segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

“Saiam de São Paulo porque aqui não vai ter água”: a espantosa sinceridade de um diretor da Sabesp.

Paulo Massato
Paulo Massato.


O diretor metropolitano da Sabesp, Paulo Massato Yoshimoto, é um espécie de grilo falante de uma empresa cheia de segredos. Foi ele quem admitiu, nesta semana, a adoção de um rodízio “muito drástico” na região metropolitana e a formulação dos dois dias com água para cinco dias sem.
Esta seria a solução “no limite”. No ritmo atual, o volume disponível para captação no Sistema Cantareira deve se esgotar em março e a terceira cota de 41 bilhões de litros do volume morto termina em maio.
Massato está há cerca de dez anos nesse cargo (entrou na Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano, Emplasa, em 1975). Foi assessor de um irmão de Alberto Goldman, ex-governador. Entre 1996 e 2003, segundo o site da estatal, gerenciou “programas de redução e controle de perdas, entre outras coisas”.
Em fevereiro, falou publicamente em racionamento para em seguida recuar, sob o argumento de que seria prejudicial aos mais pobres. Três meses depois, na CPI na Câmara Municipal, advertiu os presentes de que, se a crise piorasse, iria distribuir água com uma canequinha.
Massato é um quadro importante na companhia. Foi cotado para suceder a presidente Dilma Pena, que saiu em dezembro. Perdeu a corrida para Jerson Kelman.
Numa reunião da diretoria da Sabesp do ano passado, cujo áudio vazou, ele deu sua declaração mais sincera sobre o caos que se avizinha em São Paulo.
“Essa é uma agonia, uma preocupação”, começou. “Alguém brincou aqui, mas é uma brincadeira séria. Vamos dar férias. Saiam de São Paulo porque aqui não tem água, não vai ter água para banho, para limpeza da casa, quem puder compra garrafa, água mineral. Quem não puder, vai tomar banho na casa da mãe lá em Santos, Ubatuba, Águas de São Pedro, sei lá, aqui não vai ter”.
Com seus atos falhos, Paulo Massato é, provavelmente, a única pessoa a contar a verdade nessa tragicomédia. A questão é que sua fidelidade ao governo é maior do que o dever de atender a necessidade da população. Mas algo sempre escapa.

Saiam de São Paulo porque aqui não tem água diz Diretor da Sabesp.


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ENQUANTO A PETROBRAS É MASSACRADA, A SABESP É CONVENIENTEMENTE ESQUECIDA.

Tudo sob controle
Tudo sob controle.


Um amigo meu pergunta no Facebook: “O que a Dilma quer? Convencer todo mundo de que a Petrobras tem que ser privatizada?”

Entrei na conversa.
“Acho que a pergunta certa é: o que a mídia quer com esse bombardeio? Compare com a Sabesp, que está prestes a deixar os paulistanos sem água para dar descarga e ninguém fala nada.”
A Petrobras, para os conservadores, deixou de ser uma empresa petrolífera. Ela se transformou no caminho mais curto para ataques a Dilma e ao PT.
É para isso que a Petrobras serve, hoje: é um instrumento para desestabilizar o governo petista.
Os fatos são minuciosamente escolhidos e manipulados.
Companhias gigantes com ações nas bolsas oscilam extraordinariamente de valor, em certas circunstâncias.
O petróleo enfrenta uma situação particularmente complicada: há um excesso de oferta.
Os preços desabaram.
Os países produtores, agrupados na OPEP, decidiram, até aqui, não responder ao problema com o mecanismo clássico de redução da oferta.
Dentro desse horizonte, todas as empresas do ramo sofrem.
Seu produto vale menos, e consequentemente suas ações também.
Este é o drama real da Petrobras – e de todas as empresas que produzem petróleo.
Todas elas valem menos agora do que valiem antes da recente crise petrolífera. São oscilações de bilhões de dólares.
Normalizada a situação, com o petróleo voltando aos patamares habituais, o valor das empresas oscilará positivamente em vários bilhões de dólares.
Por isso, não adianta você pegar um quadro atípico para tirar conclusões.
Mas é o que a mídia faz, não com o intuito de “salvar a Petrobras”, mas para afundar o PT.
Por mais doída e constrangedora que seja, a questão da corrupção responde apenas por uma parte mínima da perda de valor das ações da Petrobras.
Quando o mercado se normalizar, a Petrobras voltará a valer o que valia antes, bem como todas as corporações do ramo.
A diferença é que o processo de valorização não será notícia.
A Petrobras é sólida o bastante para enfrentar intempéries.
O barulho incessante em torno dela contrasta com o silêncio obsequioso em relação à Sabesp.
O cidadão não é diretamente afetado pela alta ou baixa do petróleo. Mas quando uma empresa que deveria fornecer água entra em colapso, aí sim você tem uma situação de calamidade.
É a escola que pode parar de funcionar. É o banho que pode deixar de ser tomado. É a empresa que pode carecer de água para funcionar.
O drama vinha vindo, sabe-se hoje. No entanto, não foram tomadas providências que reduziriam as ameaças que pairam agora sobre os paulistas.
O motivo da inação criminosa chama-se eleição.
Alckmin não queria correr o risco de perder votos caso houvesse algum tipo de corte na água da população.
Depois, a conta viria, como veio. Mas aí as eleições já teriam passado.
Em nenhum momento a imprensa, ao longo da campanha, cobrou de Alckmin atitudes de interesse público.
A explicação benevolente para isso é que a mídia não tinha noção da gravidade das coisas.
Aí seria um caso de inépcia monumental.
A explicação mais provável é que a imprensa não estava interessada em aprofundar um assunto que poderia custar o cargo do amigo Alckmin.
E assim chegamos ao que estamos vendo agora.
Todos os holofotes se concentram na Petrobras, para a qual tudo se normalizará assim que os preços do petróleo no mercado mundial se restabelecerem.
Enquanto isso, a Sabesp de Alckmin é uma nota de rodapé – ainda que possa faltar aos paulistas água para dar descarga.

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MOTORISTA DE TEORIA DE CONSPIRAÇÃO FAZ VÍDEO ¨PROVANDO¨QUE O SISTEMA CANTAREIRA ESTÁ CHEIO DE ÁGUA.

REPRESA DA CANTAREIRA ESTÁ CHEIA E PAULISTAS SEM ÁGUA!


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