Uma tentativa concreta de golpe de Estado, finalmente! O primeiro contra o segundo mandato de Dilma.
A política brasileira já estava ficando enfadonha!
As pessoas devem entender que golpes de Estado são sempre assim: vem de dentro.
Explora-se as contradições de um governo, fomenta-se a insatisfação entre grupos que possuem autonomia funcional (como exército, judiciário, MP e PF), sem ligação com o povo, sem voto, mas detêm poder de fogo, dá-se-lhes uma cobertura midiática favorável, um verniz de legalidade, e pronto!
Temos uma embalagem perfeita para derrubar um governo legitimamente eleito.
Por uma linda coincidência, tudo acontece no dia seguinte em que se descobre que os policiais federais que cuidavam da operação Lava-Jato faziam estardalhaço, em suas redes sociais, com informações sigilosas, espalhando ofensas contra o governo e dando loas a Aécio Neves, o candidato da oposição.
Claro, tiveram que adiantar o ataque! Ou então, o que também é plausível, fazia parte do plano levar adiante essas ações na véspera do dia 15 de novembro, quando a direita quer botar mais golpistas na rua.
O mesmo setor da PF, sob orientação dos mesmos promotores do Ministério Público e da mesma Justiça, desencadeiam uma operação espetáculo, com uma cobertura intensa da mídia, para prender figuras graúdas de empreiteiras que fizeram negócios com a Petrobrás, além de um ex-diretor da estatal, Renato Duque.
Não se fala mais de nenhum outro partido, deixando claro que a operação de hoje, midiática, sensacionalista, pode ser o primeiro grande ataque ao governo desencadeado a partir da “República do Galeão” do Paraná.
O núcleo de procuradores, agentes da PF, o juiz Sério Moro, o senador Alvaro Dias, além, é claro, do cartel midiático, não parece interessado numa investigação isenta e eficiente sobre os desvios na Petrobrás.
O objetivo é derrubar o governo.
A prisão espetaculosa de diretores de empreiteiras vai nesse sentido.
Os mesmos procuradores e agentes da PF que se posicionam com tanta agressividade contra o PT irão interrogá-los.
O juiz Sergio Moro irá oferecer-lhes delação premiada.
A mídia nem precisa falar nada. Todos sabem que a única maneira de escapar das malhas da fúria midiática é acusando o PT.
Resultado: todo mundo vai acusar o PT.
Não haverá necessidade de provas, além de declarações. Isso a imprensa já deixou claro. Ela se encarregará de fazer investigações, julgar, condenar e ainda vigiar as condições carcerárias.
A mídia brasileira aceita o papel com a volúpia de sempre: ser policial, juiz e carcereiro.
Esta é a razão pela qual a oposição quer tanto Eduardo Cunha na presidência da Câmara.
O plano é pedir o impeachment.
Conseguindo ou não, ao menos paralisam a máquina pública, e atrasam as grandes obras, para que não possam ser inauguradas por Dilma.
Ou a derrubam antes disso.
Enquanto isso, a imprensa cita a oposição para dizer que a etapa seguinte da Lava-Jato será a prisão de políticos.
Ora, como eles sabem?
Não há mais sequer o cuidado de esconder a relação orgânica estabelecida entre políticos de oposição do Paraná, como o senador tucano Alvaro Dias, e o deputado federal Rubens Bueno, do PPS, e a “República do Galeão”, ou “República do Paraná”.
Na CBN, os internautas avisam que Merval Pereira age como um sargentão sublevado em êxtase ao ver as tropas rebeldes nas ruas. Fala em “fim do governo” e outras expressões bem democráticas.
Na imprensa, os agentes da PF aparecem falando em “juízo final”.
O grande jogo já começou. A direita lançou a sua primeira cartada importante.
Claro que é preciso investigar os esquemas de corrupção na Petrobrás.
Transformar tudo, porém, num espetáculo político, comprometerá a isenção das investigações.
Pretender transformar um espetáculo num golpe de Estado, por sua vez, é um crime.
A direita não conseguiu vencer nas urnas, então agora vai apelar para o que sempre fez: golpe.
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Lava jato é golpe, e, não luta contra a corrupção.
Ricardo Pessoa, presidente da UTC.
Todos os golpes de Estado da direita, no Brasil e no resto do mundo, usam a luta contra a corrupção como desculpa.
É a desculpa mais fácil de ser aceita, porque existe, de fato, corrupção, em todo governo.
Num governo democrático, a corrupção é mais visívil, porque há oposição livre, há imprensa livre, e o governo não tem controle sobre os braços autônomos do Estado, como Judiciário e Ministério Público.
No caso do Brasil, já constatamos que a PF também se tornou um órgão autônomo, o que não seria de todo mal, não fosse a vergonhosa e desavergonhada partidarização que invadiu a corporação.
O governo tem culpa, naturalmente, por não ter feito a luta política na comunicação, deixando que o envenenamento tomasse conta do próprio aparelho do Estado.
Agentes da PF também lêem a Veja e assistam ao Globo.
No caso da Petrobrás, o golpe é fácil de ser dado. Porque é evidente, infelizmente evidente, que um setor cuja magnitude dos investimentos passaram da ordem de bilhões para centenas de bilhões, atrairia todo do tipo de picaretas, oficiais ou clandestinos.
O golpe acontece porque a investigação é midiatizada, e orientada politicamente.
Confira a manifestação dos advogados dos executivos presos.
A Justiça não divulga o processo sequer a seus advogados, de maneira que eles nem sabem do que estão sendo acusados.
Por muito menos, a mídia acusou a PF de “espetacularização”, quando começou a prender os amigos de Daniel Dantas, e o próprio.
O objetivo é simples: intimidar e forçar os executivos a darem declarações que possam ser usadas politicamente pela mídia de oposição.
Daí começarão os vazamentos seletivos, feitos em interrogatórios conduzidos por agentes que já manifestaram suas intenções políticas nas redes sociais.
Já falam até em “Operações Mãos Limpas”, o espetáculo inventado pela mídia italiana que resultou em 25 anos de Berlusconi.
Um dos advogados dos presos, Alberto Toron, inclusive já sacou o jogo:
Toron conta que colocou os executivos da UTC/Constran à disposição da Justiça há cerca de um mês. “Não dá para entender por que houve a prisão. A prisão parece ter-se tornado um modo de constranger e obter delação. É um processo kafkiano, que não faz o menor sentido em um Estado democrático.”
Observe bem, não há condenação, e os executivos se colocaram a disposição da Justiça há mais de um mês.
Sergio Moro quer delação premiada, porque este é o instrumento do golpe.
Para isso estão usando a mão pesada do Estado para constranger, intimidar, ameaçar.
Se os agentes da PF e os procuradores estão sob suspeita de orientarem politicamente todo o processo investigativo, como podemos estar seguros de que o interrogatório será feito de maneira republicana e imparcial?
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Leia essa matéria da Folha, publicada discretamente.
Advogados dizem que prisões de executivos não têm justificativa
POR MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO
O advogado Alberto Toron, que defende Ricardo Pessoa, presidente da UTC/Constran, diz que a prisão durante ação da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, foi feita sem que ele soubesse quais são as razões apresentadas pela Justiça.
“Só veio o mandado de prisão, sem estar acompanhado da decisão judicial que a justifica. Isso é um cerceamento do direito de defesa. Não sei qual foi a razão determinante para a prisão”, afirma.
Toron conta que colocou os executivos da UTC/Constran à disposição da Justiça há cerca de um mês. “Não dá para entender por que houve a prisão. A prisão parece ter-se tornado um modo de constranger e obter delação. É um processo kafkiano, que não faz o menor sentido em um Estado democrático.”
Toron diz que também não teve acesso aos depoimentos prestados nos acordos de delação premiada, o que limita o direito de defesa, segundo ele.
‘PIOR QUE NA DITADURA’
Antonio Claudio Mariz de Oliveira, que defende o vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Leite, também criticou a forma da prisão.
“Era mais fácil advogar na época da ditadura militar do que agora. Na época da ditadura eu consegui ter acesso ao processo, o que não acontece agora.”
Segundo Mariz, seu cliente nunca foi depor, não há um inquérito sobre ele e nem é investigado oficialmente.
“Direitos básicos ligados à defesa estão sendo violados.”
Segundo ele, o argumento de que havia risco de fuga é insustentável para decretar a prisão de Leite. “Se for usar esse argumento, teria de prender todo acusado. O risco de fuga é inerente ao próprio ser humano”.
Para ele, a apreensão do passaporte bastaria para eliminar o risco de fuga. “Não há justifica para essas prisões”.
Leite está de licença da Camargo Corrêa por problemas de saúde. Ele não foi encontrado pela PF em casa. Segundo Mariz, o executivo havia saído cedo para resolver problemas familiares.
DUQUE
Os advogados do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, dizem que seu cliente que foi detido “temporariamente” para “averiguações”.
A PF cumpre mandados de busca e apreensão em empresas suspeitas de esquema de lavagem e desvios de dinheiro.
Duque, que comandou a diretoria de serviços da estatal, foi preso nesta manhã pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Ele é suspeito de ter recebido propina de fornecedores da empresa e repassado a políticos.
Segundo nota distribuída pela assessoria do ex-diretor, “os advogados desconhecem qualquer acusação” contra ele e “vão adotar as medidas cabíveis para restabelecer a legalidade”.
Eles afirmam que ainda não há inquérito instaurado contra o ex-diretor. Duque foi preso no Rio de Janeiro, onde vive com a família, e está sendo transferido para Curitiba, sede das investigações.
FERNANDO BAIANO
O advogado Mario de Oliveira Filho, que representa o lobista Fernando Soares, ainda não tem a definição se seu cliente vai se entregar à Polícia Federal.
Fernando Baiano, como é conhecido no mundo político, está sendo procurado pela PF na manhã desta sexta-feira. Seu advogado, no entanto, diz que até agora não soube se há mandado de prisão contra o lobista.
“O que posso dizer é que Fernando mora no Rio de Janeiro. Não está fora do país, como disseram algumas notícias absurdas. Estou em contato direto com ele”, esclarece o advogado.
Fernando Baiano é apontado pela PF como o ponto de ligação entre o PMDB e o esquema de corrupção na Petrobras.
Os advogados das empresas ainda não se pronunciaram. Em outras ocasiões, negaram as suspeitas de pagamento de propina para conseguir contratos coma estatal.
Com reportagem de São Paulo.
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Empregos gerados já somam 5,8 milhões desde 2.011.
Vejam só. O Brasil gerou 912 mil vagas no ano. Este é o saldo de emprego acumulado de Jan/Out 2014.
No acumulado desde janeiro de 2011, quando inicia o primeiro mandato do governo Dilma, até outubro deste ano, a elevação do estoque de emprego foi de 13%, ou 5,79 milhões de postos de trabalho, informou há pouco o Ministério do Trabalho.
Em outubro, o saldo de empregos fica negativo em 30 mil vagas, correspondendo a uma variação negativa de 0,07% em relação ao estoque do mês anterior.
Olhem bem: 0,07%!
A mídia dá manchete, naturalmente, para o saldo negativo, mesmo que insignificante em relação ao estoque total de emprego.
Tanto mídia quanto governo, a primeira por má-fé, o segundo por burrice, ignoram que os saldos de emprego tendem a diminuir conforme declina da taxa de desemprego.
As pessoas saltam de um emprego para outro, mas não há geração de emprego novo, porque não há menos mão-de-obra ociosa.
Na segmentação por grupo, vê-se que o setor de construção civil foi o principal responsável pela queda no nível de geração de emprego em outubro, na variação mensal. No acumulado do ano, porém, o setor mantém um saldo positivo de 71,8 mil postos, ou alta de 2,3% sobre o ano anterior.
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Ato contra a direita reúne mais de 10 mil em São Paulo.
A PM de SP estimou que havia mais de 10 mil pessoas na manifestação. Os manifestantes estimaram mais de 15 mil.
Movimentos sociais convocaram ato contra a direita e contra elite.
Grupo protesta contra ‘ataques da elite paulistana’.
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e de movimentos sociais bloquearam a Avenida Paulista em protesto contra a direita e a favor de reformas populares.
Desde volta das 17h30, o grupo lotava o vão livre do Masp. Às 19h, os manifestantes começaram a caminhada que bloqueou todas as faixas no sentido Consolação. Cerca de 15 minutos depois, o grupo desceu a Rua Augusta, em direção aos Jardins.
Segundo o coronel Glauco, da Polícia Militar, que acompanha o protesto, cerca de 10 mil pessoas participavam do ato. O coronel diz que o ato deve seguir pela Avenida Rebouças, Consolação e ser encerrado na Sé.
De acordo com o MTST, o ato é “em resposta aos ataques da elite paulistana aos movimentos organizados e ao povo nordestino” verificados após o encerramento do segundo turno das eleições.
A ex-candidata do PSOL à Presidência, Luciana Genro, também participou do ato na Paulista. “Vamos enfrentar a direita nas ruas, mas vamos enfrentar o governo se ele quiser fazer ajuste”, afirmou.
Momentos antes, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) também havia dito que a central não vai aceitar “banqueiro” no Banco Central.
O coordenador do MTST, Guilherme Boulos, disse que a manifestação é resposta à “playboyzada dos Jardins”. “Teve uma turma aqui na Paulista dizendo que o povo devia ser reprimido por uma intervenção militar. Era uma meia dúzia, uma playboyzada dos Jardins, que, porque o titio Aécio perdeu a eleição, ficaram bravinhos”, disse.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, foi na mesma linha: “não venham os coxinhas querer o terceiro turno”. Os organizadores também cobram da presidente Dilma as reformas populares que prometeu, entre elas a reforma politica, a reforma tributária e a reforma agrária.
Pauta ampla
A coordenadora nacional do MTST (foto) Ana Paula Ribeiro diz que os outros movimentos compareceram porque a pauta é extensa. “Estamos reivindicando reformas estruturais de base: reformas política, agrária, urbana, tributária e das comunicações”, disse Ana Paula.
O evento estava previsto para começar às 17h, mas o grupo adiou o início da caminhada por causa da chuva forte que caía na região da Avenida Paulista.
Grupo rebate ato contra Dilma
Um dos objetivos dos movimentos sociais é rebater a manifestação realizada no sábado (1º) que reuniu cerca de 2,5 mil pessoas na Avenida Paulista contra o resultado das eleições e pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff. O cantor Lobão, que tinha prometido deixar o país em caso de vitória do PT, esteve no evento.
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TERRAS ALTAS DA MANTIQUEIRA = ALAGOA - AIURUOCA - DELFIM MOREIRA - ITAMONTE - ITANHANDU - MARMELÓPOLIS - PASSA QUATRO - POUSO ALTO - SÃO SEBASTIÃO DO RIO VERDE - VIRGÍNIA.
sábado, 15 de novembro de 2014
A direita tenta seu primeiro golpe de Estado.
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