quarta-feira, 23 de maio de 2018

SERGIO MORO PODE IR PARA A CADEIA, VIA ADVOGADO DO GOLPE.


Em seu presente tour pelos EUA, que teve início no dia 15 (quando o Moro voltará a bater ponto na comarca de Curitiba?), o juizeco participou de várias atividades peculiares: foi escrachado em inglês, recebeu o prêmio (cafona) de “Personalidade do Ano”, tirou foto com um ex-prefeito e com uma turma de notáveis e foi até paraninfo de uma formatura na Universidade de Notre Dame, em Indiana.
Um desses eventos foi o Brazilian Investment Forum, em Nova York, no dia 16. Trata-se de um evento para, de acordo com o próprio site, reunir empresários e investidores nacionais e internacionais com objetivo de debater relações bilaterais entre Brasil e Estados Unidos.
O tal fórum foi organizado pelo LIDE, a empresa do ex-prefeito de São Paulo, João Doria, especialista em, quando não está fantasiado de gari, organizar palestras, simpósios e outros eventos para apresentar políticos a ricos e ricos a políticos.
O co-palestrante da noite foi Carlos Marun, ministro da secretaria de governo do usurpador, defensor de primeira hora do político mais odiado da terra, e acusado de tomar R$ 16 milhões do erário público do Mato Grosso do Sul.
Mas esse não é o aspecto mais interessante do evento. O LIDE Brazilian Investment Forum recebeu o patrocínio de quatro empresas brasileiras – uma delas é o escritório Nelson Willians & Advogados Associados.
Não é a primeira vez que Nelson Willians – sócio-proprietário do escritório de advocacia -, Moro e Doria estiveram juntos em eventos do LIDE. Em setembro de 2015, Moro e Willians participaram de um “almoço-debate” sobre a Operação Mãos Limpas. Em março de 2016, outro evento: a palestra“Empresas e Corrupção”, organizada pelo LIDE Paraná.
Foto: Divulgação
(Nelson Wilians e Moro após a palestra “Empresas e Corrupção” (Divulgação)
Na Carta Capital, em 2016, o repórter André Barrocal mostrou que o escritório tem relações estreitas com o Golpe dos canalhas canalhas: foi contratado (sem licitação) para arbitrar uma disputa milionária envolvendo o Porto de Santos e o Grupo Libra. Além disso, dois de seus sócios redigiram um pedido de cassação da presidenta Dilma, entregue ao então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, pelo ex-ator pornô Alexandre Frota.
Há suspeitas, também, de que dois jatinhos do escritório Nelson Willians teriam sido utilizados para transportar deputados pró-Golpe no fim de semana da abertura do impeachment na Câmara.
O escritório também assinou um contrato suspeito com o Banco do Brasil em 2016, após o banco resolver terceirizar quase metade de suas demandas jurídicas.
O Diário do Centro do Mundo, em matéria de Joaquim de Carvalho, lembra que o escritório, um dos maiores escritórios de advocacia do Brasil, tem a Petrobras como um de seus principais clientes.
Uma rápida pesquisa pelo Google comprova a relação.
Esse tipo de palestra, normalmente, tem um custo alto. Segundo o DCM:
Lula, por exemplo, cobrava 200 mil dólares por palestra, o mesmo valor das palestras do ex-presidente Bill Clinton, e foi questionado pelos procuradores da Lava Jato, que vazaram à imprensa as informações sobre as palestras como indício de corrupção.
Para se defender, Lula apresentou a relação de palestras que fez e nelas havia grandes empresas sem nenhum relação com a Petrobras, incluindo a Globo.
Se Lula foi pressionado por conta das palestras que realizava, por que Moro pode fazer as suas sem ser questionado, ainda mais levando em consideração que uma delas teve o patrocínio de um escritório que é contratado pela Petrobras?
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Está explicada, então, a presença do Pedro Malan Parente no evento (Créditos: Vanessa Carvalho/Estadão)
Em tempo: a própria Petrobras também foi apoiadora do evento em que Moro foi agraciado “Personalidade do Ano”: pagou U$26 mil dólares por uma das mesas do evento!
Em tempo
O deputado Wadih Lula Damous (PT-RJ) vai denunciar o juiz Sérgio Moro ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por conflito de interesses envolvendo a Petrobras e um escritório de advocacia de São Paulo. Damous enxergou grave violação do Código de Ética da Magistratura, o qual deveria ser observado pelo juiz de Curitiba.
Moro participou como palestrante de evento em Nova York, organizado pelo pré-candidato João Doria (PSDB) e que teve entre os seus patrocinadores o escritório de advocacia Nelson Wilians, que atende a Petrobras. “Ele (Moro) fez um périplo, nas últimas semanas, pelos EUA. Foi à Nova Iorque, em um evento com a participação de João Doria, com quem ele tem relações promíscuas, como, aliás, tem com todo tucanato”, acusou.
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