terça-feira, 28 de outubro de 2014

A história do doleiro que a mídia não contou.

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A mídia escondeu a verdeira história do doleiro.

Alberto Youssef foi condenado em 2004, pelo mesmo juiz Sergio Moro, do Paraná, por corrupção.

Segundo a Ação Penal movida contra Youssef, ele obteve um empréstimo de US$ 1,5 milhão, em 1998, numa agência do Banestado, banco público do Paraná, nas Ilhas Cayman.

No processo de delação premiada da época, Youssef confessou que internou o dinheiro no Brasil de forma ilegal, ao invés de fazê-lo via Banco Central.

Mas negou que tenha pago propina a um executivo do Banestado. Segundo o doleiro, a condição imposta para o Banestado liberar o dinheiro para sua empresa, a Jabur Toyopar, era fazer uma doação para a campanha de Jaime Lerner, do então PFL (hoje DEM), aliado do PSDB, para o governo do Paraná.

Doação “não-contabilizada”. Caixa 2.

A mídia nunca deu destaque a essa informação.

Alberto Youssef operava para tucanos e demos do Paraná desde a primeira eleição de Jaime Lerner, em 1994. Assim como operou também para FHC e Serra em 1994 e 1998.

O Banestado, um dos bancos mais sólidos do sistema financeiro do país, foi saqueado pelos tucanos na década de 90. Após devastarem as finanças da instituição, o PSDB, que governava o país, iniciou um processo de privatização cheio de fraudes.

O Banestado foi então vendido para o Itaú, pela bagatela de R$ 1,6 bilhão.

Existem acusações de que a privatização do Banestado gerou prejuízo de R$ 42 bilhões aos cofres públicos.

Mas tucanos podem tudo.

Depois de tanta roubalheira, o único condenado foi o mordomo, o doleiro Alberto Youssef, um homem de origem simples que ficou milionário operando para a elite tucana.

Mas a elite tucana é magnânima, e o juiz Sérgio Moro absolve o doleiro após um ridículo acordo de delação premiada, que não resultou em nada.

Este é o Sérgio Moro que a mídia chama de “duro”.

Em agosto deste ano, Youssef é preso outra vez e Moro cancela o acordo anterior de delação premiada do doleiro.

O juiz e a elite tucana tinham outros planos para o doleiro. Ele poderia ser útil numa operação midiática para derrotar Dilma nas eleições de 2014.

O advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Basto, tem profundas conexões com o PSDB. 

Foi membro do conselho da Sanepar, estatal paranaese que cuida do saneamento do estado, e foi também advogado de doleiros tucanos envolvidos no trensalão.

Os escândalos de corrupção no PSDB paranaense envolvem mais nomes. Em 2001, a Procuradoria de Maringá acusou o prefeito tucano Jairo Gioanoto de desvios superiores a R$ 100 milhões, feitos durante o período de 1997 a 2000. Em valores atualizados, esse montante aproxima-se de R$ 1 bilhão.

E quem aparece nesse escândalo, mais uma vez?

Ele mesmo: Alberto Youssef.

Trecho de matéria publicada na Folha, em 4 de março de 2001:

“Um dos nomes sob investigação, o ex-secretário da Fazenda de Maringá, Luís Antônio Paolicchi, apontado como pivô do esquema de corrupção, afirmou, em depoimento à Jusitça, que as campanhas de políticos do Paraná, como o governador Jaime Lerner (PFL) e o senador Álvaro Dias (PSDB), foram beneficiadas com dinheiro desviado dos cofres públicos, em operações que teriam sido comandadas pelo ex-prefeito Gianoto.
A campanha em questão foi a de 1998. “A pessoa que coordenava (o comitê de Lerner em Maringá) era o senhor João Carvalho (Pinto, atual chefe do Núcleo Regional da Secretaria Estadual de Agricultura), que sempre vinha ao meu gabinete e pegava recursos, em dinheiro”, afirmou Paolicchi, que não revelou quanto teria destinado à campanha do governador -o qual não saberia diretamente do esquema, segundo ele.
Quanto a Dias, o ex-secretário disse que Gianoto determinou o pagamento, “com recursos da prefeitura”, do fretamento de um jatinho do doleiro Alberto Youssef, que teria sido usado pelo senador durante a campanha.
“O prefeito (Gianoto) chamou o Alberto Youssef e pediu para deixar um avião à disposição do senador. E depois, quando acabou a campanha, eu até levei um susto quando veio a conta para pagar. (…) Eu me lembro que paguei, pelo táxi aéreo, duzentos e tantos mil reais na época”, afirmou.”

Todas as histórias que envolvem o doleiro Alberto Youssef e seus advogados desembocam em escândalos tucanos: Banestado, caixa 2 de campanhas demotucanas na década de 90, desvios em Maringá, trensalão.

Todavia, na última hora, os tucanos e a mídia levaram um susto.

Houve uma fissura na conspirata para prejudicar Dilma, quando apareceu um dos “testas de ferro” do doleiro, o senhor Leonardo Meirelles.

Em depoimento à Justiça, Meirelles acusou Youssef de operar para o PSDB, e de ter como “padrinho” um político de oposição do estado do Paraná, praticando nomeando Álvaro Dias (e confirmando o depoimento do secretário da fazenda de Maringá, citado acima).

Assim que a informação do testa de ferro de Youssef veio à tôna, o advogado do doleiro, Antônio Augusto Figueiredo Basto, iniciou uma operação midiática desesperada para negar que seu cliente tivesse operado para o PSDB. A mídia seguiu-lhe os passos, tentando neutralizar uma informação que poderia atrapalhar os planos de usar o doleiro para derrotar Dilma.

Em segundos, todos os jornais deram um destaque desmedido à “negativa” de Youssef de ter operado para o PSDB.

Só que não tem sentido.

A própria defesa do doleiro, em suas argumentações contra a condenação imposta por Sérgio Moro, pela Ação Penal de 1998, extinta e retomada agora, diz que os US$ 1,5 milhão que ele internou no país em 1998 foram destinados à campanha de Jaime Lerner, candidato demotucano ao governo do Paraná.

Como assim ele não operou para o PSDB?

Youssef operou a vida inteira para o PSDB! Era a sua especialidade!

Tentar pregar uma estrelinha do PT no peito do doleiro não vai colar.

Alberto Youssef é um produto 100% tucano.



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O internauta Thomas Conti (@_ThomasConti) fez um gráfico da vitória de Dilma, com uma escala de cores ponderada, permitindo uma visão mais exata do resultado. Thomas Conti é economista e mestrando do Instituto de Economia da Unicamp. Via @miguelnicolelis.


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Amigos e companheiras,

o blogueiro desperta com uma ressaca estranha.

Uma ressaca de alívio.

Testemunhamos, ontem, o final de uma batalha épica, que marcará a história do Brasil e do mundo por décadas, quiçá por séculos.

A esquerda ganhou contra tudo e contra todos.

O povo mais humilde arrostou o retrocesso com a simplicidade de sua intuição superior.

No sábado, eu fui resolver uma coisa em Ipanema.

Na entrada do metrô, encontrei um amigo distribuindo a edição especial do jornal Brasil de Fato, sobre as eleições.

Cumprimentei-o, peguei um exemplar, que já tinha lido, pensando em deixá-lo em algum banco vazio, o que fiz ao chegar na área de embarque.

Um grupo de quatro trabalhadores conversava em pé à minha frente. Eles então vieram na minha direção e viram o jornal largado no banco.

Sentaram-se. Um deles, pegou o jornal e fez alguns comentários sobre as eleições.

- Acho que a Dilma vai ganhar. Esse Aécio, só rico, bacana, vota nele.

Os outros fizeram comentários similares.

E leram, interessados, o jornal.

Tiro várias lições desse episódio.

A primeira, é que o povo brasileiro quer ser melhor informado.

A segunda, é que a sua consciência política avançou mais um pouco nessas eleições.

Neste segundo mandato, Dilma tem obrigação moral de combater a miséria da informação.

A informação é um direito humano que tem sido negado ao povo brasileiro.

E quando falo povo, refiro-me também à classe média, vítima histórica da manipulação da mídia.

É ridículo que a classe média brasileira se identifique com as elites do país.

A classe média deveria se identificar com seus iguais, a classe trabalhadora, porque ela também é uma classe trabalhadora.

O sujeito ganha dez mil reais por mês e acha que, por isso, não mais faz parte do povo?

Ora, a elite financeira ganha milhões por mês, possui centenas de imóveis.

A elite brasileira é uma das mais ricas e poderosas do mundo.

Enfim, sabemos que, vencida as eleições, outra guerra se inicia agora.

A guerra para montagem de um novo ministério, que deverá expressar o desejo de mudança do povo.
O governo também precisa sinalizar que irá combater a desinformação, de maneira democrática, estimulando a diversidade e a pluralidade.

É preciso redistribuir as verbas que vão para Veja, Globo e Folha, criando programas republicanos que estimulem a criação de mídias com opiniões diferentes.

Isso não é intervir no conteúdo. É a orientação democrática que a União Europeia determina para a política de comunicação de todos os seus membros.

Não é mais possível que um país como o Brasil tenha apenas canais de TV e jornais da direita.

É óbvio que isso está errado. E apenas gera instabilidade.

As agências de publicidade que tem conta no governo deverão apresentar propostas de distribuir todas as suas contas, incluindo as privadas, para meios diferentes de informação. Caso contrário, não terão contratos com o Estado.

O governo deveria criar um sistema randômico, para distribuir a publicidade para todo site cadastrado.
Dilma quer fazer a reforma política, através de um plebiscito.

Para fazê-lo enfrentará mais uma guerra midiática.

Espero que ela tenha aprendido a lição.

O campo popular sempre estará a seu lado, para as grandes causas.

Mas não estará se ela ceder aos barões da mídia.

É findo o tempo de omeletes no programa de Ana Maria Braga.

É findo o tempo de convescotes na Folha de São Paulo.

A nova Dilma tem de ser a Dilma do povo.

Milhões, ou melhor, bilhões de trabalhadores, do mundo inteiro, voltam-se para o nosso país com olhos cheios de esperança.

A vitória de Dilma é uma vitória da classe trabalhadora do mundo inteiro.


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