domingo, 29 de julho de 2018

Aécio pode sumir de Minas, mas seu legado estará muito bem representado em Anastasia.



Aécio Neves não foi à convenção tucana que oficializou neste sábado, dia 28, o nome do senador Antonio Anastasia para disputar o governo de MG e do deputado federal Marcos Montes (PSD) para vice.

A assessoria deu uma desculpa esfarrapada.

“Só a partir do anúncio de sua decisão o senador Aécio participará de atos de campanha”, diz a nota.

Ele está se reunindo com diversas lideranças políticas “para avaliar a melhor forma de contribuir para o resgate de Minas Gerais nesse momento de extrema gravidade e grandes incertezas”.

Então tá.

Aécio é um zumbi político — mas sobrevive, e muito bem, no próprio Anastasia.

Anastasia estava por trás do “choque de gestão”, uma patacoada marqueteira que serviu de cortina de fumaça para o estado ser saqueado.

Teve a ideia em 2002, quando, depois de ter sido secretário-executivo dos Ministérios do Trabalho e da Justiça nos dois mandatos de FHC, preparava o programa de governo de Aécio.

O resultado: no final de 2014, Minas registrou um déficit de 2,16 bilhões de reais.

Pelo perfil baixo, Anastasia é dissociado do chamado núcleo duro aecista, cujas figuras de proa são Andréa Neves, Oswaldo Borges da Costa Filho, o Oswaldinho, Danilo de Castro, Paulo Vasconcelos e o famoso primo Fred, aquele que Aécio mandaria matar antes de delatar.

Anastasia, no entanto, azeitou a máquina de Aécio.

Foi também relator do impeachment no Senado.

Acolheu as denúncias da acusação e considerou em seu relatório que Dilma cometeu o clássico “crime de responsabilidade”.

“Instaurou-se um vale-tudo orçamentário e fiscal que trouxe sérias consequências negativas para o país”, afirmou no parecer.

Depois vieram à tona suas próprias pedaladas mineiras. “As estatísticas não apuravam”, explicou.

Aécio pode não dar as caras em sua terra, mas seu legado está muito bem representado no mano Anastasia.


Por Kiko Nogueira - DCM


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