segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Vitória dos operários da Volkswagen é também êxito de Rossetto e Dilma.

Participação de Rossetto ajudou a vencer a Volkswagen. Trabalhadores saíram vitoriosos e construíram uma barreira contra os avanços do empresariado sobre empregos e direitos
Participação de Rossetto ajudou a vencer a Volkswagen. Trabalhadores saíram vitoriosos e construíram uma barreira contra os avanços do empresariado sobre empregos e direitos.


A grande notícia deste início de ano e segundo mandato de Dilma não é a operação Lava Jato ou a montagem do ministério.
Após o governo ter encerrado a política de redução de encargos fiscais para a montadoras de veículos, a alemã Volkswagen demitiu 800 operários de sua fábrica de São Bernardo do Campo. O que os administradores da fábrica não esperavam era a reação e o poder de mobilização de seus empregados, que resultou na revogação das demissões, além de um plano de demissão voluntária, estabilidade no emprego até 2019 e ganho real entre 2017  e 2019.
O governo também se posicionou sobre o caso e o Ministro Chefe da Secretário Geral da Presidência, Miguel Rossetto havia pedido a montadora que reavaliasse as demissões.
De certo modo, os dirigentes patronais esperavam que as demissões fossem irreversíveis e que representassem a transição para um novo tempo de fragilidade dos trabalhadores nas relações de trabalho, avalizado por uma equipe menos intervencionista na economia e que deixasse o mercado regular tais situações, livremente, para o bem do capital.
Mas nem tudo é decisão técnica, as questões políticas perpassam tais negociações. Tivesse a Volkswagen vencido esta queda de braço, logo outras montadoras se sentiriam respaldadas para atacar o emprego de seus operários com mais demissões. Fato consumado, poderíamos estar diante de uma espiral de dispensas sem justa causa na indústria automobilística, que poderia contagiar outros setores industriais, ou de renegociações  de acordos em condições muito desfavoráveis aos trabalhadores.
Apesar da indiferença da mídia, este fato não é significativo apenas para os trabalhadores brasileiros, o que pese as condições econômicas do país frente a crise internacional, mas para os movimentos sindicais dos países em desenvolvimento, especialmente da América Latina, como uma bandeira de luta em defesa de empregos e salários e negociações justas.
Fosse o governo apenas pautado pela agenda econômica que os especialistas em economia da grande imprensa tentam vender diariamente, como dogmas insuperáveis, não teria buscado o diálogo e tomado partido dos operários.
Poderia simplesmente dizer, com as mãos lavadas ou com uma posição pró-empresariado: o mercado se auto regula.
Volkswagen readmite 800 funcionários e greve de 10 dias em SP acaba.
SÃO PAULO (Reuters) – Trabalhadores da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo, na região metropolitana de São Paulo, aprovaram nesta sexta-feira fim de uma greve que já durava 10 dias depois que a montadora aceitou readmitir 800 funcionários da unidade demitidos no início do ano.


Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a companhia apresentou uma nova oferta na negociação trabalhista iniciada no final do ano passado. Com isso, a produção na fábrica será retomada a partir da próxima segunda-feira, informou a entidade.

A nova oferta aprovada, além da readmissão dos demitidos, prevê que a montadora alemã fará investimentos adicionais na fábrica de São Bernardo do Campo para adaptá-la para uma nova plataforma global de veículos da marca e produção de um novo modelo, informou o sindicato. Não foram divulgados valores de investimentos previstos ou qual modelo novo será produzido.

O acordo também cria estabilidade de emprego para os funcionários da fábrica até 2019 e aumento real nos salários dos trabalhadores a partir de 2017 até 2019. Em 2016, ocorrerá reposição da inflação e neste ano o reajuste se dará na forma de participação nos lucros, disse o sindicato.

Anteriormente, a Volkswagen afirmava que as demissões dos trabalhadores tinham como objetivo criar condições para “um futuro sólido e sustentável para a Unidade Anchieta (fábrica de São Bernardo do Campo), tendo como base o cenário de mercado e os desafios de competitividade”.

A empresa também afirmou quando do anúncio das 800 demissões, no início do mês, que os cortes eram uma primeira etapa de adequação de efetivo em meio a uma urgente necessidade de otimização de custos.

A Volkswagen terminou 2014 com vendas de 576,6 mil automóveis e comerciais leves, queda de 13,5 por cento sobre 2013, recuo maior que a queda de cerca de 7 por cento sofrida pelo segmento como um todo no ano passado.

Alberto Alerigi Jr./ Reuters
 https://blogpalavrasdiversas.wordpress.com/…/vitoria-dos-…/…

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