terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Gilmar deve usar Vaccari contra contas de Dilma.

TSE capa

Na próxima quarta-feira (10/12), vence o prazo do TSE para divulgar os relatórios dos ministros daquela Corte sobre as contas de campanha dos candidatos nas eleições deste ano. Neste momento, vale retomar as suspeitas sobre como Gilmar Mendes, o “sortudo”, irá analisar dois processos sobre as contas de campanha de Dilma que lhe caíram nas mãos por “sorteio”.
Nunca é demais lembrar que, mês passado, foram “sorteados” no TSE com que ministros ficariam os processos referentes aos gastos e receitas do PT com a campanha de Dilma e os gastos e receitas da campanha da presidente propriamente ditos. No mesmo dia, hora e local, Gilmar foi ganhador dos dois sorteios.
Há quem acredite que foi uma “coincidência”…
Seja como for, com a proximidade da divulgação do relatório do carrasco oficial do PT no STF e no TSE sobre as contas de campanha de Dilma, as informações sobre o que deve acontecer vão chegando. As fontes citam vários fatos. Vamos a eles.
Em 2012, na véspera do julgamento do mensalão, a mídia moveu céus e terras contra a participação do ministro José Antonio Dias Tóffoli. Incontáveis matérias de O GloboEstadãoFolha e Veja exigiam que o ex-Advogado Geral da União de Lula não participasse do julgamento, apesar de que não diziam uma só palavra contra o ex-AGU de Fernando Henrique Cardoso, Gilmar Mendes – se o primeiro era suspeito por ter servido ao PT, o segundo deveria ser suspeito por ter servido aos inimigos figadais do mesmo PT, certo?
Toffoli, pelo visto, ganhou a confiança da mídia. Presidente do TSE, magistrado das eleições de 2014, não sofreu qualquer questionamento da mídia ao longo do processo eleitoral deste ano. Sumiram as suspeitas contra ele graças a uma atuação contra Dilma e o PT que não seria muito diferente se tivesse partido de Gilmar.
O PT tem toneladas de questionamentos contra a atuação de Tóffoli ao longo do último processo eleitoral que o Brasil viveu, mas há um episódio em particular. Aquele que já foi considerado “ministro do PT no STF” decidiu, durante a campanha, que Dilma infringiu a lei ao usar o Palácio da Alvorada para dar entrevistas à imprensa (?!).
Toffoli foi derrotado no TSE, que considerou, com propriedade, que o Alvorada é a residência de Dilma e, assim, não seria cabível exigir que a presidente não pudesse usar sua residência – ainda que temporária – para prestar contas à imprensa. Aonde iria dar entrevista, no meio da rua? Por isso, a postura do “ministro do PT” foi considerada surreal pela campanha de Dilma.
O aparente oposicionismo de Tóffoli é apenas um ingrediente da pantomima que Gilmar e outros membros “de oposição” no TSE estão preparando para, na próxima quarta-feira, rejeitarem as contas de Dilma total ou parcialmente com base no que vem sendo chamado de “pelo em ovo”. Voltaremos a Tóffoli mais adiante.
Na semana passada, a Folha de São Paulo providenciou esse “pelo”. Confira, abaixo, a matéria “providencial” do jornal oposicionista e, em seguida, o post continua.

TSE 1

A empresa citada respondeu ao jornal no último domingo (7/12).

TSE 2
A investigação do TSE a que se refere a resposta da Folha é, na verdade, investigação de Gilmar Mendes no âmbito de sua “devassa” nas contas de campanha de Dilma, que só faltou convocar as Forças Armadas para ajudarem a “investigar”.
A confusão feita em torno da empresa-alvo de Gilmar parece fadada ao fracasso. A prática “denunciada” pela Folha não é nenhum bicho-de-sete-cabeças. Porém, servirá para compor o espetáculo que se faz anunciar para esta semana.
Chega ao Blog, porém, a informação de que na base da argumentação de Gilmar contra as contas de Dilma estarão as acusações (sem provas) contra o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, no âmbito da Operação Lava Jato.
A tese de Gilmar contra as contas de Dilma se fará acompanhar daqueles discursos grandiloquentes e inflamados que o ministro do PSDB no STF e no TSE costuma fazer em suas decisões invariavelmente contrárias ao partido e a qualquer um de seus membros. Ele dirá ser impossível aprovar as contas de campanha dela no momento em que o tesoureiro de seu partido é alvo de acusações de envolvidos na Operação Lava Jato.
Como será “amarrada” essa teoria, não se sabe. Mas as informações que chegam é que será “mais ou menos por aí” que Gilmar armará seu espetáculo.
A tese de Gilmar contra as contas de campanha de Dilma terá que ser apreciada pelos sete ministros do TSE. Informalmente, já se tem uma boa ideia de como cada um deverá votar. Luiz Fux, Gilmar Mendes e João Otávio de Noronha (nomeado para o STJ pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e amigo do peito de Aécio Neves) são considerados votos certos contra Dilma.
Se dos sete ministros do TSE três são considerados votos certos contra Dilma, a decisão sobre as contas de campanha dela dependerá do único ministro de quem o voto parece ser difícil de adivinhar: Dias Tóffoli. Se ele continuar com a atitude anti-Dilma que adotou durante a campanha eleitoral, o golpismo terá quatro votos contra três naquela Corte.
Existe possibilidade de as contas de Dilma serem aprovadas totalmente ou aprovadas com alguma ressalva (parcialmente)? No julgamento monocrático de Gilmar, parece quase impossível. Após todos os recursos que ele mobilizou, aprovar sem ressalvas as contas de Dilma seria conferir um atestado de honorabilidade ao PT.
Alguém acredita que Gilmar fará isso?
Para concluir o post, leitor, convido-o a assistir, logo abaixo, a uma das mais recentes catilinárias de Gilmar contra a presidente da República e o seu partido no TSE. Note o tom, note a raiva, note a postura de membro da oposição que um JUIZ adota ao proferir seu voto. Aécio Neves não teria atacado a adversária de forma mais dura.

TSE fala sobre Dilma "fazer o diabo na campanha" de 2014.


http://www.blogdacidadania.com.br/…/gilmar-deve-usar-vacca…/

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Se o golpe no TSE vingasse, todos perderiam.

suicidio


Já que os fatos finalmente estão mostrando que jamais foi “alarmismo” denunciar (com muita antecedência) que a análise das contas de campanha de Dilma pela Justiça Eleitoral iriam produzir os devaneios golpistas que estão produzindo, pulemos a parte do “eu avisei” para a parte sobre “o que fazer”, que, no frigir dos ovos, é o que interessa a todos.
Na semana passada, surgiu o primeiro sinal concreto de que as contas de campanha de Dilma seriam alvo do que estão sendo. Denúncia de um dos empreiteiros envolvidos na operação Lava Jato afirmou que o PT recebeu doações legais nas campanhas eleitorais de 2008, 2010 e 2012 que, na verdade, provieram de dinheiro de corrupção.
Aquele foi um balão de ensaio do que estava por vir. Exposta a teoria de que dinheiro do caixa 1 da campanha de Dilma teria ligação com corrupção justamente no momento em que o relator dessas contas eleitorais – Gilmar Mendes, inimigo notório do PT – mobilizou TCU, Receita etc. para que passassem um pente-fino nelas, agora a mídia trataria de denunciar uma irregularidade nessas contas.
Na sexta-feira 5, a Folha de São Paulo publica a primeira matéria apontando irregularidade nas contas da campanha petista, antes de qualquer anúncio oficial. O vazamento da informação precederia outro, que seria feito na última segunda-feira, dizendo que “técnicos” anônimos do TSE teriam encontrado irregularidades em cerca de 4% das receitas de campanha de Dilma e em cerca de 14% das despesas.
O roteiro da TENTATIVA de golpe, a partir desse ponto, já está sendo amplamente veiculado. Suponhamos, então, que dê certo.
Gilmar Mendes terá que decidir se acolhe o pelo em ovo encontrado pelos técnicos aos quais delegou a tarefa de encontrá-lo. Será uma surpresa e um ineditismo se, pela primeira vez, o ministro tucano no TSE e no STF decidir alguma coisa a favor do PT. Desse modo, suponhamos que ele acolha a recomendação dos “técnicos” e rejeite as contas de campanha de Dilma.
Suponhamos, agora, que, no TSE, os ministros João Otávio Noronha, Gilmar Mendes, Luiz Fux e Dias Tóffoli cumpram o script e, por maioria de quatro a três, rejeitem as contas de campanha de Dilma.
Nesse momento – ou, talvez, até antes –, que ninguém tenha dúvida de que movimentos sociais, sindicatos e muitos militantes autônomos ou filiados ao PT sairiam às ruas exigindo respeito à vontade das urnas, ao que seriam confrontados pelos militantes tucanos, inclusive pelos que querem a volta da ditadura militar.
Como se sabe, Lula já está se preparando para enfrentar um golpe no TSE que ainda há quem diga que é delírio.
Nesse processo, não é difícil imaginar que protestos pró e contra a perda de mandato de Dilma acabariam se encontrando e produzindo uma guerra campal de magnitude imprevisível, podendo gerar até mortos e feridos.
A essa altura, o país já estaria parado. As empresas estariam não apenas postergando investimentos, mas, também, apelando à boa e velha prática de “demissões preventivas”. A incerteza sobre quem iria governar o país derrubaria as ações das empresas, faria a inflação explodir, desencadearia demissões em massa etc.
Nesse momento, o PT estaria recorrendo ao STF contra a decisão do TSE, assim como fez durante a campanha eleitoral a revista Veja, que conseguiu cassar no Supremo o direito de resposta que a Corte eleitoral concedera ao partido.
Suponhamos, então, que, no STF, Gilmar Mendes, Dias Tóffoli, Celso de Mello, Marco Aurélio Mello, Luiz Fux, Carmem Lúcia e Rosa Weber derrotassem Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki e Luís Roberto Barroso – a inspiração para compor esse quadro se baseia no julgamento do mensalão.
Com a hipotética derrota também no STF, Dilma perderia o mandato e novas eleições seriam convocadas.
O país, nesse momento, estaria conflagrado e afundando economicamente. A radicalização de parte a parte racharia a sociedade, o eleitorado. Com Dilma impedida, Lula se candidataria, a menos que prevalecesse a sugestão do Reinaldo Azevedo e o PT fosse colocado na ilegalidade, em pleno século XXI.
Como aí já é demais, pois seria a volta da ditadura militar, suponhamos que Lula não seria preso e o PT não seria posto na ilegalidade.
Assim, com o país conflagrado, a economia afundando, Aécio Neves e Lula disputariam uma nova eleição. O mais provável é que Lula venceria, mas mesmo se perdesse e Aécio fosse eleito, ele receberia um país conflagrado e uma oposição tão feroz quanto a que está comandando.
Será que vale a pena herdar um governo assim? Será que vale a pena atirar o país em tal buraco achando que não será cobrado pelo que os brasileiros vierem a passar?
Só o que já se pode garantir é que, até lá – e até o país se recuperar disso tudo –, você, cidadão comum que odeia o PT, se não for ligado a políticos provavelmente estaria desempregado e com a vida virada de cabeça para baixo. E é possível garantir que a mídia e o PSDB não resolveriam os seus problemas pessoais só por você odiar o PT.
A pergunta que fica, pois, é a seguinte: vale a pena correr tal risco só por marra da oposição e da mídia, só porque não querem aceitar uma derrota nas urnas e esperar a próxima eleição? Você tem certeza de que é isso o que quer? Vale a pena afundar um país só por birra? Você, que apoia essa aventura, tem certeza de que sabe o que está fazendo?

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