domingo, 18 de novembro de 2012

MARCADO PARA MORRER, AZEREDO DIZ QUE NÃO FEZ "MENSALÃO"

Divulgação
Em nota, o ex-governador mineiro Eduardo Azeredo afirma que, no seu caso, não houve compra de votos e diz que não teve qualquer responsabilidades pelas questões financeiras ligadas à sua campanha de 1998; já é uma defesa preventiva do deputado em relação à pressão para se julgue também o escândalo tucano.

247 - Em 1998, Eduardo Azeredo era governador de Minas Gerais e candidato à reeleição pelo PSDB. Boa parte de sua campanha foi paga com recursos desviados de estatais mineiras, como Copasa, Comig e Bemge, que simularam gastos de publicidade num evento conhecido como "Enduro da Independência". Diversos parlamentares foram beneficiados e, segundo o advogado Marcelo Leonardo, Marcos Valério entregou ao então procurador-geral Antônio Fernando de Souza os nomes de 79 políticos, além dos recibos bancários. Nada se fez em relação a isso.
O chamado "mensalão tucano" também não foi julgado até hoje. Segundo o ministro Joaquim Barbosa, não despertava o mesmo interesse dos meios de comunicação. Diferentemente do caso petista, os réus sem foro privilegiado estão sendo julgados em primeira instância – Azeredo, como deputado, está no STF, mas seu caso ainda não saiu do lugar.
Preocupado, o deputado mineiro enviou algumas explicações ao jornalista Jorge Bastos Moreno, do Globo. E o jornalista, de certa forma, assumiu sua defesa. "É que, como político experiente [Azeredo], conhece bem a hipócrita isonomia política: se você pune 10 de um lado (no caso, seriam 40, sem incluir as baixas ), tem que punir pelo menos um de outro lado", diz Moreno, em seu texto. Ou seja: Azeredo estaria marcado para morrer não pelo que fez, mas apenas porque o PSDB tem que entregar uma cabeça.
Abaixo, algumas das explicações do deputado:
"1) Nunca houve “mensalão” em Minas Gerais. Mensalão pressupõe pagamento a parlamentares para conseguir apoio em votações. Isso não aconteceu em Minas Gerais. 

2) Todos que participaram da campanha de 1998 atestam que as questões financeiras não estavam sob minha responsabilidade. Como governador que tentava a reeleição, dedicava-me simultaneamente ao Governo e à campanha em 853 municípios. 

3) A suposta prova utilizada contra mim no processo em curso é um “recibo” com a falsificação grosseira de minha assinatura. Trata-se de uma cópia, cujo original nunca apareceu. O documento foi recusado como prova pelas investigações da PGR e da PF, justamente, por ser uma cópia sem original. E perícia oficial já atestou a fraude. Nunca assinei tal documento e, muito menos, recebi a quantia ali colocada. Trata-se da ação de falsário já desmascarado que, até pouco tempo atrás, estava preso em Belo Horizonte. 

4) Nenhum dirigente do PSDB – ou eu próprio – assinou empréstimos. Os que foram feitos pela SMP&B no Banco Rural não foram operações fictícias e foram pagos. 

Ele diz ainda que seu processo, a ação penal 536, sobre a campanha de 1998, "teve início em março de 2010 e encontra-se ainda em fase de oitivas das testemunhas, sem previsão para que seja finalmente julgada".

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