Alckmin em evento no Palácio dos Bandeirantes. Foto: Arquivo/Adriana Spaca/Brazil Photo Press
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse na quinta-feira, 15/1, ter sido mal interpretado e que tem tomado medidas para garantir o fornecimento de água “sem fechar o registro” para a população. Na quarta-feira, dia 14/1, ele havia admitido que o estado de São Paulo passa por racionamento.
Confira o que Alckmin já declarou sobre o tema durante a crise hídrica.
“Há uma expectativa de chuva a partir do dia 15 de fevereiro. Essa medida tomada [estímulo à economia de água com desconto na conta] e se tivermos chuvas a partir do dia 15, acredito que será suficiente.”
Contexto: Cantareira estava com 21,4 % da capacidade ainda do volume útil da represa. Governo oferecia desconto na conta para quem economizasse no mínimo 20%.
“Neste momento não haverá racionamento de água. O que estamos fazendo é uma campanha para evitar o desperdício, então entendo que, com essa campanha e todos colaborando, não vai faltar.”
Contexto: Sistema Cantareira havia caído abaixo dos 20% e atingido o menor nível da história. Sabesp classificava o cenário das represas do Cantareira como “preocupante”.
“Hoje está totalmente descartada essa situação [racionamento]. Entendo que essa colaboração da população é crescente.”
Contexto: Cantareira chegou a 18,4%. Governo diz que, em 2 semanas, os moradores atendidos pelo sistema economizaram água suficiente para abastecer uma cidade como Osasco.
Alckmin durante evento em fevereiro. Foto: Diogo Moreira/Divulgação/Palácio dos Bandeirantes
“Estamos em uma situação excepcional. Estamos trabalhando para utilizar os 400 milhões de metros cúbicos do volume morto, não todo ele, mas uma parte. Não que a gente pretenda utilizar agora, mas deixar tudo preparado para o inverno. Essa [racionamento] é uma decisão técnica da Sabesp que está sendo monitorada dia a dia pela Sabesp e nós vamos decidir mais à frente.”
Contexto: Capacidade dos reservatórios do Cantareira era de 16,9%. Parte da população abastecida pelas represas já recebia água de outros mananciais para diminuir o prejuízo.
“Na área que o governo atua não há nenhuma possibilidade de racionamento, mesmo tendo registrado a maior seca dos últimos 84 anos.”
Contexto: Volume do Cantareira era de 16,8%, 0,1 ponto percentual a menos do que o dia anterior.
“Não pretendemos mudar nossa estratégia. A população tem aderido através do uso racional de água e seria uma atitude irresponsável neste momento fazer racionamento.”
Contexto: Sistema Cantareira estava com volume acumulado de 15,1%, já com a primeira cota do volume morto, que acrescentou 18,5% sobre o volume total em 16 de maio. Em julho, a Arsesp afirmou que iria investigar se a Sabesp faz racionamento.
“Vamos ter agora em setembro novos sistemas entrando em operação e a gente vai tirando [a responsabilidade pelo abastecimento] do Cantareira. Em outubro, novos sistemas estarão entrando em operação. Temos um cronograma todo delineado para assegurar água até a chegada do período das águas novamente. Nós estamos preparados para a seca.”
Contexto: Cantareira estava com 14,9% da capacidade. Regiões inteiras que eram abastecidas pelo Cantareira passam para outros sistemas, especialmente Guarapiranga, Rio Grande, Rio Claro e Alto Tietê.
Alckmin no debate do 1º turno na TV Globo. Foto: Arquivo/Caio Kenji/G1
“Não falta água em São Paulo, não vai faltar água em São Paulo. Nós estamos trabalhando com planejamento, obras, investimento. [...] As mudanças climáticas atingiram a Califórnia, atingiram a Austrália. Vinte por cento dos municípios brasileiros estão em estado de emergência ou de calamidade pública e nós aqui, com 22 milhões de pessoas a 700 metros de altitude, estamos garantindo o abastecimento e com uma grande reserva para frente e investimentos.”
Contexto: Governo é criticado por opositores por Sabesp repartir lucro com acionistas e não ter feito obras emergenciais e estruturantes.
Em 30 de setembro de 2014, em entrevista à Folha de S.Paulo, descartou racionamento mesmo com chuva abaixo da média.
“Não. Nós não precisamos ter chuva abundante. Pode até chover menos do que a média que ultrapassaremos o novo período seco. Por quê? Porque temos as demais represas bem cheias, temos sistemas de substituição crescentes e há mais reserva técnica.”
Contexto: Às vésperas das eleições, candidatos de oposição cobram transparência no alerta sobre a gravidade da crise e avisam sobre risco de racionamento após as eleições.
“[Temos] o bônus [na conta], que vai ser mantido inclusive no período das águas, e temos uma segunda reserva técnica. As obras estão prontas.”
Contexto: Represas do Cantareira chegam a 5,8 % da capacidade, contando o volume útil e a primeira cota do volume morto.
“Uso eleitoral, é óbvio que houve pelos adversários, que tentaram a todo momento tirar proveito político de uma seca que não atingiu só São Paulo, atingiu Minas Gerais e outros estados.”
Contexto: Em 23 de outubro, uma segunda cota do volume morto foi incorporada ao Cantareira e o índice subiu de 3% para 13,6%. Chuva ficou abaixo do esperado.
“Não há necessidade. Já adotamos os bônus para quem economizar e não criamos problemas para a população. Se você ouvir os melhores técnicos e professores do país, eles vão dizer que isso não é adequado. Um racionamento é socialmente injusto e tecnicamente inadequado.”
Contexto: Alckmin diz que a utilização da 3ª cota não está nos planos do governo. Volume das represas está em 12,7% da capacidade.
Alckmin concede coletiva após encontro com Dilma. Foto: Arquivo/Joel Rodrigues/Frame/Estadão Conteúdo
“Não há esse risco [de racionamento]. Nós já temos repetido isso desde o início do ano, nós temos em São Paulo um sistema extremamente forte e nós nem entramos na segunda reserva técnica do Cantareira.”
Contexto: Cantareira tem 11,3% da capacidade. Alckmin vai ao governo federal e diz que o estado precisará de R$3,5 bilhões para a construção de oito “grandes” obras que servirão a partir de 2015 para o enfrentamento da crise de água.
“Queremos que os 20% que ainda não reduziram o consumo, que o façam. A medida não tem caráter arrecadatório nem punitivo, mas educativo.”
Contexto: Volume do Cantareira está em 6,9%. Governo acredita que, com multa, haverá mais economia.
“O racionamento já existe. Quando a ANA [Agência Nacional de Água] determina que você que tem de reduzir de 33 para 17 [metros cúbicos por segundo] no Cantareira é óbvio que você já está em restrição. Está mais do que explicitado.”
Contexto: Nível do Cantareira está em 6,3%. Sabesp passa a retirar 13 metros cúbicos por segundo de água das represas, contra 33 antes da crise hídrica.
“Esta tarifa contingenciada [multa] que foi aprovada visa exatamente evitar o racionamento. O objetivo dela é que todos ajudem. [...] Nós estamos evitando o racionamento. O que é racionamento? É você fechar o registro. [...] atendemos à exigência da Ana e evitamos o racionamento para o consumidor final.”
Contexto: Cantareira está com 6,2% da capacidade após esgotar volume útil e o primeiro volume morto.
Alckmin durante evento da PM. Foto: Nilton Fukuta/Estadão Conteúdo.
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário