sexta-feira, 1 de maio de 2015

29 de abril: Dias diferentes para a educação em Minas e no Paraná; País repudia massacre.

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Minas: Em reunião com Secretários Adjuntos da Educação, Planejamento, Governo e Secretário de Governo, mediada pelos deputados estaduais Rogério Correia e Professor Neivaldo, o Governo do Estado de Minas Gerais apresentou nova proposta ao Sind-UTE. Mais tarde, em assembleia no pátio da ALMG, a categoria reconheceu mais um avanço nas negociações, decidiu por um calendário de discussões da proposta em assembleias locais e marcou uma próxima assembleia para o dia 14 de maio.
As novas #propostas são:
1) manutenção dos níveis de mestrado e doutorado na carreira;
2) os mesmos abonos e reajustes serão praticados para os aposentados e afastados preliminarmente com paridade;
3) a incorporação de abonos será em percentual, preservando os atuais percentuais de promoção (10%) e de progressão (2,5%);
4) os abonos também serão reajustados enquanto não forem para o vencimento básico;
5) a Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada (VPNI) terá todos os reajustes que forem praticados;
6) grupo de trabalho para reorganizar a gestão do IPSEMG;
7) anistia de todos os períodos de greve e paralisações desde 2011 e anulação das punições;

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Também em assembleia, o Sind-UTE aprovou moção de repúdio aos ataques sofridos pelo líder do MST, João Pedro Stédile. Nesta quarta-feira (29), o deputado Rogério Correia, leu em plenário um artigo criticando a histeria da elite mineira em relação à condecoração ao líder progressista.



Rogério Correia defende entrega da Medalha da Inconfidência à Stédile.

Nomeação: E uma boa notícia, nesta quinta-feira (30), foi anunciada a nomeação de mais 1500 professores concursados!
Parabéns Bia e Sindute pela vitória e persistência! Parabéns Governador Pimentel e Secretária Macaé!
Compromisso é nomear 60 mil até 2018. Continuo na ‪#‎ALMG‬ lutando pela EDUCAÇÃO! Agora é o piso! Sempre na luta!

Paraná: O cenário é de guerra. Professores e policias militares entraram mais uma vez em confronto em frente à Assembleia Legislativa, onde começou a votação do projeto que modifica a previdência dos servidores do Estado. Bancado pelo governador Beto Richa (PSDB), em detrimento à Previdência dos servidores, o projeto visa aliviar o caixa do governo em R$ 1,7 bilhão ao ano. Algo muito semelhante ao adotado pelos tucanos quando governaram Minas.
Contra os professores paranaenses, a Polícia tucana usou balas de borracha, jatos d’água, cães e bombas de gás lacrimogêneo, sendo lançadas até por helicópteros.
Fica claro dois cenários distintos: Em Minas, um governo democrático e popular, em uma situação financeira crítica deixada pelos governos do PSDB, chama os servidores da educação para a mesa de negociação. No Paraná, copiando o modelo de gestão tucana que faliu Minas Gerais, servidores são tratados com truculência
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 NOTA DE REPÚDIO.
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O Partido dos Trabalhadores repudiou o massacre promovido pela Polícia Militar do Paraná, estado governado por Beto Richa (PSDB), contra os professores estaduais em greve.
O Centro Cívico da capital paranaense se transformou em um cenário de guerra. Ao todo, mais de 200 pessoas ficaram feridas, sendo 15 em estado grave, segundo informações da Prefeitura.
Os servidores protestavam contra a votação do projeto de lei 252/2015, de Beto Richa. O texto, aprovado em meio ao massacre, autoriza o governo estadual a mexer no fundo de previdência dos servidores públicos do estado, a Paraná previdência.
Em publicação no Facebook, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva solidarizou-se com os professores do Paraná, “agredidos de forma violenta pela Polícia Militar do estado”.
“Temos visto a atuação da polícia na garantia da segurança de manifestações que têm acontecido no país, mas esse direito deve ser garantido a todos”, criticou Lula.
O ex-presidente ainda afirmou ser “inadmissível” que o direito de manifestação seja restringido a qualquer pessoa, principalmente aos professores.
No Twitter, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, criticou a ação da polícia do Paraná, reforçou o direito à greve e solidarizou-se com os professores.
“Abaixo a truculência do governador Richa! Diálogo, sim. Repressão e violência, não!”, disse.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, Paulo Pimenta (PT-RS) repudiou, em nota, o tratamento dado pela polícia do Paraná aos professores estaduais.
“Sem qualquer justificativa plausível, os agentes de segurança pública estão promovendo um ataque, não só com gás, mas com balas de borracha atiradas a esmo, cassetetes e cachorros. Tudo com muita violência, colocando as pessoas em risco de morte”, destacou o deputado.
Pimenta informou ter viajado, ainda na quarta-feira (29), à Curitiba, capital do estado, para acompanhar o que chamou de “violações dos direitos humanos”.
“Os mais de cem feridos até agora, e todos os cidadãos presentes, são vítimas de inúmeras violações de direitos humanos. Não apenas ao direito legítimo de protesto, mas à integridade física e à vida”, lembrou Pimenta.
Senadora eleita pelo estado do Paraná, Gleisi Hoffmann (PT), acompanhou, no Centro Cívico de Curitiba, os atos de violência contra os professores estaduais. Ela contou ter presenciado o momento em que a polícia começou a jogar bombas contra os docentes.
“Eu também andei no meio do povo, ninguém estava fazendo resistência e as bombas continuavam. Isso não faz parte da nossa história, não faz parte da democracia e do respeito que temos que ter com os movimentos”, exaltou a senadora.
Por diversas vezes, eu e as lideranças sindicais pedimos aos policiais que parassem de atirar bombas contra os professores, mas a violência continuou. Caminhei entre os manifestantes e vi dezenas de feridos. Um verdadeiro cenário de guerra”, contou Gleisi.

O choro da elite mineira sobre a medalha entregue a Stédile.


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A indignação de políticos conservadores e de parte do empresariado mineiro com a medalha da Inconfidência concedida ao líder do MST, João Pedro Stédile, escancara o que está posto no Brasil neste momento: a elite não aceita mais o povo no Poder. É isso.
Isso é mais forte do que a crise econômica e do que a corrupção que está sendo desvendada após décadas de assaltos aos cofres públicos.
Não é por simples insatisfação que entidades empresariais gastaram uma boa grana para publicar uma nota de repúdio em jornais mineiros. Curiosamente, a nota saiu publicada na mesma página que trouxe a notícia da aprovação da terceirização.
Políticos, artistas, juristas, empresários, jornalistas, ativistas e uma gama enorme de pessoas de todo o Brasil já foram condecoradas com a medalha, incluindo o amigo do rei Luciano Huck e o “grande empresário” Eike Batista, que tanto explorou as riquezas mineiras de Minas Gerais, prejudicando gente simples e humilde das comunidades rurais do interior, como por exemplo, em Conceição do Mato Dentro.
Mas o Stédile não pode ganhar. O “grande jornal dos mineiros” chegou a colocar como intertítulo da matéria sobre o evento: bandido.
Alguns homenageados mais conservadores já anunciaram que irão devolver suas medalhas e o PSDB protocolou Projeto de Resolução na Assembleia Legislativa para cassar a medalha de Stédile.
Hoje deputados da oposição e alguns manifestantes nas galerias do Plenário da ALMG, entre eles, o filho de Pimenta da Veiga, candidato do PSDB ao governo do Estado, derrotado pelo PT, usaram cordas vermelhas no pescoço para continuar o lamento sobre a medalha concedida a um líder de movimento popular. Então é isso, a aristocracia pode receber, o rebelde não.
O interessante é que foi justamente isso o que aconteceu com Tiradentes. De todos os inconfidentes, ele foi o único sentenciado à morte. O motivo? Ao contrário dos outros, não tinha alta patente, era de classe baixa e não pertencia à elite das minas gerais. Os demais receberam penas mais brandas.
Embora a Inconfidência Mineira tenha sido um movimento da elite mineira revoltada com a derrama, alguns ideais marcaram o movimento como a luta contra a exploração das terras mineiras pela Coroa portuguesa, luta pelo direito dos colonos e por liberdade.
Bandeiras parecidas com as do MST. Tiradentes foi alçado a herói após a proclamação da República, e sua imagem trabalhada estrategicamente para associá-lo a Jesus e à simplicidade, reforçando a representação de homem do povo e do bem. Mas um homem do povo, um rebelde não pode receber a medalha que lembra justamente a conjuração e a rebeldia dos mineiros.
Mas além da medalha a Stédile, a cerimônia dos Inconfidentes promovida pelo governo petista, em Ouro Preto, no último dia 21, trouxe mais uma novidade: a praça foi aberta ao povo após 12 anos de cerimônias fechadas.
O governador enfrentou manifestação, mas manteve sua postura democrática e popular.
Stédile é povo. Esse foi o 21 de abril deste ano em Minas Gerais. Talvez Tiradentes, pelo menos a imagem forjada ao longo do tempo, esteja mais satisfeito agora…
Fonte: VioMundo

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