terça-feira, 31 de março de 2015

Ombudsman aponta à Folha erro em texto sobre Dirceu; jornal mantém arrogância.



No reinado absoluto que comandam sem nenhuma regulação na área – já se faz tarde essa regulação e ninguém tem coragem de elaborá-la… – os grandes veículos de comunicação cometem tantos absurdos e desinformam tanto seus leitores nas manobras de manipulação que promovem que, as vezes, surpreendem até  seus próprios quadros jornalísticos.
Foi o que aconteceu semana passada com a Folha de S.Paulo com aquela sua manchete do domingo acusatória ao ex-ministro José Dirceu e que depois se provou toda mentirosa – ao contrário do que diziam a manchete de capa do jornal e a reportagem, executivos delatores que estão presos não haviam acusado Dirceu de receber propina no caso Petrobras e um único deles que teria falado, não o fez no inquérito nem no curso das investigações, mas teria falado em conversas com procuradores.
Para tentar esclarecer o que aconteceu, a ombudsman da Folha, Vera Guimarães Martins, que constatou e questionou toda a manipulação do jornal em que trabalha nesse material sobre Dirceu, dedicou praticamente toda a sua coluna de ontem ao fato. Vera  reitera que estava tudo incorreto em termos de informações e cobra expondo seu ponto de vista: pela dimensão dada à questão, o desmentido e o reconhecimento do jornal, de que errou, tinha que ter sido dado em uma nova reportagem e não apenas em pequena nota da Seção “Erramos”, como a Folha fez.
Folha não reconhece o outro erro, o de que não deu o devido direito de resposta
Mas, a Secretaria de Redação, com quem ela trata para esclarecer as questões levantadas pelo jornal e os erros por ele cometidos manteve a  arrogância na resposta dada a ombudsman: respondeu-lhe que o jornal cometeu apenas um erro de enunciado, que o conteúdo da reportagem – todo errado, falso… – “valia mesmo manchete” (???) e diz que o jornal deu a devida resposta ao publicar 10 linhas na seção Erramos e além disso, publicou a carta da assessoria de imprensa do ex-ministro.
Bom, só faltava não ter publicado a carta de esclarecimentos do ex-ministro enviada por sua assessoria de imprensa…mas não se espantem, leitores, às vezes, por mais clamorosa que seja a situação e a acusação, eles não publicam. Dai o orgulho da Secretaria de Redação ao jactar-se de ter publicado a carta! Mas, as vezes não dão mesmo nem esse mínimo direito de resposta, que não é o estabelecido em lei, já que esta determina que seja no mesmo espaço e tamanho da reportagem acusatória.
O jornal discorda dos comentários da ombudsman e a Secretaria de Redação lhe respondeu: “O erro foi assumido na seção diária destinada a essa finalidade. A carta do assessor de Dirceu criticando o enunciado foi publicada com destaque no alto do ‘Painel do Leitor’ de 24/03″.
Carta e nota em espaços muito menores do que os dados à manchete e à reportagem
Agora comparar e insistir que deu ao ex-ministro a devida resposta pelos danos causados pela reportagem manchete principal de capa do domingo passado e ocupou amplo espaço internamente só porque publicou a carta da assessoria de imprensa e deu 10 linhas na seção “Erramos”, francamente…
São dois espaços editoriais de acesso, leitura e destaque infinitamente menores que os demais em que ela publicou a manchete e a reportagem. A Folha subestima, acha que convence e quer desqualificar a inteligência e o censo de responsabilidade dos que acompanham seu noticiário.
Leiam clicando aqui a íntegra da análise da ombudsman publicada ontem sob o título “Diferentemente do informado…”
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PT PEDE À PF QUE INVESTIGUE ATENTADOS ÀS SEDES DE SEUS DIRETÓRIOS.
O presidente do diretório municipal do PT paulistano, Paulo Fiorilo, solicitou à Polícia Federal (PF) que proceda investigação sobre os atentados  aos diretórios municipais do partido na capital paulista (na madrugada da 5ª feira pp.) e em Jundiaí (SP) na noite do último dia 15. Para Fiorilo, os atos demonstram a escalada de ódio e intolerância contra a legenda.
Fiorilo informou que o partido registrou boletim de ocorrência na Polícia Civil, a quem o diretório pediu a instauração de inquérito policial, inclusive porque as casas vizinhas ao local têm câmeras e podem ter gravado o atentado. Em São Paulo atiraram uma bomba caseira contra a sede municipal que danificou as instalações e em Jundiai colocaram fogo na sede e danificaram documentos. O atentado contra a sede partidária petista na capital foi, assim, o segundo em menos de 15 dias a sedes do partido.
Fiorilo considerou que a violência e atos de vandalismo contra as duas sedes municipais configuram atentado não só contra um partido, mas contra uma instituição. “Vivemos em um País que está em um Estado de direito e é inadmissível que casos como esse ocorram”, enfatizou.
Para o dirigente municipal, os atos de vandalismo registrados em São Paulo e em Jundiaí mostram que o PT pode estar sendo alvo de crimes de conotação política. “Foram criados movimentos que, amplificados pela mídia, disseminam o ódio contra o PT. Para nós este ato tem uma gravidade muito grande e não vamos deixar que ele seja tratado como vandalismo, assim como aconteceu em Jundiaí”, explicou Fiorilo.
Outra dirigente do diretório de São Paulo, Carmem da Silva Ferreira, lembrou que a sede está há uma década no mesmo local e que nunca foram registrados problemas com os vizinhos.  “Nós nunca recebemos ameaças por telefone, internet ou pessoalmente. Não temos inimizades na vizinhança”, comentou. A direção municipal do PT paulistano divulgou nota oficial a respeito da violência de que o partido foi vítima.
Vejam a íntegra:
“O Diretório Municipal do PT de São Paulo repudia veementemente o atentado a bomba ocorrido no Diretório Zonal do PT Centro.
Este atentado não foi cometido somente contra o PT, mas contra o Estado Democrático de Direito. A disseminação do ódio e da intolerância, que vem sendo vista em diversas manifestações, é materializada nesta ocorrência e também no ataque à sede do Diretório Municipal do PT de Jundiaí, ocorrido em 15 de março.
São ações que ferem o direito legítimo às organizações sociais, políticas e religiosas, previsto em nossa Constituição e presente nas nações democráticas.
Tal ódio e intolerância também vêm sendo amplificados por parte da grande mídia. Mais do que nunca, é preciso que tais setores e personagens da imprensa tenham clareza do risco que a sociedade passa a correr quando não se repudia ações dessa natureza.
Cabe a toda sociedade combater, repelir e condenar atos e atentados que visam destruir a Democracia. Somente assim, poderemos fortalecer as instituições democráticas para continuar a trilhar um caminho de um país cada vez mais justo.
São Paulo, 27 de março de 2015.
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