domingo, 25 de janeiro de 2015

Para vencer Cunha, PT pede apoio até ao PSDB.

Agência Câmara

O candidato do PT à presidência da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia se reuniu quina com a executiva do PSDB, principal rival político do seu partido.

Najla Passos.

Brasília - O candidato do PT à presidência da Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (SP) se reuniu nesta quina com a executiva do PSDB, principal rival político do seu partido, para discutir um possível apoio à sua candidatura em 2º turno. 

No 1º turno do pleito, o PSDB já confirmou que apoiará o único candidato de oposição que se lançou para a disputa, o mineiro Júlio Delgado, do PSB. Em um eventual 2º turno, porém, os tucanos ainda não fecharam posição.

E como a expectativa é que a eleição seja decidida entre os dois candidatos da base aliada - Chinaglia, pelo PT, e  Eduardo Cunha, pelo PMDB - o primeiro decidiu arriscar e buscar o apoio nas trincheiras inimigas.

“Eu acredito que esta eleição não será definida pela lógica tradicional de governo versus oposição”, avalia o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), um dos que têm acompanhado a peregrinação de Chinaglia em busca de votos.

Segundo ele, há um sentimento generalizado de nenhum deputado, independente do seu partido ser da situação ou da oposição, deve contribuir para o risco de que um representante dado a práticas pouco republicanas acabe mergulhando o parlamento em uma crise.

“Eduardo Cunha já vem sofrendo desgaste justamente pelo seu estilo de bater em todo mundo. Ele já atacou Arlindo e seu filho, o ministro Pepe Vargas [das Relações Institucionais), a Polícia Federal e, hoje, disparou contra o Fontana [deputado Henrique Fontana, líder do governo na Câmara]”, argumenta.

Para Teixeira, Cunha utilizou na campanha o raciocínio de cooptação dos deputados, enquanto Chinaglia preferiu dialogar com todo mundo. Com isso, o peemedebista acabou desgastado. “Cunha já sentiu que o jogo virou. Por isso, tá batendo pra todo lado”, afirma.

Embora o candidato do PMDB fosse o favorito, o deputado petista não tem dúvidas de que, esta semana, o cenário mudou. Segundo ele, contribuiu para isso, principalmente, o apoio a Chinaglia declarado pelo PSD, partido com a quarta maior bancada da Câmara.

“Muita gente dentro e fora do parlamento não quer Cunha neste cargo”, analisa Teixeira.

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