sexta-feira, 23 de março de 2012

No dia da mentira cordão celebra a farsa do fim da ditadura.

Jornalista Luiz Eduardo Merlino foi torturado e assassinado nas dependências do Doi-Codi paulista, em 1971

O velho ditado sentencia “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade” e por essa mesma razão é que, equivocamente, o presente repete o passado. E assim, no dia 1º de abril, o Cordão da Mentira celebra a farsa, a mentira e sua repetição exaustiva em tom de samba,  relembrando aquela que pode ser considerada a maior ilusão da história brasileira: o fim da “ditadura civil-militar” . A concentração acontece a partir das 11h30, no Cemitério da Consolação.


Instituída há 47 anos, a ditadura auto-proclamada revolução pode ser considerada uma grande mentira desde o seu começo até os dias atuais. E por isso, diante da impunidade que se perpetua, representantes do Carnaval paulistano (Camisa Verde, Projeto Nosso Samba), coletivos culturais, sociais e políticos tomarão as ruas para realizar uma intervenção estética, dialogando de modo bem humorado e radical, temas cruciais, na busca pela real transformação da sociedade brasileira.
 “Quando vai acabar a ditadura civil-militar?”

De vermelho e preto, o cordão abrirá as alas da infame paulicéia para protestar e estimular a reflexão sobre a violência promovida pelo Estado. Uma ode aos que lutaram por liberdade e respeito, seja no  Pinheirinho, Eldorado do Carajás, Araguaia e as Ligas Camponesas.

Nomes que representaram a luta no passado, como Marighela, Herzog, Pato N´Água e vítimas como os 492 executados em São Paulo em Maio de 2006. Personagens anônimos ou conhecidos aniquilados pelas práticas autoritárias que respondem suas contradições à bala.

De volta às ruas estará tudo aquilo encarcerado nos porões da ditadura. Nas ruas estará o samba dos cordões, imagens censuradas. Gritarão as vozes silenciadas.

No 1º de abril, lembrará-se a pergunta: Quando vai acabar a ditadura civil-militar?

Do Catraca Livre - 16.03.12


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