sábado, 11 de outubro de 2014

Apoio a Aécio não passa de simbolismo para criar clima do já ganhou e operação abafa.




Já estamos em marcha para o 2º turno no próximo dia 26, campanha deflagrada de novo, os apoios e o discurso do candidato da oposição, senador Aécio Neves (coligação PSDB-DEM) nesta segunda etapa da disputa não impressionam. Devem ser tomados como o que são: simbolismo e imagens para tentar criar um ambiente de já ganhou e uma operação abafa, via mídia, tentando nos intimidar.
Daí o discurso idealista de unir o país, de um primarismo nunca visto antes numa disputa eleitoral para presidente, onde o eleitor tem que decidir entre vários e depois, no 2º turno,  entre dois candidatos, dois rumos, dois programas, dois destinos para si como cidadão e para o seu país…
Buscam, os do outro lado, criar um ambiente psicossocial negativo. Daí o volume de noticias ruins e denúncias que agora passam a fazer parte dos cadernos de eleições dos jornais e não mais dos cadernos de noticiário de Política, de Nacional ou de Poder como no caso da Folha de S.Paulo.
Aécio não quer falar da era FHC porque ela revela quem é ele e o tucanato.
Ao pedir campanha limpa e a união do país e não sua divisão o candidato Aécio quer evitar o que teme: a evocação da era FHC e da herança maldita que deixaram para o governo do presidente Lula. Por que o temor? Porque revela quem é ele e o tucanato.
A eleição não se decidirá pelos apoios partidários. Os partidos que o apoiam não possuem, evidentemente, os votos dados a seus candidatos, seja a ex-senadora Marina Silva, seja o deputado Eduardo Jorge (PV), seja o Pastor Everaldo (PSC). Isso sem falar nas grandes dissidências abertas no PSB que decidiram apoiar a presidenta Dilma, começando por dois governadores do partido.
A eleição será decidida nos debates, na campanha de rua e na disputa política. E é isso que o candidato Aécio e a mídia que o apoia querem evitar. Correm, fogem, querem a todo custo evitar o confronto de ideias, a comparação de governos, a disputa de projetos e, particularmente, a mobilização da militância social e partidária. Esta última a mídia procura desmobilizar com uma guerra psicológica contra o PT a partir do noticiário e da criação de um clima de denuncismo.
Nossa tarefa principal é fazer a disputa política – o que eles não querem.
Nossa tarefa principal, então, petistas e aliados do campo da reeleição da presidenta Dilma, é fazer a disputa em São Paulo e no Paraná dois Estados onde o tucanato pode crescer e no Nordeste onde vamos ampliar nossa vantagem. É retomar o Centro-Oeste e aumentar nossa vantagem no Norte. É garantir nossa maioria em Minas, Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul.
É, principalmente, ampliar nossa base social e eleitoral que parte de 42% apoiada no voto popular. Podemos e devemos crescer junto à juventude das grandes cidades e nos milhões de pequenos e micros empreendedores e autônomos que conosco surgiram como força social e econômica no Brasil nos últimos 12 anos.
Uma atenção especial deve ser dada ao eleitorado trabalhador e aos aposentados vítimas de arrocho salarial e em suas aposentadorias na era FHC (1995-2002). Conosco, em nossos governos, eles tiveram ganhos reais e não conheceram mais o desemprego e o subemprego – que enfrentaram sem outra opção naquela época do tucanato.
Denunciar que FHC desqualifica nosso voto como sendo de pobre e desinformado.
É necessário, ainda e fundamentalmente desvendar o programa liberal e de arrocho econômico do candidato Aécio, sua cartilha de submissão a ordem norte-americana e seu elitismo nato. Elitismo, aliás, claramente demonstrado pela declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sobre o voto do eleitor menos informado, o tradicional marmiteiro que, segundo ele, não sabe votar. Foi o que ele disse a dois blogueiros na Folha de S.Paulo.
Temos de denunciar e mostrar isso ao povo. Conquistá-lo é nossa primeira tarefa. Vamos fazer exatamente o que Aécio pede para não fazermos: disputar e confrontar com ele e com seus aliados suas propostas. Comparar as histórias e denunciar seus propósitos, aqueles que ele pretende esconder atrás de belas palavras e pedidos de paz enquanto, via mídia, faz a guerra suja contra nós.
Por fim, esperamos que tenha sido aprendida a lição sobre as pesquisas e que não nos intimidemos com elas e seus prognósticos, porque estes muitas vezes não passam de diagnósticos como os próprios institutos reconheceram após os grosseiros erros no 1º turno.


***
***
***


Pesquisas IBOPE e DATAFOLHA para segundo turno liquidam mote da campanha de Aécio.


As primeiras pesquisas de intenção de voto para o 2º turno dia 26 próximo, divulgadas na noite de ontem e na mídia hoje liquidam com o principal mote da campanha do candidato da coligação conservadora PSDB-DEM, senador Aécio Neves. Ele fundamentava suas afirmações de que a maioria do país quer mudança nos 58% de votos dados no 1º turno a ele e a candidata do PSB, ex-senadora Marina Silva contra 42% dados à presidenta Dilma Rousseff.
Com o empate técnico trazido pelas pesquisas agora, o que temos é um país dividido entre dois projetos e dois candidatos. Isso derruba a outra tese do candidato tucano, o discurso propalado por ele em que afirma  “não vamos nos dispersar”, “vamos nos reunir”, “não vamos nos dividir”. Como se ele representasse o sentimento nacional e majoritário. É o contrário, pessoal, o que vemos na decomposição das pesquisas são interesses e classes sociais se posicionando a favor de uma ou de outra candidatura, nem sempre em bloco.
Cada candidato tem mais votos num determinado segmento. Aécio nas classes médias e altas, a presidenta Dilma nas classes populares, nos excluídos e na classe média baixa como se diz no linguajar das pesquisas. A divisão por regiões é importante, mas pode mascarar a real divisão social, o que vale também para a divisão por tamanho de cidades. Estes são dados importantes para fazer campanha mas nem sempre para analisar o voto.
Não se trata de unir o país todo contra um inimigo comum – como foi na luta contra a ditadura – e muito menos para a busca de um líder acima dos partidos e classes, ou que reúna partidos de diferentes ideologias. Trata-se de formar uma maioria a favor de um ou outro programa de governo, um ou outro rumo para o país, formar uma maioria em torno de políticas e saídas para os problemas do Brasil.
Aécio demoniza o PT e atiça ódio das classes altas contra o partido.
Aécio tenta demonizar o PT, atiçar o ódio das classes medias altas contra o partido e tenta desqualificar tudo o que foi feito nos últimos 12 anos. Nisso utiliza, sem nenhuma autoridade, a questão da corrupção esquecendo a privataria e os escândalos e denúncias de corrupção no governo Fernando Henrique Cardoso. Segue essa estratégia para evitar a discussão sobre os 8 anos de FHC e sobre o elitismo tucano.
No entanto, como as pesquisas indicam que a eleição se decidirá a favor de quem convencer a maioria do eleitorado e de que manterá as conquistas e avançará na retomada do crescimento, mas mantendo a distribuição de renda e fazendo as reformas que o país cobra e necessita, começando pelas reformas política e tributária.
A maioria do país, a classe média baixa, os excluídos, e o que a Folha de S.Paulo e seu Instituto Datafolha chamam de classe média intermediária (entre a alta, média alta, média baixa e excluídos), que ganha menos de 5 salários mínimos e tem o ensino fundamental e/ou médio, decidirá a eleição. A presidenta Dilma e nossos governos sem dúvida nenhuma tem um maior crédito com esses setores sociais, junto à população, junto ao eleitor.
Têm pelo que já fizeram em termos de crescimento do emprego, da renda, do acesso à casa própria, à educação, mesmo à saúde, ao crédito, ao lazer. E pelas propostas que têm para com eles, para atender suas novas demandas de serviços públicos em todas estas áreas com a melhoria na saúde, na educação, na segurança pública, na mobilidade urbana, enfim, na oferta de uma vida melhor para esses setores sociais nas cidades e no país.
O grande problema para os tucanos é seu passado.
É sua ligação com a banca e o capital financeiro, é a herança de desemprego e arrocho salarial de seus governos. É seu elitismo – reafirmado ainda agora, em declarações do ex-presidente FHC contra o voto dos pobres dado ao PT – e a ausência de políticas sociais e garantias trabalhistas, o baixo crescimento e as privatizações. Eles governaram só para 1/3 da população.
Dai a tentativa tucana de desviar o foco das eleições para o tema do PT, da corrupção e do poder e não das políticas públicas. Daí suas propostas genéricas e pontuais, para atender demandas de apoiadores, como é o caso do fator previdenciário ou  a redução da maioridade penal.
Por isso mesmo esconderam e escondem suas propostas de ajuste econômico, juros altos, corte de gastos, aumento de superávit, redução do salário mínimo e do crédito subsidiado. Daí esconderem que seu ajuste buscando a redução da inflação e a volta do investimento – …externo… – representa recessão e queda da demanda.
A importância das pesquisas.
Pesquisas são importantes, mas na maioria das vezes são diagnósticos de uma realidade que a luta política, social e eleitoral mudou. E pesquisas são, ainda, prognósticos mutáveis também pela ação política e pela vida real, pela conjuntura do país, por fatos econômicos, sociais, políticos, ou mesmo acidentes naturais.
Nessa campanha como em nenhuma outra o fator humano, político e social, os candidatos, partidos, líderes, as forças sociais organizadas, a militância, os formadores de opinião, a mídia e a propaganda eleitoral são decisivos. E mais decisivos ainda serão a vontade política e a proposta capaz de reunir a maioria do país em torno de uma mensagem de um futuro melhor, de dias melhores.
Sem ilusões, mas um futuro com a segurança de um governo que partilhe com o povo e a sociedade, os problemas, impasses, as escolhas e caminhos, os desafios de um Brasil sem retrocessos e em que o povo, principalmente os excluídos, não seja de novo abandonado, voltando-se ao passado de um governo a serviço do poder econômico e das elites.

***
***
***


Os desdobramentos do escândalo criado contra a Petrobrás.

A equipe do blog considera importantíssima e por isso recomenda a vocês a leitura do texto “Os desdobramentos da Operação Águas Profundas” (título da operação da Polícia Federal em relação à Petrobras), publicado pelo Luís Nassif em seu GGN, o “jornal de todos os Brasis”. Nele o Jornalista explica claramente os interesses que pairam sobre as acusações e toda essa campanha movida contra a estatal.
‘Trata-se de um jogo fundamentalmente hipócrita “. É assim que Nassif descreve esses desdobramentos da operação. Para ele a hipocrisia vem de todos os lados, principalmente da mídia. “Nós não podemos nos deixar enganar, não existe uma preocupação legitima dos meios de comunicação com a verdade. A visibilidade imensa dada ao caso Petrobras tem objetivo claramente político, e ela continuará enquanto esse interesse existir”, diz Nassif.
O jornalista lembra, ainda, que a Operação Águas Profundas está agora recaindo sobre o governo Dilma , mas a mídia esquece de frisar que Paulo Roberto Costa diz no seu depoimento em delação premiada que o que é denunciado e investigado agora ocorre ininterruptamente desde o governo Sarney (1985-1989).
Os vazamentos seletivos e a esperança que nos resta.
Nassif prevê, também, que a investigação e esse interesse todo contra a Petrobras só irá até incomodar os detentores tradicionais do poder econômico e político. Foi assim que aconteceu com as CPIs do Orçamento, do BANESTADO, dos Precatórios, do Cachoeira e tantas outras investigações. Só foram noticia enquanto interessava à grande mídia.
A Operação Águas Profundas também tem outra característica aponta o jornalista: no vazamento seletivo de depoimentos só são vazados fatos que interessam e ampliam o escândalo político. A mídia, encabeçada pelas Rede Globo e Editora Abril (revista Veja), usa esses vazamentos criminosos e apresenta uma clara má vontade para com o PT e benevolência em relação ao PSDB.
Assim, acentua Nassif, a esperança que nos resta é que desta vez o Judiciário seja suficientemente rigoroso e imparcial. E o jornalista conclui: “essa ação (situação gerada pelo escândalo) remete a outro problema: à reforma política, a como garantir a governabilidade sem entrar na lama até o pescoço”

***
***
***


Dois artigos e um embate na tv que selecionamos para vocês.

Vocês não podem deixar de ler o o excelente artigo “Pelo fim da delação premiada”, publicado hoje na Folha de S.Paulo pelo Augusto de Arruda Botelho, presidente do Instituto de Defesa do Direito de Defesa. É um texto brilhante do corajoso e destemido advogado criminalista Arruda Botelho.

Ao mesmo tempo a gente aqui do blog pede a vocês que dediquem um pouco de seu tempo (ou seria perder um pouco de seu tempo?) à leitura de uma das maiores barbaridades em matéria de economia já escritas nos últimos tempos, o artigo publicado também hoje, no mesmo Folhão, sob o título “A terceira onda”, de autoria do professor Eduardo Gianotti da Fonseca, um dos principais assessores econômicos da candidata derrotado PSB ao Planalto, ex-senadora Marina Silva.

Também não deixe de ver – e até vale a pena rever, viu! – o “baile” que o nosso ministro da Fazenda, Guido Mantega deu no ministro da Fazenda do candidato Aécio Neves, no Armínio Fraga (presidente do Banco Central num dos governos FHC) na GloboNews. Apesar da ajuda escancarada da jornalista Mírian Leitão a Armínio, a maior do tucano e grande rentista nessa entrevista foi afirmar que não há crise mundial.

Soubemos de empresários que estão se telefonando para comentar a surra que o ministro Mantega deu no Armínio e em tom de brincadeira considerando lógico que o tucano ex-presidente do BC não veja crise, já que para ele nunca faltou emprego desde os tempos da privataria solta de que ele participou como integrante do governo que a promoveu, governo FHC, e dos anos em que trabalhou para o maior especulador do mundo, George Soros.

Leiam aqui “Pelo fim da delação premiada”, de Augusto de Arruda Botelho; “A terceira onda”, do professor Eduardo Giannotti da Fonseca; e o embate em que o ministro Mantega deu um suadouro em Armínio Fraga na GloboNews.
Escutem debate na integra aqui. 
*

Nenhum comentário: