domingo, 12 de outubro de 2014

A direita e a esquerda no Brasil em uma imagem genial.

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Essa imagem representa um algoritmo que cientificamente mostra o que é direita e esquerda na política brasileira.
Com base em eventos históricos, teorias, e em relação à ordem social vigente, o esquema, criado pelo estudante de Ciências Sociais Matheus Brinhosa, apresenta um continuum gradiente de ponta a ponta: da extrema esquerda, à extrema direita.
Maiores detalhes dos mecanismos, aqui:
É ótimo para quem já se perdeu, seja no mar de nanicos ou nas misturas e contradições da nova e velha política.
Também parece um tanto assustador, e mostra que as máquinas estão ficando mais inteligentes do que nós, podem votar com mais consciência. Agora basta surgir um software capaz de escolher o que é melhor para todos e evitaremos a fadiga de ter que pensar em política.
Hoje parece que somos obrigados.
São tantos amigos se revelando reaças, homofóbicos, racistas, meritocratas, fascistas, que não nos resta escolha.
Críticos de uma nova política para as drogas ou para o aborto também são muitos. A maioria homens que já fumaram maconha.
Ou talvez eu tenha mais homens e maconheiros no meu facebook.
Isso deve ser coisa de viado filho da puta.
Se fosse de preto safado, Levy Fidelix saia algemado do debate. Já gays e profissionais do sexo, ainda podemos discriminar e ofender à vontade.
A lei anti-homofobia poderia se chamar Lei Levy Fidelix, mas nesse Congresso, não passarás!
Bolsonaro se multiplicou.
Como um vírus a destruir nosso país ou uma barreira da moral de extrema-direita a evitar a ditadura gayzista.
Da moral, dos costumes e do ódio de tantos, que Bolsonaro sabe canalizar como poucos.
Talvez menos do que Vladimir Putin, na Rússia, ou Silas Malafaia no Twitter.
Bastaram quatro twittes para desconstruir Marina Silva, bem lembrou Luciana Genro tantas vezes.
Lulu, como foi carinhosamente apelidada nas redes sociais por parte da esquerda, aliás, sambou na cara da sociedade.
Sem salto, porque anda de bicicleta bem longe das socialites paulistanas de centro-direita que fecham com o Aécio.
Que estão cansadas de tantas bolsas-famílias e de tantos impostos sobre as bolsas francesas. Cansadas de saber que o Brasil não produz bolsas de qualidade porque o PT aparelhou o Estado, não incentiva a iniciativa privada, quer transformar o Brasil em Cuba.
Que sabem que o Estado ao invés de dar o peixe, deve ensinar a pescar.
Herdeiras de quatro costados que sabem que Lulu, uma ova!
Que a filha do petralha Tarso Genro é da turma do Marcelo Freixo. Aquele deputado bem amigo dos blackblocs, segundo a Globo.
Basta dar uma goolgada.
O estagiário do advogado que disse que o ativista afirmou para o primo foi bem claro.
Resumindo: é tudo puta, viado e bandido.
Usuário ou traficante, gente que faz apologia.
Na Rússia, sairiam do debate algemados.
Com base em eventos históricos, teorias, e em relação à ordem social vigente, talvez também possamos comprovar cientificamente outra máxima de Einstein:
Para a estupidez, não há limites.


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O ¨estarrecimento¨ hipócrita de Aécio.

Duelo de estarrecimentos
Duelo de estarrecimentos.
Dilma e Aécio se disseram hoje estarrecidos.
Dilma por ver vazarem sem provas, num momento crucial da disputa pela presidência, depoimentos que incriminam o PT no caso Petrobras.
Aécio, num jogo de palavras em resposta a Dilma, pelo teor dos depoimentos.
Aécio foi espirituoso, é verdade – mas o que ele disse simplesmente não faz sentido.
Pelo seguinte: onde estão as provas? Quem garante que os depoimentos são verdadeiros?
Mais ainda: por que agora, às vésperas do turno final? Repare: já se incorporou ao calendário político nacional uma denúncia espetacular contra o PT quando os brasileiros se preparam para ir às urnas.
Por que não antes? Por que não depois? Por que – sempre – na hora do voto?
A lista das perguntas poderia esticar-se. Por que nunca alguma denúncia contra o PSDB recebe destaque, apenas para variar? Por que a mídia mal cobriu o escândalo do Metrô de SP, ou o aeroporto de Aécio, para não falar da compra de votos no Congresso para a reeleição de FHC?
Aécio se estarrece sempre que lê alguma denúncia, ou isso só acontece quando seus adversários são atingidos?
Ela ficou estarrecido com a conta de alguns milhões de dólares de um cacique tucano bloqueada na Suíça por ter sido gerada por propinas na construção do Metrô de São Paulo?
Ficou estarrecido com o fato de o cacique em questão pertencer, desde os tempos de Covas, ao Tribunal de Contas de São Paulo, órgão fiscalizador das contas do governo paulista?
Ficou estarrecido com a permanência desse cacique no cargo mesmo depois do bloqueio de sua conta feito pelas autoridades suíças?
Claro que o aeroporto de Claudio não haveria de estarrecê-lo. Estarreceu-o, isso sim, Luciana Genro ter trazido o assunto a um debate presidencial.
O pecado nada é, segundo essa maneira de ver as coisas. O problema é a publicação do pecado, como notou Machado de Assis.
É muito cinismo e muita hipocrisia para um candidato só. Aécio deve ter os brasileiros na conta de idiotas, se acha que eles vão acreditar em seus estarrecimentos seletivos.
Dilma, ao comentar os vazamentos do caso Petrobras, disse uma coisa que merece ampla reflexão da sociedade.
A impunidade, afirmou ela, começa quando as acusações não são sustentadas por provas.
Perfeito.
Numa sociedade avançada, você só pode publicar acusações se puder comprová-las.
Antes disso, não. A sociedade tem que estar protegida, a não ser que o entendimento seja o de que você é culpado até prova em contrário.
Ainda assim, é uma lógica perversa que deve valer para todos. FHC, por exemplo, teria que provar que é inocente da acusação de compra de votos no Congresso.
Todo mundo topa?
Vivemos uma aberração na mídia e na política, um valetudo cujo único interesse é a manutenção das mamatas e privilégios daquela turma de sempre.
Vou ser didático.
Imagine que o irmão de Obama diz a você, editor, que ele tem uma conta milionária num paraíso fiscal e que, na juventude, costumava colocar em si mesmo supositórios de cocaína.
Você publica e, quando instado a provar, diz que quem falou foi o irmão de Obama?  Você triunfalmente, passa às autoridades uma fita com as “revelações” do irmão de Obama e acha que está tudo resolvido?
Experimente fazer isso nos Estados Unidos. Você não apenas vai para a cadeia como terá que pagar uma multa milionária – a não ser que tenha provas.
No Brasil, você sai ileso, e até aclamado por amigos de destaque na mídia, em nome da “liberdade de expressão”.
Você destrói irresponsavelmente reputações, ou até vidas, e é condecorado.
É uma situação que só é boa para a mídia e seus amigos – numa palavra, a plutocracia.
A pergunta doída para o PT é por que, em doze anos, nem Lula e nem Dilma enfrentaram essa tragédia nacional.
Medo, pânico, falta de visão?
O lado irônico de tudo é que nestes doze anos o PT financiou a mídia que tenta tirá-lo do poder na marra.
Sem os 600 milhões de reais anuais de propaganda federal a Globo seria, forçosamente, muito menor do que é – sem sequer a necessidade de regulamentar a mídia para evitar monopólios e oligopólios.
Não haveria como sustentar Jabores, Mervais, Noblats, Kamels e tantas outras figuras abertamente dedicadas a minar Lula e, agora, Dilma.
Bastaria decidir que propaganda oficial é só para assuntos de interesse público, como temporadas de vacinação e coisas do gênero.
Quer mais um pouco para moralizar o quadro e cortar as garras dos agressores? Bastaria impedir que empresas de mídia pudessem vender livros para o governo, outra atividade que ao longo dos tempos tem carregado torrencialmente dinheiro públicos para mãos privadas.
Nada disso foi feito.
Agora, a falta de ação cobra seu preço – e a única coisa que resta ao PT é expor uma deformação que caberia a ele erradicar no poder, e torcer para que os eleitores não caiam no velho truque que no passado tragou Getúlio e Jango.


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A família Neves ( porque a zueira, ela não tem limites ).



Família Aécio Neves.



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¨Eu quero seu apoio ¨: a ligação do candidato para a ex-candidata ( baseado em fatos reais )


aecio marina



Baseado em fatos reais [ficção].
Uma e meia da manhã. O Candidato olha para o celular. Tamborila o tampo de vidro da mesa ao lado com os dedos. A TV está no programa do Jô.  O iPhone é como um ímã. “Mas já é tão tarde…”, ele pensa.
Súbito, agarra o aparelho e tecla no nome que está na tela. A Ex-Candidata atende.
– Alô…
– Ex-Candidata! Prazer imenso. Tá boazinha? Te acordei?
– Não, imagina, eu tava esperando você telefonar. Tudo bem?
– Tudo graças a Deus. Deus é pai. E então, fia, vamos fechar aquele negócio?
– Ô, menino. Pois é. Vamos? Gostei da sua carta-compromisso.
– Ah, ficou ajeitadinha, né? Então. Todo mundo te esperando. O Estadão não fala de outra coisa, você viu. O Brasil precisa da mudança. Chega de roubalheira. O essencial é a mudança! Nosso projeto…
Ela o interrompe com candura, mas firmemente.
– Ei, ei! Sou eu aqui, Candidato! Não tem câmera, filho. Fica à vontade, rapaz.
– Haha… Bom, vamo  lá? Deus é mais. Bora me apoiar logo? Você prometeu que ia ser na segunda, depois desistiu…
– Prometi??  Você está insinuando que eu sou indecisa? É essa a velha política, eu sabia. É o individualismo que atomiza a força integradora. Vocês querem me desconstruiiir…
– Calma, calma, Ex-Candidata! Desculpa de novo. Respira. Comigo: inspira… expira… inspira… expira…
Passam-se trinta segundos de exercícios respiratórios. O Candidato retoma, a fala mansa:
– Olha, a coisa tá tensa. Não quero pressionar, mas, poxa vida, eu fiz tudo o que você pediu. Vamos acertar esse apoio? Como você quer fazer?
– Sim, sim. Então. Você mudou o que eu pedi no programa? Que que era mesmo… Walminho deixou aqui em algum lugar. Ah, tá: a coisa dos índios, reforma agrária, escola em tempo integral, passe livre e mais alguma coisa que não tô lembrando agora. Lembrei. Faltou você voltar atrás na redução da maioridade penal.
– Pois é, menina. Isso aí é um pouco complicado… O Atualpa. Olha, o Ataualpa, meu vice, ficou chateado. A proposta é dele, você sabe. Aí não vai dar não, viu? A gente já tá fazendo bastante flexão social, como diz o Walminho.
– Ah, mas se não fizer flexão eu não vou.
– Mas eu não posso mudar meu programa inteiro. Jesus amado. Com que cara eu fico? Parece que foi você quem passou pro segundo turno, mulher. Eu estou sendo pressionado. Pressionado, compreende?
– Você está insinuando que eu sou indecisa? É a velha política. Você quer me desconstruir. Eu devia saber que ia faltar a aeróbica da musculatura do acerto.
A Ex-Candidata desabafa por longos minutos. O Candidato finge que ouve e que entende o que ela diz. Realizam mais um exercício respiratório de relaxamento.

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– Mais tranquila? Vamolá?, pergunta o Candidato. Então. Olha. Eu fiz tudo o que você queria. Não é justo. Deixa a maioridade pra lá, poxa. Escuta. Eu não posso desfigurar meu projeto de governo. O que vão dizer? Deixa essa conversa de maioridade penal pra lá, pelo amor de Deus, mulher. Eu já fiz de tudo! De tudo!
O Candidato se levanta do sofá. Ele está com a camisa aberta no peito, para fora da calça, perdigotos voando da sua boca.
– De tudo! Compreende? Todo o mundo esperando você e nada. Uma hora vai, outra não vai. Eu não aguento. Eu… quero você comigo. Você não entende?
O Candidato tenta sugerir o exercício respiratório de relaxamento. Agora, sem sucesso. Ele está gritando no apartamento. O interfone toca, provavelmente por causa da reclamação de algum vizinho.
– Ex-Candidata, eu estou no meu limite! No meu limite!
Começa a chorar.
– Olha. O Malafaia tá com a gente! O Malafaia tá com a gente!
– Quem…?
– O Malafaia! O Malafaia, pelo amor de Deus!
Do outro lado da linha, silêncio. A Ex-Candidata desligou. O Candidato olha para o telefone, incrédulo. Pensa em telefonar novamente. Uma lágrima solitária escorre de seu olho esquerdo.
– O Malafaia, o Malafaia… — ele repete baixinho, para si mesmo, na madrugada. — Essa desgraçada. Eu sabia não podia confiar. O Careca estava certo. É uma picareta. Ela pensa que eu sou o quê? Eu tenho vergonha na cara. Pilantra, trambiqueira, metida, seringueira…
O telefone toca. É a Ex-Candidata. Ele inspira e atende.
– Ex-Candidata, que prazer descomunal. Vamo conversar?


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Porque a mídia está tão empenhada em eleger Aécio ?

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Você pode se perguntar: por que a mídia apoia tão intensamente Aécio?
Uma visão mais romântica traria a seguinte resposta: porque há uma identidade entre a ideologia de Aécio e a dos donos das grandes companhias jornalísticas.
Mas a verdade é bem menos romântica.
Eleger Aécio, um amigo íntimo dos barões da imprensa, representa esplêndidas oportunidades econômicas.
Nada contra isso – não fosse o fato de que estas oportunidades são à base de dinheiro público.
Dinheiro seu, meu, de todos nós.
Primeiro, e acima de tudo, os bilhões da publicidade federal. Aqui, o PT cometeu um grande pecado, ao não fazer mudanças que beneficiassem a sociedade, e não perpetuassem privilégios de quatro ou cinco famílias.
No mundo dos negócios, você usa a expressão “base zero” para designar orçamentos que vão ser inteiramente refeitos.
Se isso fosse feito na publicidade federal, você se faria logo perguntas como a seguinte: faz sentido colocar 150 milhões de reais por ano no SBT?
Claro que não. Sobretudo na Era Digital, para a qual as estatais demoraram uma eternidade para acordar.
Mas a questão só foi aparecer quando Rachel Sheherazade defendeu entusiasmadamente justiceiros.
Numa concessão pública, e numa emissora bancada por dinheiro do contribuinte, Sheherazade contribuiu histericamente, todos os dias, para a causa da iniquidade no Brasil.
Sheherazade é símbolo de algo que vai muito além dela e do SBT. É um galho de uma árvore.
O mesmo quadro, amplificado, se repete na Globo. São 600 milhões de reais que, no fim, sustentam um jornalismo feito para manter as raízes que fizeram do Brasil um campeão da desigualdade.
É uma das maiores ironias do jornalismo político nacional que personagens como Jabor, Merval e tantos outros do gênero sejam, indiretamente, pagos com dinheiro público.
Compare tudo isso com o que faz a Fox de Murdoch nos Estados Unidos. O teor é de direita, mas nem a Fox é uma concessão e nem recebe fabulosas injeções de dinheiro público, pela publicidade.
Voltemos ao SBT, apenas porque começamos por lá. A partir da base zero, qual seria a quantia justa, em propaganda federal, a ser colocada na emissora de Sílvio Santos?
Um terço, um quarto do que vem sendo colocado? Campanhas de utilidade pública, tudo bem. Uso sensato de verbas em estatais que competem no mercado, como o Banco do Brasil.
E pronto. Não mais que isso.
Você romperia, assim, o duto que conduz, há décadas, dinheiro público para as grandes empresas jornalísticas – e logo para as contas pessoais de seus donos. Não é à toa que a família Marinho é a mais rica do Brasil.
Você daria também um choque de capitalismo na mídia, que sempre dependeu inteiramente do Estado para se sustentar. Não apenas com publicidade federal, estadual e municipal, mas também com empréstimos a juros maternais no BNDES e outros expedientes como a venda de livros e isenções fiscais. (Não incide imposto, para ficar num caso, sobre o papel usado em jornais e revistas.)
E tão importante quanto tudo que foi dito atrás: as empresas jornalísticas deixariam de ter um interesse tão brutal em quem está no Planalto.
Consequentemente, todas essas armações que se repetem quando bate medo nos donos da mídia de que os privilégios acabariam – porque já não faria diferença se o candidato A ou B se elegesse.
A sociedade apoiaria uma reforma no uso da publicidade governamental porque seria a principal beneficiária disso.
Com Dilma, talvez se faça alguma coisa para reduzir a dependência da mídia em relação ao governo, ou talvez não.
Com Aécio, certamente nada se fará.
É por isso que as empresas jornalísticas estão tão empenhadas em eleger Aécio.

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