terça-feira, 3 de dezembro de 2013

A falsa contrição de Aécio Neves.

A falsa contrição de Aécio Neves

Seu artigo desta semana (Mentiras e verdades) começa com uma referência ao monsenhor Paiva, pároco, por 50 anos, em São João Del Rei e que, segundo o nosso devoto senador, foi para ele sempre uma referência por seu “senso ético”.

Apoiando-se no pastor, Aécio diz que – como ele – soube discernir, desde cedo que existe a verdade e a mentira, o certo e o errado. O senador Aécio Neves, óbvio, reivindica, para si, a verdade e o certo. E atribui aos adversários a mentira e o erro.

Falta a ele um gesto sincero de contrição.

Quando ocorrem fatos como o propinoduto tucano em São Paulo, as fraudes no ISS (também em São Paulo – governo Serra), o caso do helicóptero envolvendo um deputado e um senador, aliados de seu projeto, Aécio parte para a generalização:

“Os graves acontecimentos envolvendo políticos não depõem apenas contra indivíduos. Acabam por rebaixar a atividade política como um todo. Infelizmente, nos últimos anos, aos olhos da população, a política vem perdendo sua dimensão de instrumento transformador da sociedade.”

Tucanos, demistas e outros amigos seus, antiPT, nas redes sociais têm o péssimo costume de generalizar, quando a batata quente cai no seu colo.

Foi assim que ele fez com o escândalo de Demóstenes Torres, pego em gravações prestando consultoria ao malfeitor Carlos Cachoeira.

Ou seja, quando a acusação, o escândalo fabricado, as suspeições são dos adversários, aí ele declina nomes, endereços e cpf's. Quando atinge os seus, ele generaliza. Ele se exclui. Pede a companhia de um pároco, e de seus atributos, para se isolar desse mundo pecaminoso.

Ora, Aécio Neves, não nos irrite.

Explique às demais ovelhas, como consegue, mesmo tendo declarado uma queda patrimonial entre 2006 e 2010, manter um estilo de vida nababesco como o seu.

Por que mantém carros de luxo, de uso pessoal, sob propriedade da Rádio Arco-Íris?

Por que esperou o 28 de dezembro de 2010, para fazer uma atípica triangulação de cotas de sua Rádio?

Por que usa o jatinho da Banjet, para seus deslocamentos pessoais, nomeando o proprietário da empresa, para a presidência da Codemig?

Por que optou pela mentira, nas campanhas presidenciais, de Serra e Alckmin? Que “senso ético” é esse no qual cabe a traição aos companheiros, com a cara mais lavada do mundo?

Aécio Neves, seu ato de contrição é insincero. E não falemos aqui de sua vida pessoal que, como figura pública que és, não se constitui uma boa referência para a juventude. Ficamos apenas no terreno da política. Fale algo de concreto sobre o fato de um senador e um deputado, aliados seus, usarem de verba pública em helicóptero flagrado em atividade criminosa.

E olhe que nem fazemos aqui qualquer acusação leviana de vínculos deles ou seu com narcotráfico. Mas sim com o abastecimento de uma aeronave de uma empresa, um assessor parlamentar e emendas, tudo isso voltado para beneficiar uma atividade empresarial privada!

Quando o caso é singular, Aécio fala no plural!

Anexo: 
Artigo aécio - 2 novembro.doc

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