sábado, 14 de fevereiro de 2015

E se fosse um governo petista no Paraná?

Um governador pouco amado
Um governador pouco amado.


Publicado no literatortura.
A escolha de pauta nos grandes jornais brasileiros é muito interessante, veja bem:
No Paraná, 100% das escolas estaduais estão em greve. Três, das quatro universidades estaduais, também. Policiais e bombeiros, não, porque sua greve é inconstitucional.
Há poucos dias, os ônibus de Curitiba pararam. Pelo governo estadual.
Nesta semana, Beto Richa (PSDB) propôs um “pacote de maldades” para ser aprovado em critério de urgência pelos seus deputados mandados. Entre os desejos, além de aumentar impostos, Richa quer pegar 8 bilhões da Previdência Paraná. Pegar (pra não dizer roubar) porque esse dinheiro tem dono. Esse dinheiro é do contribuinte.
Entre tantos feitos, Beto deu calote em professores, bombeiros, policiais e outras classes, não pagando férias, atrasando décimo terceiro, demitindo professores PSS que haviam sido aprovados, além de faxineiros, merendeiros, porteiros etc.
Para o leitor entender, se uma escola abrir hoje, ela abre sem merenda.
Por outro lado, sorte da escola que abre, porque várias foram fechadas.
Qual governo, em pleno 2015, fecha escolas?
Qual jornal, em pleno 2015, com a internet aí, omite o caos que está acontecendo?
Talvez as informações sejam irrelevantes…
Talvez, como sempre acontece quando o bico do pássaro é grande, estejam acobertando. Como o e-mail que vazou, da diretora da globo mandando tirar o nome de FHC dos vt’s sobre a Lava-Jato. Curioso que dois dias depois do e-mail vazar, fizeram uma matéria colocando o nome do FHC, em todos os jornais. Imparcialidade, sempre.
Ontem, além do que já foi escrito e dos outros absurdos que você pode descobrir, caso se interesse pela política paranaense, mais de 20 mil professores e funcionários públicos, de diferentes cidades, ocuparam a Assembléia Legislativa do Estado do Paraná, dando um corre nos deputados de situação, que fugiram pela porta dos fundos.
[Minha mãe, professora há mais de 25 anos, com outros professores de Guaíra, viajou mais de 660 km, para estar no protesto, tamanha a gravidade do assunto.]
Os professores permanecem na ALEP.
Hoje, Beto Richa conseguiu que decretassem a expulsão deles do local.
A PM, em vídeo divulgado lá na nossa página, se recusou a cumprir tal ordem e foi embora.
Em comentário, a docente e leitora do site, Thais Vanessa Schmitz, escreveu: “A PM do PR também está sofrendo com um calote do governador e desvalorização. Para eles é inconstitucional fazer greve, mas estão nos apoiando, um deles mesmo disse: eu sei que vocês estão lutando por nós também.”
Entretanto, nada está garantido. Como se fosse piada, os parlamentares irão votar o projeto amanhã, a portas fechadas, no restaurante da Câmara.
Será que a população não vai invadir? Será que não teremos confrontos?
Tudo isso, absolutamente tudo isso [e muito mais], não parece importar aos grandes jornais, sendo transmitido apenas pela televisão local.
A pergunta que não quer e não pode calar é: e se fosse um governo petista?
Eu respondo:
Se fosse um governo petista, este site atuaria da mesma maneira. Infelizmente, porém, não podemos dizer isso da grande mídia, que não abre o bico sobre tais assuntos, porque o mesmo bico que abre é o bico que é atingido.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/e-se-fosse-um-gove…/

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POLICIAIS DE GOIÂNIA EXPULSAM DEMÔNIO DE BANDIDO.




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O TRANSTORNO BIPOLAR DA PM NO PRIMEIRO ATO CONTRA A FALTA DE ÁGUA.

pm

O ato contra a falta d’água ocorrido no MASP na data de ontem (11) testemunhou mais uma aberração comportamental da Polícia Militar do governo de São Paulo. Ela parece sofrer de transtorno bipolar.
Concentrados no vão livre embaixo do museu, cerca de quinhentos manifestantes protestavam. Sem haver um acordo sobre qual trajeto seria percorrido, a polícia determinou que a manifestação não poderia sair dali e ponto final.
O vão do Masp foi então cercado e manifestantes, imprensa e até não manifestantes começaram a ser pressionados pelo cordão de isolamento em direção ao fundo do vão livre. Nota: ali não há saída, o vão só tem abertura para a avenida. Laterais e fundos são verdadeiros penhascos.
Ainda assim a PM prosseguiu avançando e espremendo a todos. Agrediu, borrifou spray de pimenta. Sem nenhuma chance de fuga. Duas senhoras pediam encarecidamente para sair pois não tinham nada a ver com o protesto. A todos era negado. O vão livre não era mais livre, transmutado numa cela.
Esses “armamentos de dispersão” na verdade não são utilizados para dispersar quando se está confinando pessoas. É agressão pura e simples, repetindo algo ocorrido há poucas semanas dentro da estação Faria Lima do metrô.
Associada às agressões absolutamente desnecessárias, a atitude de isolar uma área pública como o vão livre (que possui esse nome por ser uma área pública, ali não é espaço do Museu), é estarrecedor. Deixando retidos não só manifestantes mas pessoas pegas de surpresa que estavam no fundo do vão ou mesmo aqueles que tenham tentado atravessar o espaço desviando do próprio cordão da polícia passando pelo lado interno, é de uma arbitrariedade injustificável.
Mas daí ocorre o inacreditável. Depois de muitas horas, muitas agressões e de manter todas aquelas pessoas no cativeiro de bela arquitetura, não se sabe de onde baixou uma crise de bom senso no comando da operação e o cordão foi desfeito (até ali duas prisões já haviam ocorrido de manifestantes que conseguiram furar o bloqueio).
Livres mas nem tanto, os manifestantes saíram pela avenida Paulista sentido Consolação, fizeram duas paradas simbólicas (em frente a Secretaria de Estado de Saneamento e recursoso Hídricos e no Reservatório da Sabesp) e terminaram o ato logo depois na praça Roosevelt.
Alguém explica a atitude da polícia? Por que passou mais de duas horas dizendo “não, não, não, não, não” e de repente disse “sim”?
Já acostumados com a truculência, aos olhos dos manifestantes a “autorização” parecia uma nova estratégia para reprimir o ato nas ruas alegando vandalismo.


A falta d’água certamente causará uma crescente alteração no humor da população mas o governador, o comando da PM e a Tropa de Choque já sinalizaram que não tolerarão nenhum inconformismo com relação a isso. São Pedro que nos acuda.


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LUCIANA GENRO FALA DO IMPEACHMENT DE DILMA.



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POR QUE NÃO PRESIDENTA DILMA ?

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Essa discussão sobre Dilma Rousseff usar a designação “presidenta” em vez de “presidente” beira à babaquice e à ignorância, nem sempre nessa ordem, embora o sujeito dessa oração seja, todo mundo sabe, o preconceito.
Toda vez que essa bobagem vem à tona, me lembro de como o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro decidiu mudar a grafia do próprio apelido, “Cacai”, para o glamoroso e internacional “Kakay”.
Um dos mais famosos criminalistas do País, Castro é também uma fonte privilegiada do jornalismo da capital. Conhece, por ofício, a intimidade do poder de ponta a ponta do espectro esquerda-direita, e sabe equilibrá-la entre o sigilo profissional e a inconfidência calculada.
Pois bem, no dia que “Cacai” decidiu ser “Kakay”, aliás, um direito dele, precisou apenas avisar às redações.
No outro dia, todos os jornais e revistas adotaram alegremente a grafia bolada pelo advogado, talvez em um desses tarôs de numerologia. E ninguém questionou que não podia ser “Kakay” porque não existe “kays” do porto, nem “kayçara”, nem o “karay” a quatro.
É “presidenta” porque a presidente eleita quis assim, nos documentos oficiais e no tratamento pessoal, como forma de estabelecer um marco simbólico na ocupação do poder. Isso, apesar de haver mulheres a replicar a geleia de misoginia dispensada ao tema.
Ninguém é obrigado a seguir a designação, fora da esfera dos órgãos oficiais. Usa quem quiser.
Além disso, não tem erro de português.
Tem é recalque mesmo.

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