terça-feira, 14 de outubro de 2014

Aécio e Tancredo Neves: O que existe em comum, política e ideologicamente, entre eles? Nada!



Muitos desconhecem o fato, mas quando Vargas escreveu a Carta-Testamento ele entregou duas cópias: uma foi para Jango e outra para Tancredo. Vargas, ao fazer isso, escolheu aqueles que seriam os seus herdeiros políticos, que dariam sequência ao seu projeto de desenvolvimento nacional, baseado no Nacionalismo e no Trabalhismo. E Jango e Tancredo foram aliados até o fim.

Aécio gosta muito de falar que é neto de Tancredo Neves, que foi um político Getulista, Trabalhista e Nacionalista, embora fosse moderado, mas que sempre foi coerente politicamente e nunca apoiou um Golpe de Estado ou uma Ditadura em sua vida. E Tancredo também nunca se aliou às forças mais reacionárias, entreguistas e golpistas.

Exemplo: Quando do Golpe de 1954, que resultou no suicídio de Getúlio Vargas, presidente eleito democraticamente em 1950, Tancredo era o seu Ministro da Justiça e apoiou Vargas até o fim.

Tancredo defendia, inclusive, que o mesmo promovesse uma resistência armada contra os golpistas militares, da imprensa e os trogloditas da UDN (o PSDB daquela época), que era o partido da Direita reacionária, neoliberal, pseudo-moralista e entreguista.

E de que lado ficou a imprensa do período? Dos golpistas reacionários, é claro. A única exceção foi a 'Última Hora', jornal criado por Samuel Wainer para defender Getúlio Vargas.

Aécio Cunha (falecido em 2010) é o pai de Aécio Neves e foi um dos candidatos que, nas eleições de 1962, recebeu dinheiro do IBAD para a sua campanha eleitoral. O IBAD recebeu quase toda a sua verba de organismos do governos dos EUA, principalmente da CIA. Na época, tivemos até uma CPI para investigar o caso.

Em 1964, Tancredo novamente se opôs ao movimento golpista e apoiou o governo Jango até o fim. Quando da vitória do Golpe e da instalação da Ditadura Militar, Tancredo ficou na oposição, mesmo sem adotar posturas radicais. Mas nunca apoiou a Ditadura Militar. Nunca. E ele foi um dos grandes articuladores políticos, junto com o Dr. Ulysses, que contribuíram para colocar fim à Ditadura Militar.

Então, essa tentativa patética de Aécio de se ligar politicamente ao avô e ex-Presidente da Repúblcia é absolutamente ridícula.

Aécio, hoje, é um político que se aliou a interesses anti-populares e anti-nacionais, o que Tancredo jamais fez em toda a sua vida política.

Exemplos: Aécio defende o fim do Regime de Partilha do pré-sal, que garante 75% da renda líquida do mesmo para o Estado brasileiro, e a volta do regime de concessão para o petróleo, o que resultará na entrega do petróleo do pré-sal para as petrolíferas estrangeiras. Tancredo sempre foi um Nacionalista e um defensor da Petrobras e jamais adoraria uma postura dessas.
Vargas, Lula e Dilma: Três defensores da Petrobras e do desenvolvimento nacional autônomo e combinado com justiça social.

Mas tem um outro político na família, cuja atuação política remonta ao período colonial, inclusive, mas ao qual Aécio esconde em sua propaganda política, pois o mesmo teve uma atuação política muito mais conservadora e retrógrada em sua vida pública, que é o seu pai, Aécio Cunha. Este foi deputado federal da Arena, o partido que dava sustentação política à Ditadura Militar. Depois o pai de Aécio também foi do PDS e fundador do PFL (atual DEM).

E nas eleições parlamentares de 1962 Aécio Cunha foi um dos candidatos a deputado federal que, comprovadamente, recebeu dinheiro do IBAD (Instituto Brasileiro de Ação Democrática) que usou dinheiro do governo dos EUA (principalmente da CIA) para influenciar nas eleições brasileiras, elegendo uma bancada de parlamentares e de políticos (deputados, senadores, governadores) comprometidos com os interesses dos EUA. O IBAD foi, junto com o IPES, um dos principais financiadores e articuladores do Golpe de 64 e fez de tudo para desestabilizar e enfraquecer o governo de Jango.

Assim, a atual postura política de Aécio, adotando um ideário neoliberal, entreguista e conservador, tem muito mais conexão ideológica com a carreira política do seu pai, Aécio Cunha, do que com a do Getulista, Trabalhista e Nacionalista que foi Tancredo Neves.

Para se comprovar isso basta ver que Aécio votou contra a atual política de valorização do Salário Mínimo e, como já dissemos aqui, defende o fim do Regime de Partilha do pré-sal, bem como da política de conteúdo nacional, que foi adotada pelo governo Lula e continuada por Dilma, e que tornou possível o renascimento da indústria de construção naval, que passou de 7 mil empregados em 2002 para 81 mil atualmente.
O 'estrangeiro' em questão era, apenas e tão somente, o governo dos EUA, principalmente da CIA.

Então, Aécio deveria parar de citar Tancredo Neves em sua propaganda política e começar a falar apenas de seu pai, cujas ideias e posturas políticas conservadoras estão muito mais próximas daquelas que ele defende atualmente, e esquecer o ex-Presidente Tancredo Neves, que sempre lutou pelo desenvolvimento autônomo e soberano do Brasil.

Links:
Aécio Cunha recebeu financiameno do IBAD (leia-se CIA) nas eleições de 1962:

O IBAD e Golpe de 64:

Dilma faz discurso em defesa da Petrobras e do petróleo do pré-sal:

Aécio abafou CPI para investigar o afundamento da P-36!

Chateaubriand: Getúlio Vargas precisa desistir da Petrobras! - Vargas preferiu morrer!

Aécio Neves votando contra a adoção da política de valorização do Salário Mínimo:

Aécio Neves defende o fim do Regime de Partilha do pré-sal e defende a volta do regime de Concessão:

Regime de Partilha X Regime de Concessão:

Aécio Neves defende fim do Regime de Partilha do pré-sal:


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