sábado, 6 de dezembro de 2014

“Trabalho é só às terças e quartas”: por que Lobão não segue o conselho de Feliciano e se candidata?

O parlamento precisa de pessoas como ele e Lobão
O parlamento precisa de pessoas como ele e Lobão.


A Câmara dos Deputados foi cenário de um encontro entre dois gigantes da política brasileira, cada um em sua trincheira. Dois nomes que mereciam já ter se cruzado, donos da mesma agenda, e que, por força das circunstâncias, só puderam trocar cumprimentos pessoalmente agora.
Foi na quarta feira, durante a votação do PLN 36, um dia depois do quebra-quebra nas galerias.
Lobão finalmente foi apresentado formalmente a Marco Feliciano, que fez a pergunta que está entalada na garganta das 500 pessoas que se encontram no Masp uma vez por mês para marchar contra tudo isso que está aí: por que o cantor não se candidata, logo, a algum cargo?
Reproduzo aqui o relato de Mario Coelho no site Congresso em Foco:
Um dos momentos presenciados pela reportagem foi uma conversa de Lobão com o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP). Após o parlamentar paulista se apresentar – “você sabe quem eu sou? Sou o Marco Feliciano” -, os dois conversaram sobre política, a pauta no Congresso e a forma que a política hoje é feita no país. Feliciano disse que o Parlamento precisa de pessoas como o Lobão. Mas o músico franziu a testa para a proposta. Afirmou não se interessar pela política partidária, confessou que lhe falta a “disciplina” para ter um mandato.
“É preciso muita disciplina, minha vida toda está voltada para a música”, comentou. Ainda na tentativa de convencer o músico a se candidatar, o deputado pastor afirmou que o trabalho é apenas às terças e quartas-feiras, que teria os outros dias para fazer o que gosta. Mesmo assim, Lobão não pareceu interessado na proposta. Por enquanto, a militância política como cidadão e artista parece satisfazer João Luiz no momento.
Tão longe, tão perto.
Na conversa, Feliciano fez diversas críticas aos grupos que atuam pelos direitos LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros). “Apanhei muito quando presidi a Comissão de Direitos Humanos”, desabafou Feliciano. “Porra, já me chamaram de homofóbico várias vezes. Logo eu, amigo de Cazuza, de Renato [Russo]“, retrucou Lobão. Outro ponto de vista similar ocorreu na educação. Para ambos, existe uma “doutrinação de esquerda” nas escolas.
Lobão tem quase dois metros de altura. Barba longa grisalha, veste calça jeans mais justa e uma camiseta azul clara. Parece quase despido de vaidade, ao contrário de Feliciano, que usa ternos bem cortados, barba aparada e cabelo alisado. Um é roqueiro, já foi preso por tráfico de drogas e apoiou o PT e o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). O outro é pastor evangélico e cantor gospel. Mas, no direcionamento político, estão mais próximos do que leva crer a imagem que ambos passam para o público.
Neste momento, Feliciano lamenta já ter tentando conversar com o cantor e não conseguido resposta. Disse ter um bom relacionamento com o filósofo Olavo de Carvalho, o mais citado entre os conservadores brasileiros, mas que não recebeu uma resposta de um tuíte direcionado ao cantor. “Poxa, são tantas as menções [no Twitter]“, respondeu o músico, que em seguida deu seu telefone para o dublê de deputado e pastor da Igreja Catedral do Avivamento, ligada à Assembleia de Deus.

Feliciano, um homem do Senhor, preocupado com os destinos do país, soube usar do dom do convencimento para com Lobão.
A tietagem genuína deixa clara sua premência em encontrar colegas tão comprometidos na salvação da família brasileira quanto ele. Alguém para ajudá-lo a nos livrar do bolivarianismo, do abortismo, da revolução marxista, do movimento LGBT e de outras veadagens.
Parece muita coisa, mas não é. “O trabalho é apenas às terças e quartas”, reforçou o pastor. Ufa. Pode não dar nada. Mas, no mínimo, essa troca de telefone promete ser o início de uma bela amizade.

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¨O Brasil se aproxima dos EUA, onde a DIREITA serve para impedir de governar¨diz professor da OXFORD.


MARCHA

Publicado na DW. 
Faixas “Fora, Dilma” e “Fora, comunistas” em meio a gritos de “Somos coxinhas”. Assim, cerca de 500 manifestantes pediram o impeachment da presidente Dilma Rousseff no fim de semana passado, em São Paulo.
As manifestações de grupos de direita e esquerda têm se intensificado no país desde as eleições presidenciais. Em novembro, o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fez uma marcha na Avenida Paulista contra o ato de eleitores anti-PT descontentes com o resultado das urnas.
Mesmo diante da divisão política expressada nas ruas, especialistas argumentam que o Brasil não vive uma polarização nos moldes de Estados Unidos e Venezuela. A divisão, afirmam, é apenas passageira.
“O país vive, na verdade, uma ressaca política depois de uma eleição muito apertada. As pessoas estão usando a palavra ‘polarização’ de uma maneira bastante equivocada”, avalia Timothy Power, diretor do Programa de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford.
Para o filósofo Paulo Eduardo Arantes, professor aposentado da USP, a disputa entre PT e PSDB foi apenas eleitoral e não representa uma divisão profunda da sociedade.
“A polarização da campanha, o ‘nós’ contra ‘eles’, era muito rasa. Com o tempo isso vai desaparecer com as composições que serão feitas no governo”, explica ele, citando a nomeação da senadora Kátia Abreu (PMDB), ligada ao agronegócio, para o Ministério da Agricultura.
Para Power, o descontentamento de uma pequena parte da população se concentra na escolha para presidente, por causa dos programas sociais criados pelos governos petistas desde 2002.
“Para outros pleitos, como governos estaduais e prefeituras, o Brasil não apresenta um quadro tão polarizado”, diz o brasilianista.
Nos Estados Unidos, a bipolarização partidária permeia todos os níveis da esfera política, dos estados ao Congresso, com eleições permanentemente apertadas. Apesar de no Brasil a eleição presidencial ser majoritária, o Congresso Nacional apresenta, segundo Power, uma fragmentação muito grande.
“As pessoas que estão protestando contra o PT nas ruas devem perceber que a representação do partido no Congresso é hoje menor do que em 2002″, avalia. “O avanço da legenda no Brasil é um fenômeno presidencial. Não tem muito a ver com outras esferas de governo.”
“Nova direita”
Arantes acredita que há uma polarização assimétrica entre uma “nova direita”, surgida após as manifestações de junho de 2013, e a “esquerda oficial”. “Nos protestos, apareceu uma direita social e insurgente, que foi para as ruas em grande número para se contrapor ao status quo de um ponto de vista conservador”, analisa.
O filósofo argumenta que já existia no Brasil uma “direita residual”, que tende a propor intervenções militares. Enquanto este é um segmento minoritário, a “nova direita” tem um maior apelo popular.
Para ele, a assimetria se deve a uma radicalização da direita, que, no entanto, não foi acompanhada pela esquerda. “Uma polarização supõe dois termos antagônicos e extremos, só que um dos polos está em falta. A esquerda institucional, de governo no Brasil, é muito moderada, muito propensa à negociação”, aponta.
Arantes alerta que esse segmento não busca fazer alianças para compor maiorias, mas visa unicamente dificultar o governo do PT. “No Brasil, Jair Bolsonaro [deputado federal], por exemplo, não têm a pretensão de criar um governo de coalizão”, diz. “O Brasil se aproxima do que acontece nos EUA, em que a direita existe para impedir o Obama de governar.”
As redes sociais são o principal instrumento de mobilização desses grupos, segundo Power. Para o professor da Universidade de Oxford, os manifestantes que pedem o impeachment de Dilma se aproveitam da atenção midiática no período de ressaca pós-eleições. O grupo é minoritário e tem uma posição política que não é compartilhada pelos grandes partidos de oposição.
“Pedir impeachment é pura fantasia. Esse não é o mesmo cenário de 1992, quando as alegações contra Fernando Collor eram muito fortes e ele tinha pouquíssimo apoio do Congresso”, considera.
Os protestos recentes representam um movimento anti-PT, “até antissistêmico, de certa forma”, diz Power. Ele avalia que a facilidade de mobilização pelas redes sociais ajuda os pequenos movimentos de direita, que nunca tiveram muita penetração na sociedade. “Isso é assimétrico em relação à esquerda, que sempre teve boa capacidade de mobilização popular nos sindicatos e movimentos sociais.”
Power acredita que a internet “equilibra o jogo”, mas de uma maneira superficial. “Hoje, a direita acha que uma conta no Twitter vale mais do que uma CUT, por exemplo, mas não é exatamente assim. Atrás do poder de mobilização das redes sociais, a direita não conta com movimentos organizados”, afirma.
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¨Não é assim, não, animal¨ O piro que teria valido ao comentarista PAULO MARTINS sua demissão do SBT.


JM SBT - DESABAFO: A DITADURA DO PT.


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Serra, o revoltado online, convoca para protesto.

José Serra - Vem Pra Rua - Dia 6/12 às 15h, no MASP.


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A confissão de Serra, o SOCIOPATA.

A arte de destruir
A arte de destruir.

Quando se imaginava que Serra não era capaz de apresentar nada pior do que aquilo que rotineiramente tem feito nos últimos anos, eis que ele se supera e galga mais um degrau no capítulo da indecência.
A um grupo de pessoas supostamente interessadas em se filiar ao PSDB, ele se gabou, na noite desta quinta, de haver sabotado um projeto de Dilma quando ela era ainda ministra de Lula e ele governador de São Paulo.
O projeto, segundo ele, era o do trem bala que ligaria São Paulo e Rio. Serra disse que sugeriu ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, que incluísse Campinas no trajeto. O objetivo, disse ele, era apenas atrapalhar.
Serra afirmou que Luciano Coutinho, ainda hoje no comando do BNDES, concordou com ele que o trem bala de Dilma merecia mesmo ser engavetado.
As declarações de Serra vazaram, e ele disse que aquilo não era coisa para chegar a jornalistas.
Bem, estamos diante de duas possibilidades.
Uma: Serra mentiu, e envolveu na história Luciano Coutinho.
A outra: Serra disse a verdade.
Em ambos os casos, o episódio é mais uma amostra da monumental falta de caráter de Serra.
Se de fato acabou com o trem bala, Serra reafirmou sua vocação de destruidor.
O que ele construiu na já longa carreira política? Nada, nada e ainda nada.
Serra é a inépcia disfarçada de preparo. Como prefeito de São Paulo, por exemplo, ele não teve competência sequer para enfrentar os pernilongos.
Assim como Alckmin culpa hoje a falta de chuva, ele atribuía ao excesso os alagamentos que infernizavam a cidade.
Num momento em que grandes cidades do mundo já lutavam pela mobilidade urbana, Serra representava, em seu petrificado atraso mental, a Era do Carro com os congestionamentos intermináveis e os índices de poluição avassaladores.
Thatcher, em suas memórias, citou um antigo premiê que dissera que havia uma e apenas uma pessoa capaz de endireitar o Reino Unido, e essa pessoa era ele próprio.
Ela disse que, assim como seu remoto antecessor, também achava no final da década de 1970 que havia entre os britânicos apenas uma pessoa apta a restabelecer a grandeza perdida do Rio Unido, ela mesma.
Em sua mirabolante visão de si mesmo, Serra sempre achou que a presidência do Brasil era um cargo feito para ele, e ninguém mais.
Os fatos mostraram que os brasileiros jamais concordaram com isso.
Em seu ressentimento corrosivo, Serra foi se adestrando na arte de fazer mal aos outros, num patológico mecanismo de compensação.
A sabotagem do trem bala enquadra-se neste tipo de sociopatia.

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