quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Tio Bonner está sendo injusto com os internautas ao criticá-los e eu conto por quê.

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Bonner é um mal agradecido.

Queixou-se das redes sociais ao receber um prêmio no Faustão.
Ora, ele tem mais de 6 milhões de seguidores no Twitter, onde se apresenta como Tio, e agora começou a postar no Facebook cenas dos bastidores do Jornal Nacional.
Se é para reclamar de alguém, Bonner deveria mirar é nos telespectadores, e não nos internautas.
O JN, de Bonner, perde continuamente audiência. Em 1996, quando ele assumiu, o Ibope era superior a 40 pontos.
Metade desse público se foi desde então, e neste instante em que escrevo mais pessoas estão deixando de ver o JN.
O JN tenta hoje se manter nos 20 pontos, mas é uma luta perdida, dada a voracidade com que a internet avança sobre todas as mídia, incluída a televisão.
Bonner, com seu JN, foi abandonado por milhões de pessoas nos últimos anos, e continuará a ser nos próximos anos.
Ele e seu chefe, Ali Kamel, formam a dupla mais abandonada da televisão brasileira, mas é preciso reconhecer que o mercado foi mais decisivo para isso do que a capacidade de ambos.
O futuro é complicado para todo jornalista que trabalha nas mídias que não sejam a internet, e não é diferente para Bonner.
Até quando a Globo poderá pagar salários como os que paga a ele e a Kamel no Jornal Nacional?
A resposta é: enquanto a publicidade puder bancar. Mas aí surge uma segunda pergunta: e até quando os anunciantes gastarão milhões numa mídia em declínio.
Qual vai ser o ponto de disrupção? Quando os anunciantes vão dizer: estou pagando muito por uma mídia velha e decadente?
Não é possível precisar ainda.
Imagino que isso ocorra quando a audiência recuar para um dígito, mas pode ser antes, naturalmente.
Em geral, o que ocorre entre os anunciantes é o chamado efeito manada. Um sai e os outros seguem.
É o que está ocorrendo na Abril.
Recentemente, a L’Oreal, durante muito tempo o maior anunciante das revistas femininas da Abril, comunicou que estava saindo da mídia impressa.
Numa conta simplificada, em breve Bonner terá mais público no Twitter que no Jornal Nacional.
Um ponto no Ibope, em São Paulo, equivale a 60 mil lares. O Ibope sustenta – sem comprovação nenhuma – que em cada casa três pessoas em média assistem aos programas de tevê.
Repare: na internet você afere leitor por leitor. Na televisão, existe uma estimativa obviamente inflada, bem como nas revistas e nos jornais.
Em meus tempos de Abril, usávamos a métrica – sabe-se lá de onde tirada – de que para cada exemplar de revista havia quatro leitores. Nós fingíamos que acreditávamos, as agências fingiam que acreditavam, os anunciantes fingiam que acreditavam — e todos éramos felizes nessa crença trôpega.
Segundo o Ibope, o JN em São Paulo, com 20 pontos, é visto em 1,2 milhão de casas. Mesmo aceitando a taxa de três espectadores por lar, você fica em 3,6 milhões de pessoas.
Isso é pouco mais da metade do número de seguidores de Bonner no Twitter. São Paulo não é o mercado nacional, é verdade, mas é a maior parte dele.
Na site da Globo, está escrito que o JN é visto diariamente por 25 milhões de pessoas no país.
Mas quem acredita nisso, como dizia Wellington, acredita em tudo.
Bonner está sendo ingrato com os internautas.
Em algum momento não muito distante, sua carreira vai depender deles e só deles.
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LULA DIZ A DILMA QUE ELA DEVE MANTER COMBATE À CORRUPÇÃO.

Lula diz que povo quer mais ética na política e manda recado a Dilma.


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FERNANDA MONTENEGRO FEZ SEU PIOR PAPEL NO PRÊMIO MÁRIO LAGO.

Fernanda Montenegro e um papagaio de pirata no prêmio Mario Lago
Fernanda Montenegro e um papagaio de pirata no prêmio Mario Lago.

Fernanda Montenegro matou Patrícia Poeta em vida. Ou, como Stálin fez com Trotsky, tirou-a das fotos.


Num vídeo de bastidor feito logo depois da premiação de Bonner no Faustão, ela disse que a coisa mais importante do jornalismo brasileiro, nestas eleições, foram as entrevistas de Bonner, “este ícone”, com os candidatos.
Ela estava ao lado de Bonner no vídeo, e ambos foram entrevistados por alguém da própria Globo logo depois de deixarem o palco do Faustão.
Você pode ter gostado ou não das entrevistas. Pode ter achado o maior triunfo do jornalismo nacional ou a coisa mais estúpida que se viu em 2014.
Só não pode ignorar que Patrícia Poeta também participou de todas as entrevistas. Vi todas. Ela não foi nem melhor e nem pior que Bonner. Pareciam, para o bem ou para o mal, Bonnie e Clyde, ou numa visão mais sarcástica a versão sem risos de Debi e Loide.
Nas redes sociais, vi muita gente criticando Fernanda Montenegro pelo papel dela na premiação de Bonner.
Sites de tevê estão reproduzindo uma informação segundo a qual toda a alegria dela no programa contrastava com a insatisfação por não estar recebendo nada pela reprise, num canal da Globo, de uma novela da qual participou.
Outros atores, dizem os sites, estão processando a Globo por não estarem recebendo direitos autorais.
Uma das razões pelas quais a Globo é tão grande é que ela faz este tipo de coisa. Procura levar vantagem em tudo.
A preocupação com as pessoas é mínima.
Não fosse isso, Patrícia Poeta teria dividido o prêmio com Bonner. Não importa que ela tenha sido afastada do Jornal Nacional pouco depois das entrevistas, por razões desconhecidas.
Foi um trabalho de dois, e não de um, como todos lembram.
O descaso da empresa com as pessoas acaba contaminando muitos funcionários. Isso ficou claro no vídeo de bastidor em que Fernanda Montenegro fala do prêmio.
No palco, ela pode alegar que falou o que o roteiro determinou que falasse. Foi “burra”, atributo que Nelson Rodrigues apreciava nos atores de suas peças. A burrice evitava que eles sucumbissem à tentação de melhorar, aspas, os textos dele.
Mas no vídeo subsequente, sem as amarras do roteiro fixado para ela, Fernanda Montenegro deveria ter citado Patrícia Poeta ao falar das entrevistas.
A única desculpa aceitável para a omissão é não tê-las visto.
Seja como for, numa prova de quanto é efêmera a glória, Patrícia Poeta começou 2014 sob os holofotes e termina simbolicamente assassinada pela grande dama do teatro nacional.
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AÉCIO PEDE A CABEÇA DA GRAÇA FOSTER.

Aécio Neves - Entrevista Casa das Garças (RJ) sobre a Petrobras - 22/12/2014.


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A FILHA DE MÁRIO LAGO DEVERIA ENTRAR NA JUSTIÇA PARA PROIBIR O NOME DO PAI NUMA ¨FARSA¨

Alguns dos contemplados com o Troféu Mário Lago
Alguns dos contemplados com o Troféu Mário Lago.

O desabafo contundente da filha de Mário Lago sobre o prêmio conferido a William Bonner no Faustão esbarra num problema: o “Troféu” Mario Lago é apenas mais uma piada do programa. Disfarçada, mas piada. O equivalente ao Troféu Imprensa do Silvio Santos.
“Meu pai, Mário Lago, merece respeito! Enojada e revoltada com a farsa que foi o Prêmio Mário Lago 2014. Com a audiência do Jornal Nacional despencando, o premiado foi o editor geral do panfleto global”, ela escreveu no Facebook. “Lá no infinito, papai e mamãe devem ter ficado muito revoltados. E atenção, Rede Globo, não sou instrumentalizada por ninguém ou por nada. Sei pensar, refletir, fazer escolhas, opinar, me posicionar”.
Quem vota nos indicados? Durante quanto tempo? Quantos são? Votação aberta ou fechada? Ninguém jamais ficará sabendo porque não é essa a intenção.
A única informação sobre o modus operandi da coisa foi dada pelo apresentador no site oficial: “O Troféu tem um critério, um conceito. A pessoa precisa ter uma longa ficha de serviços prestados. Tem que ser uma pessoa com a importância, pelo trabalho, dignidade, ética… por tudo aquilo que representa a figura do Mário Lago”, disse Faustão. São ideias elásticas, vindas de um apresentador que se especializou em chamar qualquer mané que vá ao seu estúdio de “grande figura humana”.
A tal premiação é mais um ato de autocongratulação da Globo. A emissora, porém, dá a isso ares de solenidade. Pobre público dominical. O próprio Bonner, ao receber a estatueta (feita por Hans Donner, talvez?) das mãos de Fernanda Montenegro, vencedora do ano anterior, afirmou que “em sonho nenhum eu poderia imaginar que aconteceria isso.” Em seguida,  ajoelhou-se diante dela, teatral.
O negócio foi criado em 2001 com o nome originalíssimo de “Conjunto da Obra” e dado a Mario Lago, que morreria logo depois e acabaria por batizar o evento.
Desde então, a lista de ganhadores vai de Glória Menezes a Tarcisio Meira, passando por Hebe Camargo, Regina Duarte e Roberto Carlos. Bonner é o primeiro jornalista a fazer parte desse rol. Tire suas conclusões. No ano que vem, ninguém deve se surpreender se Arnaldo Jabor subir ao palco por sua contribuição para o apocalipse.
Graça Lago tem sua razões para se indignar. Mario Lago, um homem de esquerda, provavelmente, não concordaria com o resultado. Se estaria rindo ou furioso, jamais saberemos. Fica uma sugestão: que ela entre na Justiça para proibir que o nome do velho seja ligado a uma palhaçada.
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