sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Será que candidata do PSB pode ou consegue explicar o que é a sua “nova política”?



Leiam a nota abaixo, aqui no blog  “Economista de Marina não deixa dúvida: caso ela se eleja, vai aí ajuste fiscal grande”. Postamos a nota para vocês entenderem que uma coisa é o discurso bem elaborado da candidata Marina Silva, outra o que ela e seus economistas programam fazer com a economia brasileira caso Marina se elegesse presidente da República.
Estamos recomendando a leitura dessa nota exatamente porque o mesmo vale para a política de alianças partidárias de Marina, para a tal “nova política” que ela propala, da qual tanto fala. Gente, é pura conversa pra boi dormir. Fora o antipetismo doentio da candidata, ou talvez até porque ela o exponha de forma aparentemente sincera, muitos se deixam enganar pelo discurso radicalizado dela contra as alianças, especialmente alianças com o PMDB – um discurso, aliás, que vem da época em que Eduardo Campos era o candidato ao Planalto.
Muitos pensam em votar nela pela “nova política”. Só que nada é mais velho que essa “nova política” dela. Por acaso, vocês acham, pode se considerar “nova política” apoiar o governador tucano Geraldo Alckmin e sua reeleição em São Paulo, como aliás o PSB já faz em relação ao PSDB paulista há 20 anos?
É “nova política” subir no palanque com o ex-senador Jorge Bornhausen, ex-UDN, ex-ARENA, ex-PFL, ex-DEM  em Santa Catarina e pedir votos para seu filho, Paulo Bornhausen, até ontem PFL/DEM e agora neossocialista, candidato a senador pelo PSB catarinense? Ou apoiar o candidato do PMDB a governador no Rio Grande do Norte, o presidente da Câmara, deputado  Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN)?
Isso sem falar que o companheiro de chapa de Marina, seu vice, deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), bem como João Paulo Capobianco – braço direito da candidata desde quando ela era ministra do Meio Ambiente do governo Lula – já deixaram claro que não se governa sem o PMDB. Capobianco, na “Entrevista da 2ª” esta semana, na Folha de S.Paulo; Beto, um pouco antes, na sua vez na série de entrevistas que o Estadão fez com os candidatos a vice.
Então, o que é mesmo essa “nova política” prometida por Marina? Dá pra ela parar de enganar e explicar direito esse negócio?


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A gente aqui do blog do ex-ministro José Dirceu até sabe que vocês não aguentam mais esses dois candidatos a presidente – Aécio Neves da coligação PSDB-DEM e Marina Silva do PSB – prometerem de manhã que vão acabar com o fator previdenciário, negarem à tarde e à noite repetirem que não é bem assim. Como fizeram os dois ontem.
Nós, também, estamos cansados desse jogo, mas vejam bem, faltam apenas 10 dias para o 1º turno no 5 de outubro, quando um dos dois ficará de fora da disputa. E, como vocês viram na última pesquisa Vox Populi, voltou até a possibilidade de a presidenta Dilma Rousseff vencer no 1º turno, quem sabe…
De qualquer forma, como ainda temos 10 dias pela frente, 8 de campanha – pela legislação ela se encerra 48 h antes do dia do pleito e nos dois últimos dias só pode ser feita a chamada campanha silenciosa, de visitas, caminhadas, entrevistas, sem propaganda de rádio e TV – é o caso de ainda se perguntar: quem esses dois acham que enganam quando prometem, negam, prometem de novo acabar com o fator previdenciário? Fazem um jogo de palavras que não engana mais nem aos sindicalistas, plateia preferida deles para esse tipo de promessa.
Com esse jogo de palavra não enganam mais os trabalhadores.
Como ainda temos mais uma semana de campanha pela frente, importante é vocês entenderem e gravarem que Marina e Aécio não mudam de posição todos os dias (ela de programa, também, ele ainda não divulgou o dele) por maldade ou burrice. Nem por oportunismo. Mudam porque seu programa econômico não permite avanços sociais e nem a revisão, por exemplo, do fator previdenciário. Em hipótese alguma.
Pelo programa de governo dos dois, do qual eles dão pinceladas – ele, promessas; ela já concluiu e muda a toda hora – eles optam pelo ajuste radical pregado por seus dois principais assessores econômicos, Armínio Fraga (de Aécio) e Eduardo Gianetti da Fonseca (de Marina). Por esse ajuste, pessoal, não há como manter a política de salário mínimo que o reajustou em 70% nestes 12 anos de governos do PT e nem extinguir o fator previdenciário que afeta os milhões de aposentados.
Muito menos, e principalmente, os gastos sociais. Por isso, eles dizem uma coisa hoje e outra amanhã – aliás, para ser mais preciso, uma coisa cedo, outra à tarde e outra à noite. Ainda hoje temos um dos economistas do time de Marina, Alexandre Rands,  projetando um “ajuste fiscal grande” para garantir o controle da inflação, que ele define como prioridade de um governo do PSB, caso ela se eleja presidente da República.
Que o programa econômico dos dois é idêntico não há mais a menor dúvida.
O que, aliás, não fosse o empenho dos jornalões – no caso, da Folha de S.Paulo, que publica a entrevista do Alexandre – em ajudar os dois candidatos dentro do propósito deles e do jornal de tirar o PT do governo, o anúncio deveria ser a manchete da Folha e não ser publicado da forma escondida como foi.
Alexandre Rands reitera o que estamos denunciando aqui desde que Marina se tornou candidata: vem aí, de novo, o arrocho salarial e o corte dos gastos sociais, o desemprego e a recessão das maiores que esse país já enfrentou, caso ela se elegesse. Ela ou o Aécio porque o programa e propostas econômicas neoliberais dos dois são exatamente iguais. Marina copia o programa de Aécio, que por sua vez copia o governo FHC que ele sonhou reeditar.
Dessa vez, quem falou de ajuste fiscal grande foi o Rands. Podia ser o Armínio, já que não há diferença nas propostas dos dois candidatos. Mas, como agora foi o economista de Marina, a ver amanhã o desmentido dela.
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