um assento no Parlamento, a direita o faz contando com recursos privados. Quais os interesses de um Parlamento privado? Ele serve aos interesses do grande capital, sobretudo do rentismo, do grande latifúndio e das empresas de capital estrangeiro.
Você estará em qual ato no ato dia 13?
[ Araújo ] Eu estarei em São Paulo. A concentração começa às 15h, na frente do prédio da Petrobras (na avenida Paulista, 901, em frente ao edifício do Objetivo/Fundação Gazeta). A nossa expectativa é juntar 40 mil pessoas e eu estou bastante otimista até porque o dia 13 de Março acontecerá (atos mobilizatórios) em vários Estados brasileiros. Estão todos convidados a defender com as centrais e os movimentos sociais a reforma política, a Petrobras, a democracia e os nossos direitos.
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