terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Parlamentares do PT cobram apuração sobre brasileiros envolvidos com banco na Suíça.


Correta e mais do que na hora a cobrança de dois parlamentares petistas, Paulo Pimenta (PT-RS) e Valmir Prascidelli (PT-SP), por investigações sobre o escândalo do HSBC que, apenas aqui no país, favoreceu 8,6 mil brasileiros. Um escândalo de evasão fiscal sem precedentes que, curiosamente, a grande mídia insiste em minizar. Por que será?
Uma filial suíça do HSBC mantinha contas secretas protegendo sonegadores, corruptos e pessoas envolvidas em ilegalidades em vários países. Segundo indicam as investigações feitas na Suíça até agora, a movimentação de dinheiro nesse escândalo foi superior a US$ 100 bi. Desse total, 6,6 mil contas são de 8,6 mil brasileiros.
Na última 6ª feira (20.06), o deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) enviou ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, um requerimento exigindo que se forme uma Comissão Externa do Legislativo para investigar o escândalo. No documento, Prascidelli afirma que “as autoridades brasileiras já detêm documentos em mãos para apurar responsabilidades e separar o joio do trigo”.
“É obrigação da Câmara dos Deputados integrar essa força mundial (que investiga o caso) no sentido de mostrar as trapaças da filial do Banco HSBC na Suíça, que, em conluio com criminosos do mundo todo, sonegam, burlam e usam de suas fortunas para manter a pobreza, a guerra e o tráfico”, complementa o deputado.
Brasil ocupa a 4ª posição em número de clientes ligados a contas.
Prascidelli propõe uma comissão formada por 17 deputados, que, em um prazo de 60 dias, deverão apresentar um relatório sobre o caso. A ideia é que o grupo realize diligências, incluindo internacionais, de “forma republicana” e divulgando a apuração de “forma transparente”.
Já o deputado Paulo Pimenta apresentou à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de instauração de procedimento investigatório para apurar o envolvimento de clientes brasileiros e esta unidade do banco HSBC, na Suíça. Além da justiça da Suíça, também a da França, Bélgica, Estados Unidos e Argentina já abriram investigações neste sentido. O deputado Pimenta pede, portante, que o Brasil adote medidas semelhantes para que possa investigar e não ficar na dependência das informações divulgadas pelas agências internacionais.
“As informações publicadas indicam que o HSBC teria um papel ativo na facilitação de abertura de contas, sem questionar a origem do dinheiro, permitindo aos clientes a retirada de grandes quantias em moeda estrangeira, contribuindo, assim, para evasão fiscal e, também, para acobertar ações de criminosos internacionais, empresários e agentes públicos suspeitos de corrupção”, afirma Pimenta nesse documento enviado ao Ministério Público Federal.
A primeira etapa é a identificação dos brasileiros envolvidos e a divulgação do que for apurado para driblar a blindagem da grande mídia nacional em relação ao escândalo do HSBC. Vale destacar que o Brasil ocupa a 4ª posição em número de clientes ligados a contas do HSBC na Suíça (um total de 8.667 titulares brasileiros) e que fica em 9º lugar na lista em volume de dinheiro, totalizando US$ 7 bi de dólares.

 

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EMPRESÁRIO DENUNCIA TER PAGO PROPINA DE R$ 1  MILHÃO A AGRIPINO MAIA.




Reportagem do Fantástico, da Rede Globo, apresentada na noite de ontem revelou que em delação premiada ao Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPE-RN), o empresário potiguar George Olímpio denunciou esquema de pagamento de propina que beneficiava o presidente nacional do DEM, senador Agripino Maia (RN).  O empresário contou que o senador lhe pediu R$ 1 milhão em 2010.Agripino negou e classificou a acusação como uma “infâmia”.
O empresário detalhou que Agripino cobrava a propina para permitir um esquema de corrupção no serviço de inspeção veicular investigado MPE-RN em 2011. “Os R$ 1,15 milhão foram dados em troca de manter a inspeção”, disse Olimpio. De acordo com o empresário, o esquema beneficiava, também, outros políticos com a ex-governadora e atual vice-prefeita de Natal Wilma de Faria (PSB), seu filho Lauro Maia, seu sucessor no Estado, o falecido vice-governador Iberê Ferreira, e o atual presidente da Assembleia Legislativa do Estado Ezequiel Ferreira (PMDB). Todos negaram envolvimento no esquema.
Ao MPE-RN, Olimpio contou que o acerto com Agripino foi fechado na cobertura do senador, em Natal. “A informação que temos é que você deu R$ 5 milhões para a campanha do Iberê”, teria dito o senador, segundo  o delator. Olimpio respondeu que doou R$ 1 milhão para a campanha de Iberê e prometeu entregar R$ 200 mil imediatamente ao senador e outros R$ 100 mil na semana seguinte. “Aí ficam faltando R$ 700 mil”, teria dito Agripino, segundo o relato do delator.
Ao Fantástico Agripino confirmou ter recebido Olimpio tanto na cobertura em que mora Natal quanto em seu apartamento em Brasília. Negou, no entanto, enfaticamente ter cobrado ou recebido propinas de Olímpio. “Ele não me deu R$ 1 milhão coisíssima nenhuma. Eu nunca pedi nenhum dinheiro, nenhum valor, conforme ele próprio declarou em cartório”, disse o senador. “É uma infâmia.”
Há três anos empresário firmou documento negando ter pago a propina.
Empresário Em 2012 Olimpio registrou um documento num cartório de Natal no qual afirmava nunca ter dado dinheiro ao presidente nacional do DEM. Segundo promotores que investigam o caso, ele mudou de ideia em 2014, quando, sentindo-se abandonado pelos amigos, procurou o MPE-RN para sugerir a delação premiada em troca de benefícios penais.
A relação de George Olimpio com políticos remonta a 2008, quando ele montou um instituto responsável por gerir taxas referentes a financiamentos de automóveis no Estado e, segundo conta, repassava parte dos valores recebidos às mais altas autoridades do Estado. De acordo com Olímpio, entre 2008 e 2011, seu instituto prestou serviços de cartório ao DETRAN-RN que cobrava uma taxa de cada contrato de carro financiado no Estado.
Em um vídeo exibido no início da reportagem, Olimpio aparece entregando maços de notas ao então diretor do ETRAN potiguar Erico Valerio de Souza, também envolvido no esquema de pagamento de propinas. “Ficou definido que para o governo ia R$ 15 por contrato. A média de contratos por mês girava em torno de 5 mil”, disse ele em reportagem do “Fantástico”, da TV Globo.
Na reportagem Agripino Maia nega a acusação de recebimento de propina. O senador Agripino apresentou documento onde o então Procurador-Geral Roberto Gurgel mandou arquivar, por falta de provas, o processo de investigação contra ele. Diante de novo depoimento de Olimpio, o  atual Procurador Rodrigo Janot desarquivou, há cerca de cinco meses, a investigação contra o senador.

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