León Cristalli – 27/12/2014.
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Quem pode chegar a pensar, a não ser se for desde o campo do imperialismo, que já está concretizado o objetivo de retroagir Cuba Estado operário suigéneris ao sistema capitalista? Na realidade, não chega a precisar de muito cérebro para se concluir que “ah! O imperialismo quer retroagir Cuba ao capitalismo”.
Descobrir que os seres vivos, de sangue frio ou quente, se não respirarem, mesmo os que o fazem com brânquias, acabam morrendo, não chega a ser nenhuma novidade, nem nas ciências específicas nem na que a humanidade pratica, como norma de vida. Não queremos parodiar nenhum revolucionário honesto que vê, nos outros, os seus próprios medos, ignorando, assim, o curso da história da civilização e da luta de classes e nem enxergando também os povos e sua fortaleza. Mas o perigo disso, quando menos, é semear o pessimismo e, daí, a deserção dos progressos que a humanidade realizou no curso de sua história. É querer encontrar “pêlo em ovo” em um caminho em pleno desenvolvimento.
Os que só enxergam o “plano imperialista” lembram (ou são mesmo) aqueles que, no começo dos anos 90 do século XX, faziam autópsias da URSS, e aconselhavam visitar logo Cuba socialista, “porque logo iria acabar” etc… os que se sentiam paralisados pela simples e passageira derrota eleitoral na Nicarágua. Não viam o que a IV Internacional (posadista) analisou em documento publicado em fevereiro de 1990: que era apenas uma expressão da política de Mikhail Gorbachov, na URSS, que trilhava o caminho da entrega do Estado Operário soviético, junto a uma condição acumulada de erros políticos da direção sandinista (FSLN), que permitiu aflorar “a solidão das urnas”.
E esse sentimento derrotista fica mais fora de contexto hoje, agora, quando – e não “por enquanto” – a luta dos povos e dos governos nacionalistas revolucionários, populares e democráticos está derrubando o sistema imperialista mundial, contra toda exploração do ser humano. Um processo que tem como expressão o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), com 49,7% da população mundial e uma força econômica que produz 27,8% do PIB mundial, e que, se somarmos os países da CELAC, aumentaria uns 20% nesse cálculo. Quando estas forças já estabelecidas na escala mundial da produção e da produtividade da sociedade tem sua base ao interior do sistema capitalista, que não pode negá-las, porque formam parte de seu próprio desenvolvimento, isso é a rebelião das forças produtivas, que temos analisado há 20 anos. Essa previsão de “volta de Cuba ao capitalismo em pouco tempo, com a criação de uma burguesia cubana” parte de quem vê só a superfície, e não o conteúdo da história. Na realidade, retratam seus próprios medos existenciais: temores de quem considera teoria sem prática. Karl Marx analisou que a teoria se constrói desde a prática, de maneira materialista dialética, no curso histórico.
A revolução cubana, seu povo e direção política e de governo têm sido consequentes consigo mesmos há 55 anos. É impossível a consecução do “socialismo em um só país”, mas eles desenvolveram uma concepção socialista de sociedade, pois tem como objetivo a sua construção. Primeiro, contando com a existência da URSS e do chamado “campo socialista”, e, depois, apoiando-se no curso revolucionário da história.
Localizar Cuba como em um processo de deserção desta concepção – que é estrutura social da imensa maioria do povo cubano, inclusive de sua juventude – é um desrespeito a uma conquista histórica que tem sido saudada por governos nacionais, populares e revolucionários do mundo todo.
Fundamentalmente, quando menos, é resultado de uma imbecilidade a mais vinda dos tais “analistas do óbvio”, os quais, quando não vem tudo já mastigado pelo curso objetivo, botam os pés pelas mãos e se esvaem como barro, ou como merengue, como diria Fidel. O povo cubano mostrou que a teoria da revolução permanente de León Trótski se desenvolveu, se afirmou solidamente, no medular da sua consciência. Daí provêm o pensamento do “Che” Guevara sobre o imperialismo: “não se pode confiar nem um tantinho assim no imperialismo”, que é hoje um guia de ação do melhor do povo de Cuba.
Este é o Exército Revolucionário que a ultradireita tanto teme: EXÉRCITO DE MÉDICOS CUBANOS PARA TAREFAS DE SOLIDARIEDADE INTERNACIONALISTAS.
O imperialismo está vivendo uma crise, em seu conjunto, superior à crise de 29 e 30 do século XX. A política das empresas transnacionais de planificação mundialmente de sua produção, que eliminou dezenas de milhões de postos de trabalho dos EUA, está em crise, o que o controle ditatorial que o Estado imperialista exerce sobre seus cidadãos. Cria-se uma situação de instabilidade social que se expressa, entre outros efeitos, nos repetidos assassinatos massivos em escolas, universidades ou empresas. Como também em um incremento das políticas e ações racistas contra negros e latinos. A disputa pelo trabalho, a manutenção de uma fonte segura de salário dos trabalhadores, caminha junto com a política de corte de direitos e conquistas trabalhistas, que engloba redução de salários, como também de acesso a serviços de saúde contra milhões de trabalhadores aposentados. Uma política de flexibilização laboral está em vias de aplicação nos EUA, em relação à qual Democratas e Republicanos fingem que não é com eles. Isso é uma estratégia para tentar reincorporar ao mercado nacional de trabalho as empresas dos EUA atualmente instaladas principalmente na China, mas também em outros países da Ásia e outros em que se pagam baixos salários, sem regulação trabalhista. O imperialismo precisa alcançar um tipo de paz social interna que lhe permita reinstalar indústrias importantes, apoiando-as com novas tecnologias de produção e produtividade.
Em síntese, o imperialismo precisa ganhar tempo para enfrentar a luta de classes e seus novos aliados: os governos nacionalistas, populares, revolucionários. Aí estão os BRICS, com a Rússia de base soviética; aí está a China Popular, uma sociedade que, apesar dos pesares, segue sendo uma República popular, dirigida pelo Partido Comunista, com uma população que avança em reivindicações internas, encurralando os setores pró-capitalistas. Frente a esta rebelião, o imperialismo precisa se acomodar internamente: o reatamento diplomático com Cuba é uma clara tentativa de se credenciar com o seu povo, que não é um governo imperialista nem reacionário, mas, enquanto isso, rearmam seu complexo econômico e militar.
LEÓN TROTSKY e a REVOLUÇÃO PERMANENTE.
Mas este curso foi previsto e analisado, em termos de literatura, “desde o fundo da história”, por León Trótski, com análise certeira em base a sua teoria da “Revolução Permanente”, que é uma aplicação, em tempo e espaço, desde 1904/05, do pensamento de Marx e Engels, cujo eixo era a noção de que não há possibilidade de “socialismo em um só país”. Isto permitiu que, logo da fundação da IV Internacional e seu “Programa de Transição”, em 1938, se desse resposta à deserção da III Internacional pelo stalinismo, além da previsão de que estalaria a II Guerra Mundial, e em relação à qual era necessário desenvolver uma política que superasse a crise de direções revolucionárias da humanidade, pela aplicação prática da luta de classes no mundo.
Uma análise que armou o melhor dos Partidos Comunistas e Socialistas, os intelectuais do mundo, para que a guerra não fosse o fim de tudo, mas sim para que dali surgissem os que reconstruiriam o mundo. Afirmou: “seremos milhões!”. E assim foi: com o desenvolvimento de novos Estados Operários, o surgimento de Estado Revolucionários, e também em direções revolucionárias, como J.Posadas (Homero Cristalli), na Argentina, discípulo de León Trótski, proletário de origem, mestre dos mestres em base ao seu estudo autodidata do marxismo, continuando Trótski e aplicando sua teoria à etapa posterior à II Guerra Mundial em que, derrotado o nazismo, se desenvolveriam movimentos nacionalistas revolucionários em todo o mundo.
J.Posadas desenvolve a aplicação da concepção materialista dialética naquela etapa e nesta etapa, plenamente vigente, que concentrou em seu trabalho “Do Nacionalismo ao Estado Revolucionário e ao Estado Operário”.
Essa compreensão permitiu a J.Posadas intervir em Cuba, em 1960, em pleno Festival Mundial da Juventude (em uma época em que a revolução cubana nem de longe era unanimidade), defendendo que Cuba dava o salto adiante no rumo do Estado Operário se expulsasse o imperialismo, estatizasse as principais indústrias da cidade e do campo, as finanças e os bancos nacionais e imperialistas, assim como realizasse o Monopólio do Comércio Exterior. Nunca escreveu, nunca afirmou que “Cuba estava sozinha”, nem que sua direção – que estava progredindo, a cada segundo, no campo da luta de classes – iria fracassar ou que o povo cubano seria derrotado. Pelo contrário, festejou em La Habana os progressos enormes de “Che” Guevara, de Fidel e dos camaradas do 26 de Julio.
OS DERROTISTAS DIZIAM, em 1990: FIM do SOCIALISMO, da URSS, e, em MESES, de Cuba.
Assim diziam os auto-teóricos do marxismo. Reiteramos: uns de boa fé, outros por insuficiência de sua capacidade de análise, por não viverem dentro da luta de classes, mas sim “intelectualmente”. No fim das contas, a base da deformação teórica destes derrotistas de ontem, de hoje e de amanhã, é o curso degenerativo da Revolução Russa de 1917, depois da morte de V.I. Lênin, quando a primeira revolução proletária e camponesa triunfante não pôde se estender mundialmente, junto à reação da burocracia administrativa do Estado e de setores intelectuais do Partido Bolchevique, que afrouxaram e acabaram se submetendo ao que se construiu ao redor de Josef Stálin.
Plekhanov abre o caminho ao pensamento de Karl Marx, expressando que “a vida económica se desenvolve sob a influência do incremento das forças produtivas”. Explica porque as relações que existem entre os homens se transformam e, com elas, o estado psíquico humano. É Karl Marx, no prefácio ao seu livro “Crítica à Economia Política”, que afirma: “Em certo grau de evolução, as forças produtivas da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes no seio desta sociedade. Ou, em termos jurídicos, com as relações de propriedade, no quadro das quais aquelas tinham evoluído. De formas que favoreciam a evolução das forças produtivas, as relações de produção se transformam em cadeias para esse desenvolvimento. Começa, então, uma época de revolução social. Com a transformação da base económica, toda a formidável superestrutura edificada sobre ela se transforma em um ritmo, ora lento, ora acelerado”. Aqui está o centro do pensamento marxista.
Marx afirma que “nenhuma formação social desparece antes que se tenham desenvolvido todas as forças produtivas que nela encontram ampla cabida, nem se estabelecem jamais novas relações de produção, no lugar das precedentes, enquanto as condições materiais indispensáveis a sua existência não tenham amadurecido no seio da velha sociedade”. É que a humanidade nunca se coloca problemas que já não possa resolver, já que, olhando a questão de perto, se constatará que “o problema não se apresenta a não ser ali onde as condições necessárias à sua solução já existam, ou já estejam, pelo menos, em vias de surgir”.
Vejamos desde o campo do materialismo dialético, ou seja, do marxismo – que alguns dizem esgrimir, mas como machado enferrujado e sem fio –, quais são as condições do campo capitalista, especificamente do imperialismo, sua cabeça mundial: uma verdadeira inflação monetária gigantesca, quatro vezes o PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA, e em proporção quase igual na Inglaterra, França e mesmo na supostamente “potente” Alemanha de Ângela Merkel.
Acumulação de bens de capital, concentrados nas instituições financeiras do sistema que derrotaram o capitalismo de três séculos atrás (“revolucionário”, por seu papel de superador do feudalismo), num processo que Marx analisa assim em seu tempo e espaço: “Temos uma álgebra puramente materialista da evolução social. Nesta álgebra, há lugar para os saltos – da época de revoluções sociais –, assim como para as transformações graduais”. Aí explana as mudanças para novas formas de produção, e agrega: “Os modos de produção oriental, feudal e burguês contemporâneo podem ser considerados de maneira geral como épocas consecutivas (progressivas) da evolução econômica da sociedade”. A que abriu caminho ao capitalismo foi a sociedade feudal, e seu atrasado modo de produção. Em Cuba, o imperialismo oferece ao povo cubano uma forma superior de propriedade, de produção e de distribuição?
Na realidade, existem os que, auto proclamando-se gramscianos, esquecem a base do pensamento de massas de Gramsci: quebrar a “hegemonia da burguesia” sobre a sociedade. Uma condição que foi desenvolvida amplamente na sociedade cubana, mesmo quando possa – em base a erros ou limitações que o curso objetivo da história impôs a Cuba – existir um setor social que não foi assimilado pela nova sociedade em construção. Em Cuba, em mais de meio século de revolução, mesmo com mil e uma contradições em seu desenvolvimento econômico, o povo cubano, em sua imensa maioria, defende a revolução. Mesmo quando ficam à espreita setores pró-capitalistas, burocrático-administrativos, junto a uma reduzidíssima porçãolumpen, produto não da revolução nem de seus erros e acertos, mas do fato de que não há possibilidade alguma de desenvolver uma nova sociedade socialista em um só país. Portanto, o país sofre, fica parcialmente condicionado ao que exige a luta pelo desenvolvimento nacional e as contradições do curso mundial da economia e da sociedade.
O BRICS NÃO É SÓCIO DO IMPERIALISMO.
Nós temos defendido que o BRICS é uma expressão deformada, tanto quanto necessária, da evolução da economia, suas contradições e, finalmente, de seu antagonismo com o desenvolvimento que as forças produtivas exigem hoje. Descrevemos há mais de 25 anos que o desenvolvimento da tecnologia aplicada à produção gerou o que qualificamos de “mais valia concentrada”. O capital se nutre desse sangue que flui como rio transbordado, que em um determinado momento rompe as margens e se espalha sem controle. Esta é, em nossa análise, a “rebelião das forças produtivas”. O rio não cabe mais nas “margens” sociais distributivas lógicas, reduzidas ainda pela concentração capitalista e cuja vazão está cerceada pela única eclusa aberta à frente: o capital financeiro.
O BRICS acaba então competindo com o sistema imperialista financeiro. Mesmo não se desprendendo do sistema capitalista, precisa estender-se mundialmente com novas formas concretas de cooperação produtiva e comércio distributivo. O pilar deste curso não é a Índia, desigual em seu desenvolvimento, mas sim a China e a Rússia (pseudônimo atual de URSS), que impulsionam o yuan e o rublo como moedas de intercâmbio, deixando o dólar “na solidão” dos entes financeiros, porque ao mesmo tempo que vai se concentrando bilionariamente, também vai perdendo espaço na sociedade humana. Reiteramos que 49.7% da humanidade já integra oBRICS, um acordo que terá necessariamente que dar batalha no campo da economia mundial contra o imperialismo. Assim, não é sócio do imperialismo, mas sim seu principal adversário. É aí onde nós, os posadistas, defendemos que os BRICS, apesar de não ser uma economia “concorrente com o sistema” – como era a URSS e os Estados Operários –, no seu desenvolvimento acabará enfrentando, de outra forma, o capitalismo imperialista e, portanto, acabará “concorrendo com ele”.
Um exemplo das mudanças revolucionárias da nova correlação de forças no mundo é a posição do presidente V.Putin sobre a “doutrina militar da Federação Russa”, adotada há uma semana no Conselho de Segurança da Rússia, quando modifica o ponto 27, dando-lhe uma nova versão que diz que “a Federação da Rússia se reserva o direito de utilizar armas nucleares em resposta a ataques com armas nucleares ou outras armas de destruição em massa, contra a Rússia e/ou seus aliados, assim como no caso de uma agressão à Federação da Rússia com armas convencionais que suponha uma ameaça à existência do Estado”. Esta determinação não é circunstancial nem superficial, é estrutural, e responde à necessidade da defesa da Rússia soviética, tanto como de seus aliados, entre eles, sem dúvida, Cuba, Venezuela, Bolívia, Equador, Síria etc…
É preciso ter isso em conta como parte do acordo diplomático entre Cuba triunfante e EUA derrotado, depois de 55 anos de uma política de agressão tanto permanente como fracassada nos âmbitos político e social. Então, em quê se pode sustentar uma análise séria de que se abrem as portas, em pouco tempo, à restauração da burguesia cubana e do capitalismo em Cuba?
Análises, em perspectiva, quase catastróficos sobre o “acordo” entre Cuba e EUA estão sendo prognosticados pelos “elaboradores teóricos” de uma esquerda de boteco, para além da honestidade intelectual ou não de seu erro, em nossa opinião. Catastrofistas que se preparam para retirarem-se a seus quartéis de inverno, ou à “resistência heróica”, que é justificativa de um curso que não compreendem, quando, de fundo, estruturalmente, vivem superficialmente o curso revolucionário da história da luta de classes.
Em última instância não fazem mais que festejar idealistamente certos acontecimentos do devir da sociedade como fatos consumados, ou, na outra face da mesma moeda, seu pensamento não avança além de prognosticar, no curso revolucionário de Cuba, o dilúvio prévio à desaparição da revolução. Mostram-se propensos a alimentarem-se dos ingredientes com que se nutrem as campanhas midiáticas ou de Guerra de 4ª Geração imperialista. Não analisam as raízes culturais e o papel das classes, tão determinantes, como, por exemplo, nos problemas e obstáculos posteriores à derrota imperialista no Vietnã e as condições em que o povo revolucionário teve que se sustentar na construção do Estado Operário “sui géneris” vietnamita. Obstáculos como os assassinatos, durante a guerra, de milhões de seres humanos integrantes do povo do Vietnã, a política da burocracia ex-soviética na URSS, o papel contrarrevolucionário, em determinado momento, da direção política da China (isso foi analisado em memorável texto de J.Posadas sobre o papel contrarrevolucionário da burocracia chinesa daquele momento). Logo, os golpes contrarrevolucionários nos Estados Operários da Europa Oriental, junto à formal desaparição da União Soviética durante uma década.
Não é a mesma condição atual no mundo hoje, quando Cuba enfrenta e derrota social e culturalmente o imperialismo.
Marx explicou que “se, por um lado, os homens são produto do meio, este é, de outro modo, modificado precisamente por aqueles”. Marx explicou de que maneira o “meio” pode ser modificado pelos homens, produtos, por sua vez, desse mesmo meio. São as condições de produção as que, independentemente da atividade humana, e não de forma automática, vão certamente se refletir em Cuba, na melhora das relações de intercâmbio com o sistema capitalista. Cuba não pode se independentizar totalmente como em grande parte o fez, antes, com o intercâmbio com a URSS. Por sua vez, Marx deixa claro que são estes mesmos homens os que estabelecem, no curso, o processo de sua atividade.
O imperialismo não pode oferecer ao povo cubano outra coisa além da desintegração social que vive os EUA. Ainda que possam entrar na economia cubana créditos ou investimentos financeiros (político-financeiros, pelos seus objetivos), com escassas possibilidades de retorno. Podem meter milhares de TVs de plasma, máquinas de lavar roupas etc… mas não poderão quebrar a cultura já desenvolvida, em várias gerações, pelo povo cubano, e por sua direção política, nas ruas e desde o governo revolucionário. O que sim vai aparecer, e com muita clareza, é o papel da burocracia conservadora que se nutriu nestes anos difíceis do Período Especial. Uma burocracia cuja certidão de nascimento vem de muito antes, quando já “Che” Guevara a combatia com toda força tanto na Ilha quanto também na URSS e nos chamados Estados Socialistas da Europa, às quais ele denunciava como “burocracias parasitas”.
O PAPEL DOS ORGANISMOS DE MASSAS, O PARTIDO COMUNISTA, SINDICATOS, CDRs, COMUNAS E MUNICÍPIOS.
Nesta etapa irão se reempoderar os organismos de massas cubanos. As melhoras que podem acontecer no âmbito econômico e como isso influirá na vida cotidiana da população não necessariamente tem que ser abordado como “processo contrarrevolucionário”. Mesmo partindo da hipótese – ao menos até o momento de escrever essas linhas – de que o imperialismo vai se mobilizar pra “investir” em Cuba, tentando minar a estrutura de sua economia e, daí, assumir um papel de “direção política”.
Agora é preciso ter em conta dois fatores centrais:
1) O imperialismo, em nome do capitalismo mundial, logo que Bóris Yeltsin assumiu na Rússia, investiu bilhões de dólares, em uma gastança da mais-valia mundial, para afirmar um suposto triunfo do capitalismo. Nestes anos de 1990, os posadistas já escrevemos onde ia acabar esses investimentos: em pura perda para o sistema, dado o caráter irrecuperável destes investimentos. O essencial foi que o povo soviético não tinha mudado de Estado. O que tinha acontecido é que a condução política burocrática tinha se trasladado a um estado de limbo: nem era mais burocracia parasita do Estado Operário, como antes, nem tinha se transformado em capitalista, burguesa.
2) O sistema capitalista mundial esperava “festejar” o fim das ideologias, o fim do socialismo e da história, com o triunfo do capitalismo. Ficou 10 anos investindo e sustentando uma direção pinguça, e ideológica e humanamente parasita que, no final das contas, foi desalojada (em 2000), desde dentro do próprio aparato de Estado, fracassada em sua intenção de involucionar a Rússia, na contramão da história e do povo soviético. Assim, o capitalismo só conseguiu, depois de tudo isso, o apoio de 20% do povo, mesma proporção minoritária que hoje não apoia Vladimir Putin e sua política econômico-militar.
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domingo, 25 de janeiro de 2015
FRENTE AOS DERROTISTAS DE SEMPRE, CUBA VENCERÁ.
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