terça-feira, 20 de março de 2012

Não queremos massacre no Novo Pinheirinho, afirma dirigente.

“Viver com dignidade”. Esse é grito proferido pelos novos moradores do chamado "Novo Pinheiro", em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, que lutam na Justiça para conseguir um espaço descente para sobreviverem.


Em meio a barracas improvisadas com bambus e lonas, estas famílias estão ocupadas desde o dia 2 de março, o terreno nomeado “Novo Pinherinho”, localizado em Embu das Artes, e abriga cerca de 2.500 famílias, é de propriedade da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

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Segundo informações do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), as famílias ocupadas não tem acesso à energia elétrica, saneamento e nem a um local digno para processar seus alimentos. Dados do MTST revelam que cerca de 9 mil famílias sofrem com a falta de moradia digna em Embu das Artes.

Na quarta-feira (14) mais de 2.300 famílias da ocupação Novo Pinheirinho do Embu realizaram uma Grande Marcha do Povo cujo destino era a Câmara Municipal do município de Embu das Artes.

Em declaração à imprensa, o movimento ressaltou que o objetivo é pressionar o poder legislativo municipal (os vereadores) a reafirmar a destinação mista da área atualmente ocupada (antigo terreno “Roque Valente”) nos termos já previstos pela Lei Municipal 2024/2002, para que finalmente a população disponha de moradias dignas, de uma APA (Área de Proteção Ambiental) e de uma área de lazer. E  Vanessa de Souza, coordenadora estadual do MTST, esclareceu que a CDHU adquiriu o local em 1998 para implantar um projeto que previa a manutenção da vegetação local, com a criação de um Parque Ecológico, a construção de 1.200 unidades habitacionais na área desmatada, bem como de um centro esportivo, um centro educacional e outro centro de cultura ambiental, destinados à comunidade.

No entanto, a dirigente explica que “a proposta nunca saiu do papel. Em 2006, um grupo de ambientalistas contrários à proposta das moradias populares conseguiu uma liminar do Ministério Público proibindo construções no local”.

Vanessa Souza declarou que “o MTST defende a construção das unidades habitacionais na área desmatada bem como a preservação da área classificadas como APP [Área de Proteção Permanente]”.  


No dia 6 de março, a comunidade do acampamento Novo Pinheirinho do Embu recebeu uma ordem de despejo emitido por um grupo de ambientalistas autonomeado "pró-parque", sob a liderança da advogada Maria Isabel Hodnik. O MTST, no entanto, disse que tomará as medidas cabíveis para contornar a situação.

De acordo nota enviada à imprensa, o MTST espera uma solução pacífica e negociada para os Novos Pinheirinhos de Embu e Santo André, que não querem ser palcos de tragédias tal como a que ocorreu recentemente em São José dos Campos. Se nos próximos dias não houver encaminhamentos concretos para estes casos, o MTST realizará ações contundentes no estado de São Paulo

Situação alarmante

Dados divulgados pelo Programa da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que 33 milhões de brasileiros não possuem moradia digna e vivem abaixo dos níveis razoáveis de sobrevivência. 

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