quarta-feira, 15 de abril de 2015

Deputados que votaram pró-lei que irá destruir emprego não representam o povo.



Em artigo publicado na Folha de S. Paulo de hoje, sob o título “Fuzilamento”, o professor de filosofia da USP, Vladimir Safatle levanta aspectos importantes sobre a aprovação do texto principal do projeto de terceirização do trabalho na Câmara dos Deputados na semana passada. Safatle é categórico: a lei 4.330 visa “fragilizar os vínculos trabalhistas, criando uma situação de precarização na qual, em um futuro próximo, não haverá mais empregos, apenas funcionários flexíveis alocados temporariamente em empresas por período incerto”.
Safatle cita exemplos e números relativos aos trabalhadores terceirizados no país, cujos salários “tendem a ser 24% menor do que salários de empregados formais” e que trabalham, “em média, três horas a mais do que empregados formais”. E denuncia: “vendem-se as imagens de um paraíso neoliberal de flexibilização, mas o que se entrega é o inferno medieval da espoliação no trabalho”.
Aponta, ainda, que essa é a tendência mundial, lembrando que “relações trabalhistas são relações de força” e que “há de se perguntar quem tem mais força hoje”. Saflate também ironiza “aqueles que acreditam em situações nas quais patrões e trabalhadores saem todos ganhando”. E vai direto ao ponto: “os 324 deputados que votaram a favor da lei que irá destruir o seu emprego não representam o povo”.
“Eles representam os empresários que pagam suas campanhas e são comandados por um presidente da Câmara que entrará para a história como aquele que permitiu os trabalhadores brasileiros serem fuzilados em um conflito no qual eles, cada vez mais sem defesas, caminham para o aprofundamento de sua espoliação. Agradeça a eles quando você sentir as maravilhas da terceirização”, conclui.
Cliquem aqui e leiam a íntegra do texto.
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http://www.zedirceu.com.br/deputados-que-votaram-pro-lei-…/…

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PESQUISA DEMOLIDORA: É SOBRE O CONCEITO EM QUE A POPULAÇÃO TEM A MÍDIA.

Chama a atenção – e muito, como chama! – o baixíssimo conceito que a população brasileira tem da mídia. Apenas 21% apontam nossa imprensa como “muito” confiável, o que significa que a grande maioria não a acha digna de confiança. Os dados foram levantados em pesquisa realizada com participantes das manifestações do último domingo, um trabalho coordenado por Esther Solano, professora de Relações Internacionais da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e pelo filósofo Pablo Ortellado, da Universidade de São Paulo (USP).
Os dados da pesquisa estão publicados hoje na coluna da Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo. Pior que a baixa confiança – ou provavelmente em decorrência dela – um universo expressivo de nossa população, conforme aferiu a pesquisa, embarca e acredita em informações “não confiáveis e com fundo polêmico”.
Como uma informação que circulou na internet e levada a sério por nada menos que 42% dos manifestantes pesquisados, de que o PT trouxe para o Brasil 50 mil haitianos para votar na presidenta Dilma Rousseff em sua reeleição no ano passado. Como se os haitianos ou qualquer outro estrangeiro pudesse votar no Brasil…
Como a imprensa recebe e divulga essa pesquisa, mas não muda sua pauta nem linha editorial, a conclusão é que ela sabe não ser confiável para a maioria dos brasileiros mas mesmo assim insiste em fingir que o público não percebe e ignora suas jogadas, manipulações e defesa dos próprios interesses e negócios.
Só assim se explica que ela continue nessa linha, ao invés de priorizar os interesses do país e a informação a ser dada a seu leitores e à população em geral.
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