terça-feira, 12 de agosto de 2014

Massacre anunciado: PM anuncia despejo de 8 mil famílias em Belo Horizonte.

Massacre anunciado: PM anuncia despejo de 8 mil famílias em Belo Horizonte
A Polícia Militar de Minas Gerais anunciou para os próximos dias uma megaoperação de despejo de 8 mil famílias pobres.

A Polícia Militar de Minas Gerais anunciou para os próximos dias uma megaoperação com forte aparato militar para despejar 8 mil famílias pobres que moram nas ocupações Rosa Leão, Vitória e Esperança, localizadas na região do Isidoro, vetor norte de Belo Horizonte. O despejo é uma ação covardemente arquitetada pelo Governo do Estado de Minas Gerais e pela Prefeitura de Belo Horizonte para defender os interesses da especulação imobiliária e acordos financeiros para implantação de empresas na região. A construtora supostamente responsável por um empreendimento, a Direcional Engenharia S/A, foi uma importante financiadora da campanha de Aécio Neves (PSDB) para senador por Minas Gerais em 2010. Aécio é candidato a Presidente da República nessas eleições.

Questionado na reunião pelos moradores das ocupações e por representantes do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e Brigadas Populares, sobre alternativas para os moradores da região, ficou clara a ausência de proposta para essas famílias e a completa irresponsabilidade do governo do estado e da prefeitura. Enquanto acontecia o pronunciamento, policiais militares se dirigiram às ocupações para coagir os moradores a abandonarem suas casas. Em panfleto entregue pela PM aos ocupantes o tom é de ameaça, chegando a responsabilizar os movimentos pelo possível massacre praticado pela repressão. Em um trecho o panfleto afirma: “Sugere-se que mulheres grávidas, idosos, crianças e pessoas portadoras de necessidades especiais saiam do local, para preservar a integridade física e psicológica dos mesmos. A responsabilidade pela saúde dessas pessoas é do movimento”.

A tortura psicológica contra as famílias é constante. Na quarta-feira (6/08), 15 viaturas da polícia acompanharam funcionários da Companhia de Energia de Minas Gerais (Cemig) que tentavam cortar a ligação de energia das ocupações. Frente à resistência pacifica da comunidade diante da ilegalidade na retirada de direito básico, a polícia distribuiu ameaças e humilhou uma moradora da ocupação Vitória que tentava conversar com a PM. “Você é uma piranha, sua puta. Eu gravei sua casa, vai ser a primeira que nós vamos derrubar e ainda vou dar um tapa na sua cara”, bradava o policial.

No mesmo dia, ocorreu reunião no 13º Batalhão da PMMG no bairro Planalto, com a presença do presidente da Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte (Urbel) Genedempsey Bicalho; representantes da construtora Direcional; da juíza da 6ªVara de Fazenda Pública de Belo Horizonte, que deu a sentença de despejo, Luzia Divina. O comandante da PMMG, Coronel Machado afirmou que fará um despejo surpresa, o que é condenado pelo protocolo da própria Policia Militar. “O despejo acontecerá em 15 dias, mas não vou dizer o dia exato. Usaremos a força, saiam da área”, anunciou Machado. Na reunião os representantes das comunidades foram impedidos de falar e famílias das ocupações que aguardavam o resultado da reunião na porta do batalhão foram agredidas e tiveram armas apontadas para suas cabeças.

Charlene Egidio, uma das coordenadoras do movimento na região e moradora da ocupação Rosa Leão, afirma que a presença constante da repressão transforma a vida dos moradores em um pesadelo. “Helicópteros da policia faz voos rasantes de noite pra não deixar a gente dormir, incursões noturnas de intimidação, cavalarias e viaturas rodam a ocupação diariamente fazendo ameaças”, afirma.

“Resistiremos!”

Na assembleia das comunidades realizadas durante essa semana, a decisão é resistir ao despejo. “Nós não vamos sair do terreno. Ele estava vazio e agora tá servindo pra moradia. As três comunidades estão unidas nessa ideia” afirmou Elielma Carvalho, moradora da ocupação Vitória e membro da coordenação da comunidade.

Para Kelly Sabrina, moradora da ocupação Rosa Leão, a ação de despejo será uma grande covardia. “É muita injustiça esse despejo. A gente gastou tudo que tinha construindo na nossa casa. Teve gente que pegou até empréstimo. Mas o mais duro é a situação das crianças. Imagina chegar pra você crianças de 8, 10 anos de idade pedindo pra você não deixar derrubarem nossas casas. É difícil descrever, é de cortar o coração”, relatou Kelly.

Apoiadores e pessoas solidárias à situação do Isidoro lotaram o Espaço Livre Jose Carlos da Matta Machado, da Faculdade de Direito da UFMG, discutindo iniciativas de apoio às ocupações. A reunião contou com cerca de 200 pessoas que se dividiram em iniciativas de comunicação, recolhimento de mantimentos, escala de visita às ocupações, atividades politicas e culturais.

Natália Alves, Belo Horizonte.

http://averdade.org.br/2014/08/massacre-anunciado-pm-anuncia-despejo-de-8-mil-familias-em-belo-horizonte/





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Polícia abre fogo contra trabalhadores em Belo Horizonte.


Ocupação Rosa Leão 002 web



A Polícia Militar de Minas Gerais, sob o comando do Coronel Machado, ordenado pelo prefeito Márcio Lacerda e toda cupincha do PSDB mineiro, enviou policiais da ROTAM para intimidar os moradores da ocupação Rosa Leão, que, junto com as ocupações Vitória e Esperança, formam uma das maiores ocupações urbanas do Brasil, com cerca de 8 mil famílias. Ameaçados de serem despejados para dar lugar a um empreendimento imobiliário de alto luxo para enriquecer empreiteiras que patrocinam as campanhas eleitorais dos mesmos políticos que querem expulsar as famílias, os moradores não têm alternativa senão resistir.

Na tarde de hoje (10), por volta das 14hs30, os policiais adentraram o terreno e tentaram retirar as barreiras feitas pelos moradores para garantir suas moradias e a segurança do povo, uma vez que o principal inimigo agora é a própria Polícia, braço militar do Estado. Os moradores tentaram conversar e explicar aos policiais, os quais, no entanto , responderam com tiros de balas de borracha e também de chumbo Os moradores, mesmo com a vida ameaçada, não recuaram e impediram a retirada dos bloqueios.

Mesmo sendo a moradia um direito constitucional, os governos de Marcio Lacerda e do Estado dominado por Aécio Neves querem massacrar essas familias para garantir o direito à propriedade dos seus comparsas.

Todo apoio é necessário à essa luta!

Rosa Leão, Vitória e Esperança vão resistir, pois enquanto morar for privilégio, ocupar será um direito!

http://averdade.org.br/2014/08/policia-abre-fogo-contra-trabalhadores-em-belo-horizonte/

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