sábado, 6 de setembro de 2014

Coitado do Aécio, está perdido, perdido…





Já fala até em derrota! Num erro primário, que nem principiante comete, pela 1ª vez desde que foi para o 3º lugar na disputa presidencial, o candidato tucano ao Planalto Aécio Neves (coligação PSDB-DEM) admitiu a possibilidade de uma derrota na eleição. E por duas vezes! É o desespero?
Em entrevista à rádio CBN, nesta 4ª feira (ontem), ele acentuou que “eleições se perdem” e filosofou: “não estou dizendo que vou ganhar todas as eleições. Eleições se perdem. Já perdi eleições, inclusive, e acho que se aprende muito com isso. Agora, que não se pode perder é a capacidade de defender aquilo em que se acredita”.
Na entrevista o candidato tucano reafirmou, como já o tinha feito um dia antes quando convocou o ex-presidente FHC às pressas para acompanhá-lo em entrevista no comitê de campanha em São Paulo, que vai “lutar até o último dia” por um Brasil “diferente, eficiente e ético”. O que é isso, candidato? Convocar coletiva e abalar do sossego seu guru e patrono FHC para falar de um boato de renúncia à candidatura! Nós do PT sabemos que isso não procede, que vamos ter o PSDB para derrotar nesta e ainda em muitas outras disputas…
Pouco antes, quando perguntado se o PSDB já havia desistido da candidatura dele por causa da mudança de quadro ocorrida com a entrada de Marina na disputa, ele defendeu que o resultado da eleição tem que ser encarado com naturalidade: “eleição se ganha no dia 5 de outubro. Essa pressa em fazer um diagnóstico não faz bem à boa política. Ganhar ou perder é normal. É do processo”.
O candidato negou que sua situação seja ameaçadora em Estados como Minas e São Paulo onde, no início da campanha, a meta era abrir mais de 4 milhões de votos sobre os adversários. A meta naufragou. Não deixem de ler a entrevista do deputado Rogério Correia (PT-MG), publicada aqui no blog, sobre a brutal precarização do trabalho no serviço público em Minas durante os governos tucanos.


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Rogério Correia: ¨Minas sofreu uma precarização brutal do trabalho no serviço público¨
Em plena campanha eleitoral e blindado pela imprensa, o candidato tucano ao Planalto, Aécio Neves (coligação PSDB-DEM), fala de uma realidade para o Brasil muito diferente daquela que, efetivamente, ele construiu em Minas Gerais quando governou o Estado por oito anos (2003-2010).
O legado de doze anos de tucanato no comando do Estado mineiro (depois dele teve mais quatro anos do governador que ele elegeu, Antônio Anastasia) se reflete em uma brutal precarização no serviço público, como aponta o deputado Rogério Correia (PT). Em entrevista ao nosso blog, ele nos dá uma ideia do que foi a política salarial e previdenciária para os servidores públicos de Minas durante os governos tucanos.
Nada daquilo que Aécio conta, nada a ver com as lorotas propagadas pelo candidato tucano a presidente. E um detalhe da maior importância: Aécio jamais pagou o piso salarial nacional de professor, embora esta seja a maior categoria de funcionários públicos no Estado.
Correia também analisa a escolha de Armínio Fraga por Aécio para ministro da Fazenda de um hipotético governo seu. Fica a questão: será que Armínio faria com o Brasil o mesmo que Aécio fez em Minas?
Confiram a entrevista:
Deputado, como o sr. avalia a política salarial dos tucanos para os servidores em Minas?
[ Rogério Correia ]  A política salarial dos servidores públicos do Estado de Minas Gerais nos governos Aécio e posteriormente Anastasia se caracterizou pelo arrocho, pela retirada de direitos e pelo autoritarismo.
Aécio Neves remodelou as carreiras em Minas criando mecanismos que deixam o servidor sem qualquer perspectiva de melhoria na sua remuneração e à mercê de seus superiores. Criou mecanismos de progressão e promoção que, quando concedidos, por não serem obrigatórios, geram percentuais ridículos de reajustes em seu salário base. Anunciou espaços de interlocução com os servidores públicos que não são definidores de políticas e sim de anúncio de decisões arbitrárias do governo.
Para o maior quadro de servidores, os professores, houve um arrocho brutal. Jamais foi pago o piso nacional de magistério. O que o governo fez foi transformar a remuneração em subsídio e assim, desvincular dos reajustes previstos nacionalmente. A criação de milhares de cargos comissionados e funções gratificadas, ao invés da criação de cargos efetivos e realização de concursos públicos é a tônica do PSDB.
A terceirização e a contratação temporária, tanto na administração direta como na indireta, levaram o Estado de Minas a uma precarização brutal do trabalho no serviço público. Tanto que em vários órgãos do governo não há sequer um servidor efetivo. Como por exemplo, no escritório de prioridades estratégicas.
Em relação à previdência dos servidores, o que o sr. tem a dizer sobre o governo Aécio?
[ Rogério Correia ] A previdência em Minas Gerais foi estruturada no governo Itamar Franco, resultado das alterações legais promovidas pela União à época. O crime praticado pelo PSDB em Minas foi ter feito uso de recursos previdenciários dos servidores públicos, depositados em um fundo de capitalização (FUNPEMG), para cobrir rombos de caixa.
O Estado quebrou e o governo deixou a conta para o servidor, ou seja, jogou o dinheiro dos servidores num verdadeiro buraco sem fundo. Porque foi isso que o Estado fez quando extinguiu um fundo superavitário (FUNPEMG) e transferiu recursos para outro deficitário (FUNFIP).
Ao adotar apenas políticas de governo (imediatistas) ao invés de políticas de Estado, o governo Aécio adotou manobras que não atingem só os servidores públicos – o que já seria muito – mas toda a população mineira. Digo isso porque quando faltam recursos do fundo para o pagamento das aposentadorias, o governo tem que retirar dos cofres públicos para conseguir honrar os compromissos e isso representa menos investimento nas áreas da Educação, da Saúde, da Segurança Pública e outras.
Qual avaliação o sr. faz da escolha de Armínio Fraga por Aécio?
[ Rogério Correia ] A escolha de Armínio Fraga para o Ministério da Fazenda, o mesmo que foi presidente do Banco Central de Fernando Henrique Cardoso significa o retorno do país à adoção do neoliberalismo que levou o Brasil ao FMI, à privatização, à inflação e aos juros altos.


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Dilemas e desafios das elites.
De certa forma nossa mídia e grande parte do empresariado vivem um dilema: apostam ou não em Marina Silva? Votam nela, apoiam sua eleição, agora que realmente ela se tornou competitiva?
Os riscos, eles sabem, são enormes. Particularmente para o setor produtivo que não pode e não deve prescindir do Estado e de políticas industriais e de defesa comercial, da expansão do crédito, do mercado interno e da integração sul-americana, dos investimentos em educação, inovação e infraestrutura.
Em outras palavras, eles não têm como aderir ao programa de Estado mínimo neoliberal – tão caro aos tucanos – ressuscitado por Marina com seu compromisso de um Banco Central (BC) independente e de uma política macro econômica apoiada no tripé juros, câmbio flutuante e superávit. Como se tudo fosse simples assim como ela apresenta, propõe e pensa fazer…
Marina aderiu ao Estado mínimo neoliberal tucano.
Como a maioria da sociedade, dos cidadãos eleitores, também apoia a intervenção do Estado na economia e particularmente a rede de proteção social construída no país nos últimos 12 anos pelos governos do PT, a política de distribuição de renda via aumento real dos salários e programas sociais, fica difícil apostar numa vitória de Marina no 2º turno se ela insistir nessa agenda e nos compromissos com a banca, mais conhecida como mercado.
Outro problema é que a economia melhorou em agosto e a inflação está em queda. Dilema também para eles, empresários: melhorou a avaliação do governo e da presidenta Dilma que subiu nas pesquisas e, tudo indica, brecou o crescimento de Marina. É algo a conferir nos próximos 10 dias, mas o sinais já apontam nessa linha.
Assim, dificilmente o país escolherá uma presidenta que se apoia no poder econômico. Ele já faz sombra ao poder político, via financiamento das campanhas, e com uma eleição de Marina, aí enfeixaria em suas mãos, em aliança com a mídia, não apenas o poder econômico do país, mas também o poder político, ficando o povo a ver navios e à espera de um Messias que não virá.

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