segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Aécio gastou mais verba do Senado para ir ao Rio do que a Minas.


Em 2010, o hoje candidato a presidente pelo PSDB, Aécio Neves, elegeu-se senador por Minas Gerais. Como todo parlamentar do Congresso Nacional, teve que se mudar para Brasília e, assim, adquiriu o direito a cota de passagens aéreas pagas pelos cofres públicos para se locomover entre o Estado pelo qual se elegeu e a capital do país.
Desde sua eleição como senador, porém, o que vem sendo constatado é que o tucano tem dado menos atenção ao Estado que o elegeu do que a Estado que frequenta com fins puramente recreativos, para frequentar “baladas” durante as quais até tropeçou em blitz de trânsito da Polícia.
No início do ano passado, por exemplo, o jornal O Estado de São Paulo descobriu que os brasileiros pagam pelas incursões recreativas do senador mineiro no Rio. Matéria de 24 de março de 2013 diz que “Capital fluminense foi o destino de 63% das viagens de Aécio pagas pelo Senado nos dois primeiros anos de seu mandato.
Graças ao Portal da Transparência do Senado Federal, agora foi possível confirmar que no terceiro ano de seu mandato como Senador o tucano continua gastando o dinheiro dos contribuintes com turismo. Dos R$ 77 mil gastos por Aécio em passagens entre 2011 e 2013, mais de R$ 50 mil foram com passagens para o Rio, o equivalente a mais de 67% do total utilizado pelo candidato tucano à Presidência.
Cidade em que passou parte da juventude e onde cursou o ensino superior, Aécio é figura carimbada nos eventos sociais. Entre 2011 e 2013, das 116 viagens oficiais realizadas pelo senador, 69 tiveram origem ou destino à capital fluminense, em especial para o aeroporto Santos Dumont.
Em uma dessas ocasiões, em 2011, o senador foi parado e multado em uma blitz no Leblon, zona sul do Rio, por estar com a carteira de habilitação vencida e se recusar a fazer o teste do bafômetro, exigido pela Lei Seca.
São Paulo foi a segunda capital eleita por Aécio como destino preferencial. De 2011 a 2013, foram 45 visitas ao estado. Nesse caso, o valor reembolsado com o VTA foi superior a R$ 34 mil.
Já a capital do Estado que elegeu o tucano, Belo Horizonte, para a qual ele dedica oficialmente o mandato, foi origem ou destino dele apenas 27 vezes em três anos. Dos R$ 77 mil de passagens, o senador gastou R$ 12.535,48 em viagens para Minas.
Ainda segundo prestação de contas de 2013, Aécio superou, inclusive, senadores do Rio de Janeiro. Em comparação com o senador pelo PT fluminense Lindbergh Faria, por exemplo, o tucano utilizou cinco passagens para visitar o Rio contra uma do petista.


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Toda geração tem o seu Collor; o da atual, chama-se Aécio.






Diversos ramos da família se reuniram em casa no domingão para um churrasco – a filha que reside no exterior está passando uma temporada no país e, querida pela família de A até Z, todos quiseram reencontrá-la. Juntamos umas 30 pessoas.
E, como não poderia deixar de ser, política foi um tema inevitável e árido, mas que soubemos conduzir com civilidade. Ou seja: ninguém brigou por causa de política, apesar da divisão da parentada entre eleitores de Aécio e Dilma – com vantagem para o tucano, pois trata-se de família paulista.
Revi parentes que não encontrava fazia tempo. Uma cunhada, eleitora de Aécio Neves, mostrou-se animada com seu candidato. Pedi-lhe cuidado. Lembrei-a de 1989, quando divergimos fortemente sobre política.
Lembro-me de que, como agora, em 89 a classe média estava extasiada com o Collor de plantão – toda geração tem um Collor, ou seja, um playboy de vida desregrada, conhecido por uso de álcool ou entorpecentes, bonitão, namorador, que usa a imagem de galã de novela mexicana para convencer incautos a votarem em si.
Seja como for, seis meses após a eleição de Collor era mais fácil encontrar um saco de dinheiro no meio da rua do que alguém que admitisse ter votado nele.
Claro que não são todos os Collor de cada geração que chegam perto de conquistar a Presidência, mas a política produz um ou mais deles a cada geração. Mas quando recebem chance de mostrar a que vieram, dão com os burros n’água.
Bem, a cunhada, após um quarto de século, estava toda animadinha com o Collor da vez quando a lembrei do anterior – quem, pouco após assumir, causou um problema gigantesco para a vida dela.
A irmã da minha mulher pareceu tomar um choque. E não foi para menos. O prejuízo que tomou com o confisco da poupança – o qual Collor, em 89, conseguiu convencer o país de que Lula é quem faria se fosse eleito e, ao fim, quem fez foi o candidato do PRN – causou um monte de desastres à vida dela.
A cunhada ficou lívida com a lembrança, e eu surpreso por ela ter se esquecido.
Vendo a oportunidade, ataquei:
– Lembra-se de que lhe avisei no que daria?
– Ah, mas a gente não tinha opção para votar….
– Tinha, sim: Lula
– Lula era opção?
– Por que não seria?
– Ia transformar o Brasil em Cuba.
– Assim como transformou de 2003 a 2010?
Silêncio…
Minha cunhada balançou. Pareceu interessada em que eu lhe explicasse por que deveria votar na Dilma e por que Aécio Neves não passa de um novo Collor.
O fato é que políticas neoliberais serão nefastas para os negócios da cunhada advogada. E como ela não entende patavina de política, mas por estar metida no mundo corporativo desde jovem sempre foi doutrinada contra o PT, parecia fraquejar a cada palavra que lhe dizia.
As semelhanças evidentes entre Aécio e Collor são muitas: ambos playboys no auge de suas carreiras políticas; ambos usuários de suas caras de galã de novela para seduzir eleitores (as); ambos famosos por uso de substâncias pouco ortodoxas; ambos de direita…
Resumo da ópera: consegui anular alguns votos para Aécio no churrasco familiar. A comparação com Collor foi poderosa. Sabe por que, leitor? Porque, para quem viveu a era colorida, tal comparação faz todo sentido do mundo.
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PS: Os governos Lula e Dilma tinham o PTB de Collor na base aliada do governo. O PTB, porém, deixou a base de Dilma e aderiu a Aécio nesta campanha eleitoral.

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FHC ¨combateu corrupção¨ tentando pôr ¨engavetador¨no STF.


Apontar ganhador no debate da Record entre Dilma e Aécio no último domingo depende da filiação ou da simpatia partidária de cada um. Claro que cada lado terá seus argumentos sobre o que disse seu candidato para que fosse vencedor, mas, para o eleitor indeciso – que é o alvo dos debates e das campanhas neste momento –, não deve ter havido vencedor.
Este Blog, porém, tem opinião sobre o que viu. E, de tudo que foi visto, recolheu ao menos uma informação eloquente para que o leitor enxergue melhor quem se opõe a Dilma.
A numeralha e os termos técnicos são absolutamente inacessíveis para a população em geral. Isso sem falar que Aécio usa mentiras. Por exemplo, ao dizer que todos os indicadores sociais do Brasil vêm caindo. É mentira, vêm subindo há mais de uma década. Mas o tucano não pretende falar a verdade; seu objetivo é dar ares de verdade às próprias mentiras.
Aécio afirmou que Dilma não tem responsabilidade por investigações de corrupção, de modo que as milhares de operações da PF nos governos dela e de Lula, por exemplo, não seriam mérito dos dois. Mentiu de novo.
Sim, o governo pode permitir ou bloquear investigações. Como Dilma lembra sempre, no governo FHC chegava-se a transferir delegados da PF que investigavam “mais do que deviam”. E, ao nomear o primo do vice-presidente Marco Maciel como Procurador Geral da República, o ex-presidente tucano agiu para impedir “problemas” com o único órgão que poderia investigá-lo.
Contudo, além de manter um único procurador-geral da República em seu governo de 8 anos, e ainda um PGR que era parente de seu vice, FHC ainda tentou resguardar-se contra problemas futuros com a lei, pois nem ele acreditava que Lula assumiria e colocaria uma pedra sobre o passado.
Poucos se lembram disso, mas FHC tentou colocar no Supremo Tribunal Federal o homem que, durante oito longos anos, tratou de impedir toda e qualquer investigação sobre o governo federal, à diferença do que fariam Lula e, depois, Dilma, os quais nomearam para a Procuradoria sempre o nome indicado pelo Ministério Público.
E, repito, foram 3 PGR’s em 8 anos de Lula e 2 em 4 anos de Dilma contra 1 durante os 8 anos de FHC. É assim, como Lula e Dilma, que se combate a corrupção; é assim, como FHC, que se impede investigações de corrupção.
O ex-procurador-geral da República de FHC, Geraldo Brindeiro, primo do então vice-presidente Marco Maciel, livrou a cara de FHC várias vezes. Uma delas foi no caso da compra de votos para a reeleição do tucano, que o jornalista da Folha de SP Fernando Rodrigues considerou que foi inquestionavelmente corrupção envolvendo o governo tucano.
Veja, abaixo, vídeo em que Rodrigues fala sobre o caso.

Repórter da Folha de SP sobre a compra de votos da emenda da reeleição de 1997.

Alguém foi sequer processado? Houve investigação? Nenhuma. Sabe por que, leitor? Porque FHC impediu. Ou melhor, o despachante que pôs na Procuradoria impediu.
O caso ao qual você viu o repórter da Folha se referir foi sumariamente engavetado por Geraldo Brindeiro. Se tivéssemos uma Procuradoria como as de Lula e Dilma, talvez o ex-presidente tucano estivesse saindo hoje da cadeia.
Devido a tão bons serviços prestados por Brindeiro, FHC tratou de tentar colocá-lo no STF, além de ter colocado Gilmar Mendes pouco antes para fazer o servicinho que vem fazendo para o PSDB ao longo dos anos. Porém, o tucano não conseguiu. Com a derrota de Serra para Lula, FHC tornou-se um “lame duck” e não teve força para dar sobrevida ao seu engavetador.
Abaixo, matéria do jornal O Estado de São Paulo de 2 de setembro de 2002 que mostra a manobra que FHC tentou para prolongar a vida útil do engavetador-geral da República, quem, ao lado de uma Polícia Federal manietada, impediu que qualquer das muitas falcatruas daquele governo fosse investigada.
clique aqui para ir à página original da matéria.

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