Participação de Rossetto ajudou a vencer a Volkswagen. Trabalhadores saíram vitoriosos e construíram uma barreira contra os avanços do empresariado sobre empregos e direitos.
A grande notícia deste início de ano e segundo mandato de Dilma não é a operação Lava Jato ou a montagem do ministério.
Após o governo ter encerrado a política de redução de encargos fiscais para a montadoras de veículos, a alemã Volkswagen demitiu 800 operários de sua fábrica de São Bernardo do Campo. O que os administradores da fábrica não esperavam era a reação e o poder de mobilização de seus empregados, que resultou na revogação das demissões, além de um plano de demissão voluntária, estabilidade no emprego até 2019 e ganho real entre 2017 e 2019.
O governo também se posicionou sobre o caso e o Ministro Chefe da Secretário Geral da Presidência, Miguel Rossetto havia pedido a montadora que reavaliasse as demissões.
De certo modo, os dirigentes patronais esperavam que as demissões fossem irreversíveis e que representassem a transição para um novo tempo de fragilidade dos trabalhadores nas relações de trabalho, avalizado por uma equipe menos intervencionista na economia e que deixasse o mercado regular tais situações, livremente, para o bem do capital.
Mas nem tudo é decisão técnica, as questões políticas perpassam tais negociações. Tivesse a Volkswagen vencido esta queda de braço, logo outras montadoras se sentiriam respaldadas para atacar o emprego de seus operários com mais demissões. Fato consumado, poderíamos estar diante de uma espiral de dispensas sem justa causa na indústria automobilística, que poderia contagiar outros setores industriais, ou de renegociações de acordos em condições muito desfavoráveis aos trabalhadores.
Apesar da indiferença da mídia, este fato não é significativo apenas para os trabalhadores brasileiros, o que pese as condições econômicas do país frente a crise internacional, mas para os movimentos sindicais dos países em desenvolvimento, especialmente da América Latina, como uma bandeira de luta em defesa de empregos e salários e negociações justas.
Fosse o governo apenas pautado pela agenda econômica que os especialistas em economia da grande imprensa tentam vender diariamente, como dogmas insuperáveis, não teria buscado o diálogo e tomado partido dos operários.
Poderia simplesmente dizer, com as mãos lavadas ou com uma posição pró-empresariado: o mercado se auto regula.
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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Vitória dos operários da Volkswagen é também êxito de Rossetto e Dilma.
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