sábado, 14 de fevereiro de 2015

Advogada desmente em nota declarações de Yousseff sobre Dirceu.


Representante do empresário Júlio Camargo de Almeida Camargo, um dos investigados sob acordo de delação premiada na Operação Lava­Jato, a advogada Beatriz Catta Preta,  divulgou nota – a que deu o título de “Fato Relevante” – em que desmente afirmações feitas pelo também delator Alberto Youssef, sobre o ex-ministro José Dirceu. (Confiram a íntegra da nota Fato Relevante)
O doleiro preso teria afirmado que Camargo tem uma relação “muito boa” com o ex-­ministro. Os termos de depoimento foram tornados públicos nesta 5ª feira pelo juiz Sérgio Moro da Justiça Federal do Paraná.
Na nota a advogada Beatriz Catta Preta acentua que “(…) quanto à ilusória e absurda conclusão de que o sr. Julio Camargo tenha uma relação ‘muito boa’ com o sr. José Dirceu, apenas porque este teria viajado em avião de sua propriedade, deve ser esclarecido que a aeronave em questão, qualificada como táxi aéreo, era deixada sob a administração da TAM, a qual tem o dever de cuidar da manutenção, hangaragem e afretamento da mesma. Isso significa que, ao haver interessados no afretamento da aeronave, a TAM apenas pergunta ao proprietário se utilizará o avião naquele período ou não. A responsabilidade é inteiramente da TAM, inclusive quanto ao recebimento dos valores pelo afretamento”.
Beatriz desmente ainda a informação de Youssef de que a contabilidade de Júlio Camargo estaria em pen drive e sob a responsabilidade de um contador chamado Franco Clemente Pinto: “As afirmações lançadas pelo colaborador Alberto Youssef são temerárias porque absolutamente inverídicas. Não há a indicação de um elemento de prova, sequer indiciária, acerca dos fatos mentirosos ali narrados. A alusão a um certo “pen drive” não passa de criação Jcolaborador em questão”.
No comunicado, a advogada assegura que que “tudo o que havia a ser esclarecido e informado às autoridades sobre os fatos investigados na denominada Operação Lava­Jato fora feito nos termos de declarações em colaboração, conforme já citado, não havendo nenhuma pendência por parte do senhor Júlio Gerin de Almeida Camargo, seja pela entrega de documentos, seja por informações adicionais”.
Segundo levantamento do jornal Valor Econômico – que publica a nota da advogada – Beatriz Catta Preta atuou em nove das 12 colaborações premiadas já homologadas pelo Judiciário na investigação sobre corrupção, formação de cartel e lavagem de dinheiro na Petrobras.
Leiam aqui a nota “Fato Relevante”.

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GABRIELLI EXPLICA O QUE ACONTECEU NA PETROBRAS.

Imperdível a entrevista exclusiva do ex-presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, dada ao Conversa Afiada, do jornalista Paulo Henrique Amorim, esta semana. Gabrielli detalhou, de forma muito bem explicada, o que todos nós estávamos querendo saber: as irregularidades na estatal se deram “fora da empresa” e portanto era “impossível a petroleira investigar” o ocorrido.
Gabrielli foi além, esclareceu como se dava a ilegalidade cometida pelo diretor de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e pelo gerente de Engenharia Pedro Barusco. Eram operações que envolviam influencia dos dois funcionários, do doleiro Alberto Youssef e das empresas contratadas.
O ex-presidente da Petrobras também ressaltou que este esquema de irregularidades só era rentável para os empreiteiros e os dois funcionários da empresa, pois estes ganhavam pelo volume de projetos, e não pelos preços a mais em contratos pagos pela estatal.
Certificações.
Gabrielli faz questão de frisar que a Petrobras é muito maior que esse escândalo, tem muitos projetos que não foram afetados pelas irregularidades e que os funcionários da petroleira são honestos. “Esse processo vai tirar a fumaça que tem e ficará evidente que esse é um problema policial de dois funcionários que se locupletaram com muito dinheiro, mas que, em relação à Petrobras, não é muito dinheiro” , afirmou.
A certificação da petroleira feita pela KPMG (em 2006, 2007, 2008, 2009, 2010 e 2011), e pela Price & Waterhouse (em 2012, 2013) somadas com os controles da lei Sarbanes-Oxley​– uma lei americana para aumentar os controles das empresas internacionais e das empresas com ações negociadas em bolsas, que é o caso da Petrobras – e os rígidos controles aplicados nas empresas fornecedoras e nas formações de preços comprovam que a Petrobras fazia todo o possível para combater qualquer tipo de irregularidade.
Não havia método possível para a empresa identificar uma irregularidade que acontecia fora de seus portões. As acusações que a empresa e seus dirigentes enfrentam são insustentáveis, segundo o ex-presidente da estatal. Ele acredita que a Operação Lava a Jato irá também chegar a essa conclusão.
Vejam a entrevista completa aqui 
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