sexta-feira, 7 de novembro de 2014

A súbita preocupação da Globo com miseráveis.

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O Globo estampa na primeira página desta quinta-feira, com letras garrafais, que “número de brasileiros na extrema pobreza aumenta”.
No caderno de economia, a frase tem sabor de vitória adolescente: “sim, miséria aumentou”.
Por que este “sim”?
Os editores do Globo tornaram-se tão alucinados contra o governo, que perderam a noção do que seja a linguagem jornalística?
Aliás, por falar em linguagem, acho que faltou um artigo definido, um “a”, não?
Algumas frases teste:
Sim, lanchinho tá pronto, Merval.
Sim, mídia tá doidinha com a derrota nas urnas.
Sim, Miriam Leitão passou o dia eufórica porque descobriu um número ruim.
E aí você vê o próprio gráfico apresentado no jornal, e observa que a miséria saiu de 7,6% em 2004, segundo a fonte usada na matéria, para 4% em 2013.
O aumento de 0,4% de 2012 para 2013 está dentro da margem de erro, e não deve ser visto isoladamente. Nesse mesmo tempo, o desemprego caiu e os salários aumentaram.

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A Folha também trouxe um gráfico, desde 1992, e aí a gente vê o seguinte.
Sim, miséria aumentou.
Sim, no governo FHC.
Segundo o Ipea, os tucanos pegaram o governo com 22,4 milhões de miseráveis, e o entregaram a Lula com 26,24 milhões, que foi o número de seu primeiro ano, 2003.
Lula reduz um bocado a miséria, Dilma ainda mais, e eis que, em 2013, temos 10,4 milhões de miseráveis.
Repetindo: tucanos aumentaram o número de miseráveis de 22 para 26 milhões. PT baixou de 26 para 10.
Sim, miséria aumentou.
Miséria de informação.

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Roberto Irineu Marinho e Gilmar Mendes. Olha a cara de submisso de Gilmar diante de seu patrão.

É sempre um alívio lembrar que, além de termos reeleito a presidenta Dilma, Ricardo Lewandowski agora é presidente do Supremo Tribunal Federal (STF).
As primeiras palavras de Dilma, após a eleição, falaram em união, paz e diálogo.
A oposição reagiu com histeria, e sua “base social” saiu às ruas pedindo impeachment e intervenção militar.
Gilmar Mendes, que representa a ultra-direita no STF, deu uma entrevista completamente destrambelhada à Folha, falando em “corte bolivariana”, ou seja, insultando seus próprios colegas, já que usou o termo “bolivariano” numa acepção fortemente pejorativa.
O que queria dizer Mendes? Que seus colegas, atuais e futuros, seriam “corruptos”, “vendidos ao governo”?
Sobre a prerrogativa do PT de escolher ministros do STF, é um direito constitucional, outorgado pelo povo através das urnas. Ou não?
Por acaso Gilmar foi escolhido de outro jeito?
Gilmar é contra a Constituição?
Gilmar Mendes é pago pelo povo para proteger a Constituição. Esta é sua função pública.
Não pagamos Mendes para que ele dê entrevistas atacando a Constituição.
Juiz não tem que dar pitaco sobre a Constituição. Para isso, existe o parlamento e a sociedade civil.
Ora, a Constituição diz que o presidente da república nomeia os ministros do STF, e que, após uma sabatina no Senado, eles serão investidos de suas funções.
Ponto final.
O resto é mimimi de golpista derrotado.
O atual presidente do STF, Ricardo Lewandowski, rebateu entrevista de Gilmar de maneira demolidora: com humildade, sensatez e, acima de tudo, respeito à doutrina democrática.
Trecho de sua entrevista, publicada em vários jornais:
Lewandowski também afirmou que, mesmo com a maioria de integrantes do STF indicados pelo PT, a corte mantém a sua independência. Na segunda-feira, em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”, o ministro Gilmar Mendes disse que o excesso de nomeações de um só partido para o tribunal era um tipo de bolivarianismo. Hoje, dos dez integrantes do STF, sete foram nomeados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ou por Dilma Rousseff.
— É uma regra da Constituição. Se o povo brasileiro escolheu determinado partido para que ficasse no poder durante esse tempo, e a Constituição faculta ao presidente da República indicar os membros do STF, enfim, é uma possibilidade de que a Constituição abre ao presidente. Então, é isso, cumprimento da Constituição. Se é bom, se é ruim, isso foi uma escolha das urnas. A história do STF tem mostrado total independência dos ministros. O STF se orgulha muito dessa independência enorme que os ministros têm com relação aos presidentes que os indicaram. Essa é a história do STF — afirmou.



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Se você se informar apenas pela velha imprensa, achará que Aécio Neves ganhou as eleições presidenciais, foi recebido em triunfo em Brasília e que a oposição ao PT vem acumulando vitórias sucessivas sobre o governo.
Felizmente, cada vez mais brasileiros procuram outros meios de informação.
Porque a verdade, muitas vezes, tem corrido na direção contrária do que diz a mídia.
E a verdade é que a oposição vem colhendo uma derrota após outra.
Primeiro foi a derrota eleitoral. A mídia apostou todo o seu prestígio, e perdeu.
Perdeu as eleições e perdeu prestígio.
Ninguém mais vai ler o Globo ou a Veja do mesmo jeito.
A manifestação de tucanos pró-intervenção militar e impeachment, que recebeu tanta atenção da mídia, correspondeu, igualmente, a uma fragorosa derrota moral e política.
Mostrou o Brasil que o PSDB foi contaminado pelo germe do autoritarismo, da truculência e da despolitização.
Foi deveras instrutivo ver aqueles idiotas pedindo “liberdade de expressão” num cartaz, e “intervenção militar” em outro.
Ou protestando contra o “bolivarianismo” e pedindo a volta da ditadura.
Aliás, temos de fazer um grande movimento de desagravo ao bolivarianismo, à Simon Bolívar e a nossos vizinhos latino-americanos.
É absolutamente grotesco negativizar Simon Bolívar, o libertador das Américas, um dos maiores ideólogos da democracia, da liberdade, da república, em nosso continente.
Quer dizer que os EUA invadem o Iraque, matam mais de um milhão de pessoas, e transformam um país estável – onde as mulheres saíam livres às ruas, de rosto descoberto – numa nação devastada, dominada pelo sectarismo, pelo terrorismo, pelas trevas, e a nossa mídia vem nos dizer que os vilões são os “bolivarianos”?
Ora, Venezuela, Bolívia, Argentina, têm milhões de problemas, econômicos, políticos, sociais, como qualquer outra nação do terceiro mundo, mas são problemas que vem resolvendo de maneira pacífica e democrática, através do voto e da consulta popular.
Combateram e venceram o analfabetismo e a miséria, reforçaram a soberania do Estado sobre seus recursos naturais, e estão crescendo economicamente.
São bolivarianos sim, com orgulho, democracia, paz e liberdade!
Estão muito melhor hoje do que no passado: mais ricos, mais orgulhosos, mais soberanos, mais estáveis, mais livres e mais democráticos.
Se os coxinhas querem se preocupar com outros países, sugiro que olhem para a Arábia Saudita, aliado eterno dos EUA, onde não há liberdade nenhuma.
Bem, eu vim aqui para falar de uma coisa e acabei falando outra.
O que eu queria era dizer que a oposição colheu outra derrota.
A PEC da Bengala, que estendia a idade de aposentadoria compulsória de juízes, incluindo ministros do STF, para 75 anos (hoje é 70), foi derrotada politicamente na sociedade.
A medida tinha como objetivo oculto evitar que Dilma nomeasse novos ministros do STF.
Não vingou.
Dilma poderá, portanto, usar da prerrogativa democrática, a ela conferida pelo voto da maioria do povo brasileiro, de escolher mais cinco novos ministros do STF, e com isso reforçar a estabilidade de seu governo.
O golpismo foi golpeado.
É sempre emocionante ver a democracia, que é o governo do povo e para o povo, derrotar a arrogância das elites.
Perdeu, playboy.
Confira o texto abaixo, publicado no site oficial da OAB.
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quarta-feira, 5 de novembro de 2014 às 15h34
MANIFESTO DA ADVOCACIA E DA MAGISTRATURA
CONTRA A PEC 457/2005
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (ANAMATRA) e a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) reafirmam posição contrária à denominada “PEC da Bengala”. Desde o ano 2000, essas entidades têm defendido a necessária e indispensável modernização no ambiente do Poder Judiciário. A PEC 457/2005 é contrária à lógica republicana e representa um obstáculo em todos os graus de jurisdição à “oxigenação” do Judiciário.
Esse manifesto tem o intuito de alertar que a Proposta de Emenda à Constituição nº 457/2005, alterando o art. 40 da Constituição Federal para fixar a aposentadoria compulsória aos 75 (setenta e cinco) anos aos servidores públicos, constitui um entrave à renovação do Poder Judiciário e à evolução jurisprudencial devido ao engessamento da carreira dos juízes.


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A campanha eleitoral deste ano produziu, na minha opinião, alguns herois. Entre eles, Roberto Amaral, presidente do PSB, defenestrado por uma ala fortemente conservadora dentro do partido.
Quem acompanhou de perto as lides políticas, partidárias ou mesmo intra-partidárias de 2014 sabe com que monstros Amaral teve de brigar, antes de chutar o pau da barraca e abraçar a candidatura de Dilma Rousseff.
Eu vi Roberto Amaral na Cinelândia, uma semana antes da eleição do segundo turno, fazendo um discurso emocionado, cujas palavras jamais esquecerei.
“Nós vamos ganhar”, dizia Amaral, “porque estamos ao lado do povo, e o povo nunca perde”.
Evidentemente, Amaral não fazia uma análise, mas vocalizava algum poema político, de sabor revolucionário.
A praça estava lotada como eu nunca tinha visto.
Milhares de pessoas, assustadas diante do crescimento da reação conservadora, havia acorrido para a campanha de Dilma Rousseff.
A militância multiplicou-se de maneira avassaladora. Todo mundo com adesivos no peito e empunhando bandeiras.
A vitória de Dilma este ano foi muito além da questão eleitoral. Houve uma vitória política maiúscula. Vitória essa sobre a qual o governo e a sociedade deve meditar com atenção, para fazer frente à onda reacionária que também se levantou.
Roberto Amaral reflete sobre essa onda reacionária e aponta um culpado, de maneira muito simples e direita: a imprensa.
A imprensa, explica Amaral, vem construindo, há anos, uma cultura meio fascista junto à classe média urbana, e este sentimento vem se espraiando para outras camadas da sociedade.
Leia o artigo.
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A IMPRENSA COMO O PRINCIPAL PARTIDO DA OPOSIÇÃO.
Por Roberto Amaral, ex-presidente do PSB
6 DE NOVEMBRO DE 2014 ÀS 06:17
O pensamento único, de direita, destilado diariamente pelos poucos veículos de comunicação do País haveria de ter resposta na opinião pública.
Os fenômenos políticos exigem longa e lenta gestação; quase sempre trata-se de gravidez imperceptível. A construção ideológica demanda tempo. Como o fenômeno social, é desenhada, passo a passo, traço por traço. O fato social, embora venha a lume muitas vezes como uma explosão, inesperada, não nasce quando se manifesta: antes, a História lhe cobrou demorada fermentação. Há sempre um fato detonador, a gota d’água, que só é conhecido a posteriori.
Uma crise estudantil na Universidade de Nanterre – provocada pela resistência da reitoria em permitir que rapazes frequentassem os alojamentos das moças, foi o gatilho da irrupção estudantil de 1968, que, partindo de Paris, tomou o mundo. Em entrevista recente a jornal brasileiro, Daniel Cohn-Bendit, o revolucionário daquela época, declara que uma semana antes da “explosão” era insuportável a modorra universitária. Tivemos, recentemente, a “primavera árabe” que terminou sentando-se nos jardins de Wall Street. Mas, no século passado, os melhores exemplos de “irrupção imprevista” são oferecidos pela queda do muro de Berlim e a dissolução da União Soviética, na verdade conclusões de processos políticos há muito em andamento, corroendo as entranhas do socialismo real como o caruncho que silenciosamente devora a árvore.
A chamada ascendência do pensamento conservador, que surpreendeu os desavisados na manifestação eleitoral de direita que tomou conta de setores ponderáveis das camadas médias de São Paulo e de outras cidades, também não é filha do acaso, embora não atenda a uma necessidade histórica, o que poderá decretar a brevidade de sua existência.
Mas a semente foi plantada e está sendo bem regada.
Trata-se de fenômeno que vem sendo trabalhado há anos. Nada é fruto do acaso ou efeito sem causa.
Há décadas – desde os idos da ditadura e malgrado ela – sociólogos da comunicação e outros pesquisadores preocupados com a política vêm tentando alertar o pensamento liberal sobre as consequências, já antevistas naquela altura – da ação ideológica goebeliana dos meios de comunicação, de especial os meios eletrônicos, sobre as massas. Notadamente quando o sistema, caso brasileiro, caracteriza-se pela concentração empresarial e o monopólio ideológico.
Assim, a questão posta na mesa, já então, ia para além da denúncia do oligopólio que controla as empresas de comunicação no país (quatro a cinco famiglias) e de seu significado para a gestão democrática da cultura e da informação; tratava-se de pôr a nu – tarefa de fácil demonstração – o monopólio do conteúdo dos meios, presos ao discurso único, uma das expressões mais contundentes do autoritarismo. Os liberais, que sempre defenderam a liberdade das empresas (de seus donos) pensando que defendiam a liberdade de imprensa, não cuidaram de defender a liberdade de opinião, inexistente, se não há diversidade ideológica. E na imprensa brasileira não há.
Aqui se casam dois fenômenos gratos ao autoritarismo. De um lado, a concentração de empresas, de início imposta pelo capitalismo financeiro-monopolista; a redução do número de meios e dos veículos, impondo as cadeias nacionais de rádio, de televisão e de jornais, centralizando as fontes de opinião e informação, assegurando o monopólio ideológico – facilitado ademais, pelo desenvolvimento tecnológico que impediu ou reduziu a concorrência a um jogo entre poucas empresas donas dos veículos sobreviventes. As indústrias jornalísticas passaram a depender, fundamentalmente, de investimentos maciços de capital, enquanto a produção intelectual passou a ter custo irrelevante, com a emissão em rede ou em cadeia e a reprodução nacional do material gráfico gestado no centro hegemônico.
Hoje, neste país de extensão continental e de extraordinária diversidade cultural e regional, possui nossa população apenas algo como três jornais nacionais (ditando a pauta dos demais), umas poucas cadeias de rádio (operando em nível nacional), algo como quatro redes nacionais de televisão (expulsas as programações locais) e uma só informação, e uma só orientação ideológica, porque os meios periféricos reproduzem o pensamento dos meios centrais, produtores, que articulam e distribuem a mesma visão ideológica. A saber, o ideário de direita.
Esse pensamento único, destilado diariamente por todos os veículos e por todos os meios, nas reportagens, nos artigos, nos editoriais, nos noticiários, no entretenimento, haveria de ter resposta no comportamento da opinião pública (que já se diz “opinião publicada”) e atingir profundamente as camadas urbanas e nelas principalmente os segmentos superiores das diversas classes médias que, eleição após eleição, vêm se apartando do voto progressista. Mas a esses setores, que conservam poder de influência sobre os demais estratos sociais, não ficou adstrita, prova-o a votação que nesta eleição, um recorde desde 2002, obteve o candidato da direita à presidência da República.
Se é verdade que as grandes massas apoiaram, majoritariamente, a candidatura progressista de Dilma Rousseff, não é menos verdade que a votação de Aécio Neves compreende setores que vão muito além das classes-médias. Embora assumindo os interesses da burguesia e do grande capital, a candidatura do PSDB conquistou segmentos expressivos das camadas populares, de trabalhadores e assalariados em geral, que, por óbvio, se identificaram com seu discurso reacionário, e assim votaram contra seus próprios interesses.
A exegese do fenômeno deixo para os doutos. Nos limites deste artigo apenas pondero que entre as muitas com-causas – fragilidade das organizações populares, fracasso político dos partidos de esquerda no poder, crise do sindicalismo, desmoralização da política, e mais isso e mais aquilo – há que se considerar o papel ideológico dos meios de comunicação de massa.
Essas considerações me ocorreram após assistir a vídeo sobre manifestação de sábado último na Avenida Paulista (SP), nos pilotis do MASP. Na melhor escola fascista, a provocação política associa a violência oral à brutalidade física, cenas que podem ser conferidas no vídeo aqui.
Não se trata de ato trivial, nem isolado. Fatos como este não haviam sido vistos no Brasil nem mesmo durante os duros embates de 1963-1964, na meticulosa preparação do golpe de 1º de abril. Naqueles idos, é sempre bom lembrar, a grande imprensa foi fator decisivo na desestabilização do governo João Goulart e na construção do discurso aglutinador das oposições, que logo transitaria para a defesa pura e simples da intervenção militar. E naqueles anos a imprensa ainda não era um oligopólio de poucas empresas, nem haviam as redes e as cadeias nacionais, recurso que facilitaria a mobilização popular e a construção de um clima antigoverno.
Nos nossos dias, a imprensa transformou-se no principal partido da oposição, oposição que se instala nos primórdios do governo, atravessa seus primeiros três anos, se fortalece na campanha eleitoral e, finda esta, não ensarilha as armas: mantendo hoje o combate de sempre, e crescentemente mais aguerrido, faz oposição a um governo que sequer se instalou!
Está à vista o conluio entre a direita partidária e os meios de comunicação visando à desestabilização do governo, na tentativa, quase desesperada, de criar clima emocional para o pleito do impeachment, pois, a partir dele, todas as cartas podem ser jogadas. Há perfeita confluência entre o pedido de recontagem dos votos formulado oficialmente pelo PSDB, a postulação absurda e antirrepublicana do impeachment, e os atos de 1.º de novembro na capital paulista.
Nas manifestações paulistanas o analista encontrará todos os elementos clássicos do fascismo: anticomunismo arcaico, xenofobia, preconceito regional, exaltação do militarismo (surge até um “Partido Militar Brasileiro”) e da violência, defesa da ditadura, ódio disseminado, desprezo pela democracia e profundo desrespeito à soberania popular. Os cartazes anunciam seu programa: intervenção militar como reprimenda a um povo que “não sabe votar”. O vídeo revela que o púbico da manifestação é formado, em sua esmagadora maioria, por jovens (e até crianças) de classe-média bem posta.
Sem comparações forçadas ou ilações ou previsões, lembro que na Alemanha nazista também foi assim: o maior campo de ação da propaganda nazista foi a classe média.
É preciso fazer gorar o ovo da serpente.

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