domingo, 7 de dezembro de 2014

A grande derrota: novela tucana pós-eleições não convence ninguém.


O mau perdedor. Este parece ser o personagem assumido por Aécio Neves após o resultado das eleições em outubro. Criando um enredo recheado de desespero, tendências fascistas e tentativas de golpe, os tucanos encenam nestes últimos tempos aquela que talvez seja uma das mais escabrosas de suas novelas. A cada episódio, um novo susto para defensores da liberdade e da democracia, que assistem atônitos e aguardam incredulamente as cenas dos próximos capítulos.
Esta semana, nada parece ter causado mais horror à audiência do que o show de horrores protagonizado por funcionários e simpatizantes demotucanos no Congresso Nacional. Em protesto contra a aprovação do projeto que flexibiliza a meta do superávit e sob o comando de Jair Bolsonaro (PP-RJ), aecistas dispararam sua metralhadora de gritos, baixarias e palavrões. O roteiro deste episódio, impróprio para menores, incluiu até chamar a senadora Vanessa Graziotin (PcdoB – AM) de “vagabunda” em plena sessão parlamentar.
O enredo tucano ganha ainda contornos de fantasia. Sem qualquer argumento legal ou político, a não ser o vexame da derrota, o eterno candidato Aécio Neves flerta com o golpismo e ventila a possibilidade de um impeachment na marra. Chama o Partido dos Trabalhadores de “organização criminosa”, quando os verdadeiros vilões dessa história são o chamado projeto neoliberal e a impunidade característica de governos tucanos.
A trama empreendida por Aécio e pelo PSDB possui o mesmo grau de irrealidade que uma ficção científica de baixo orçamento. Não tendo conseguido convencer o povo brasileiro de suas ideias reacionárias durante a campanha presidencial, agora o menino do Rio roteiriza um enredo alienante e tenta se colocar no papel de mocinho. Mas a plateia não é burra. O dramalhão mexicano dos tucanos pode até possuir audiência, mas não consegue cativar a ninguém.

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