terça-feira, 3 de março de 2015

O desastre dos governos tucanos.


A imprensa tenta tapar o Sol com a peneira, mas a cada dia fica mais evidente o brutal desajuste financeiro perpetrado pelo governador tucano Beto Richa no Paraná. Em seu primeiro mandato (2011-2014) ele simplesmente conseguiu quebrar um dos Estados mais ricos e economicamente fortes do país e mergulhá-lo na crise atual.
Fica evidente que o governo tucano de Richa investiu não no fundamental para o atendimento da população paranaense, mas em obras e projetos desnecessários, e publicidade e propaganda excessivas (como destacou aqui neste blog o deputado Zeca Dirceu – PT/PR) o que explica sua reeleição já no 1º turno no ano passado.
E tudo, repetimos, sob o silêncio cúmplice da grande mídia nacional – apesar da importância do Paraná – que fazia vistas grossas enquanto ele quebrava o Estado e só nos últimos dias, após três semanas de intensa crise e mobilização social e reivindicatória, divulga análises, sobre a real situação paranaense.
Tucanos, por onde passam, depois de seus governos deixam o caos
Mas, não é apenas no Paraná que vemos essa situação desastrosa. No fim de semana, o governo Fernando Pimentel (PT-MG) foi obrigado a anunciar que não tem um centavo para investir este ano. Essa é a Minas Gerais após ser governada por 12 anos pelos tucanos – 8 anos do governador agora senador Aécio Neves (PSDB-MG) e quatro do agora também sendor antônio Anastasia (PSDB-MG).
Impossível não falar, também, da situação de Alagoas, administrada nos últimos oito anos pelo governador Teotônio Vilela Filho, do PSDB. O Estado não conseguiu se livrar até hoje do drama e estigma de ser o mais violento do país. Só para vocês terem uma ideia, a taxa de homicídios no Estado em 2012, registra 64,5 mortes por 100 mil habitantes.
O governador Renan Filho (PMDB), inclusive, recebeu agora uma dívida de R$ 300 milhões do antecessor Teotônio. Algo que para um Estado das proporções de Alagoas não é pouca coisa. A violência rural e urbana na Grande Belém é a principal marca das duas gestões tucanas de Simão Jatene (PSDB) à frente do governo do Pará.
Alckmin desacelera tudo em transportes, rodoanel, metrô, trens de subúrbio…
E o que dizer de São Paulo, após 21 anos de tucanato? A última do governador Geraldo Alckmin (PSDB) é desacelerar a execução das obras do metrô, de melhorias da rede e de trens da CPTM e do Rodoanel. Bem ao seu jeito, na moita, ele nem fala a respeito. Assim como fez durante toda a campanha eleitoral de sua reeleição e como vem fazendo, vergonhosamente, no caso da crise do abastecimento de água.
Esse pequeno levantamento de heranças – e realidades – de Estados governados do PSDB parece confirmar aquele ditado popular: por onde passam governos tucanos, depois não cresce nem grama.
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BURGUESIA NÃO TEM SÓ PREOCUPAÇÃO COM O PT, TEM MEDO E ÓDIO, DIZ EX-TUCANO.
Insuspeito por ser até pouco tempo atrás um dos mais destacados quadros do PSDB – pediu desfiliação do partido em abril de 2011 – o ex-ministro Luís Carlos Bresser Pereira, quatro vezes ministro de Estado nos governos FHC e Sarney concedeu entrevista à Folha de S.Paulo, publicada no fim de semana (ontem), preocupante para os petistas e, mais do que isso, que merece uma profunda reflexão por parte dos políticos e de todos os brasileiros.
“Os ricos nutrem ódio ao PT e a Dilma”. Esta frase do ex-ministro – utilizada, aliás, como título da entrevista pelo jornal – explica e justifica bem o porque desse sentimento, de parte dos brasileiros, da parcela rica, da elite, em relação ao nosso partido e ao governo da Presidenta da República.
Aos que não sabem ou não acompanham a vida do ex-ministro, é preciso destacar que Bresser é um profundo estudioso do país, da vida e história do Brasil como Estado e nação, uma paixão a que ele dedicou toda a vida. Inclusive sobre esta paixão ele está lançando agora mais um livro “A Construção Política do Brasil”, no qual disseca a história, o desenvolvimento, a vida do país enfim da independência em 1822 aos nossos dias.
Porque o ódio aflorou tão forte e violento contra o PT
Na entrevista o ex-ministro fundamenta muito bem suas colocações acentuando que “o pacto nacional-popular articulado pelos governos do PT desmoronou pela falta de crescimento. Surgiu um fenômeno novo: o ódio político, o espírito golpista dos ricos.” Na sequência, ele faz uma proposta com a qual este blog do ex-ministro José Dirceu e, por isso mesmo, tem repetido aqui a exaustão: a saída para retomar o desenvolvimento do país é um novo pacto nacional, reunindo empresários, trabalhadores, setores da baixa classe média e demais segmentos populares da nação.
“Uma união contra rentistas, setor financeiro e estrangeiros”, prega Bresser Pereira.  Para o ex-ministro dos governos Sarney e FHC, o ódio da burguesia ao PT decorre do fato de os governos do partido defenderem os pobres. Bresser fala do desencanto e desespero da burguesia com os governos do PT, a expectativa da classe de ganhar a eleição do ano passado, de golpe e impeachment.
“(Concretizada a vitória do PT em 2014) surgiu um fenômeno que eu nunca tinha visto no Brasil. De repente, vi um ódio coletivo da classe alta, dos ricos, contra um partido e uma presidente. Não era preocupação ou medo. Era ódio.Esse ódio decorreu do fato de se ter um governo, pela primeira vez, que é de centro-esquerda e que se conservou de esquerda. Fez compromissos, mas não se entregou. Continua defendendo os pobres contra os ricos. O ódio decorre do fato de que o governo revelou uma preferência forte e clara pelos trabalhadores e pelos pobres. Não deu (preferência) à classe rica, aos rentistas”, assinala Bresser.
Não deixem de ler a íntegra da entrevista do ex-ministro na Folha deste domingo. Acessem aqui: “Ricos nutrem ódio ao PT, diz ex-ministro”.
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ESCRITOR SUÍÇO AVISA: HSBC É APENAS A PONTA DE UM ICEBERG.
Primorosa a entrevista feita pelo correspondente do jornal o Estado de S.Paulo em Genebra, Jamil Chade, com o escritor suíço Jean Ziegler, publicada no fim de semana (ontem), sobre o escândalo Swissleaks, a utilização do banco HSBC na Suíça para operações ilegais de sonegação fiscal por mais de 100 mil correntistas de todo o mundo, mais de 6 mil deles, brasileiros.
“A Suíça é o principal local de lavagem de dinheiro do nosso planeta, o local de reciclagem dos lucros da morte.” Com esta frase, o jornalista, Jamil Chade, começa o texto da entrevista publicada com Ziegler. Com a frase e o aviso: esta fulminante conclusão não é das fontes que revelaram os segredos das 100 mil contas do banco HSBC na Suíça, mas foi feita há 25 anos na primeira página de um livro de Ziegler, “A Suíça lava mais branco”, que já revelava tudo o que se vê agora.
Na entrevista o escritor revela mais: o HSBC é apenas a ponta do iceberg de um sistema inteiro de fraude de um portentoso sistema inteiro de fraude. Corajoso Ziegler! Em 1990, quando o livro “A Suíça lava mais branco” saiu, o escritor, então membro do Parlamento helvético, foi alvo de nove processos legais e até hoje, com 80 anos, ele paga a multa de US$ 6 milhões que recebeu.
Ele foi acusado de “traidor” pelos demais políticos, teve sua imunidade parlamentar cassada, perdeu sua casa, foi atacado pela imprensa e, conta, chegou a ser ameaçado de morte. Na ocasião, a Associação dos Bancos Suíços rejeitou as acusações e garantiu que o sigilo bancário seguido pelas instituições que lhe eram associadas “não protegia criminosos”.
“Aqui, a matéria-prima se chama dinheiro estrangeiro”, diz o escritor na entrevista ao responder a uma pergunta que ele mesmo se faz: como um país sem recursos naturais como a Suíça se transformou em um dos mais ricos do mundo. Não deixem de ver, na íntegra, a entrevista de Ziegler, publicada pelo Estadão de domingo sob o título ‘O caso HSBC é só a ponta do iceberg’. Vejam, também, a respeito do escândalo a nota publicada aqui no blog http://www.zedirceu.com.br/cai-a-mascara-psdb-nao-apoia-cpi-do-hsbc-e-nem-apuracao-da-era-fhc-na-petrobras/
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CAI A MÁSCARA: PSDB NÃO APOIA A CPI DO HSBC E NEM APURAÇÃO DA ERA FHC NA PETROBRAS.
Negócio clamoroso, clama aos céus, é uma vergonha, mas nenhum senador do PSDB assinou o pedido de CPI do HSBC, a ser constituída no Senado para levantar a lista de brasileiros no escândalo Swissleaks. A CPI vai apurar os nomes dos brasileiros que tinham contas secretas na agência do banco na Suíça para sonegar impostos e promover uma das maiores evasões fiscais que já sangraram o Brasil.Os 14 senadores do PT subscrevem o pedido de CPI do HSBC protocolado pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) na Mesa do Senado.
Para o país, além do Swissleaks, é simplesmente um novo escândalo essa posição contrária do PSDB a CPI do HSBC. Tão grande, ou equivalente ao que os tucanos protagonizam no Senado em relação à 3ª CPI da Petrobras, impedindo que a investigação se estenda ao período  FHC (1995-2002) em que a estatal foi gerida pelos governos do PSDB.
A obstrução do PSDB nos dois casos – da CPI do HSBC e da investigação da gestão tucana na Petrobras – ao que tudo indica conta com o apoio de muitos dos grandes veículos da mídia. A começar pela Folha de S.Paulo, por exemplo, com essa sua reportagem de hoje, toda em off (quando as fontes não querem ser identificadas, ter seus nomes publicados) sobre uma suposta oposição do PMDB a investigar a administração tucana na maior empresa brasileira.
Manobra diversionista
Numa típica manobra diversionista, para a mídia o que continua sendo um fato relevante nessa história são os vazamentos dirigidos. Até agora, dos mais de 6 mil brasileiros que surfaram e ganharam muito dinheiro no escândalo Swissleaks a mídia revelou apenas alguns nomes de alguns empresários, de donos de empresas de transportes e de famílias de empreiteiras investigadas na Lava Jato.
Mas, nada da nossa imprensa publicar todos os nomes. Escuda-se e tenta se justificar com o o argumento, já velho no caso, de que não há interesse público. E o que isso significa? A substituição do juízo do leitor e do cidadão brasileiro, pelo juízo dos donos do jornal e seus interesses comerciais e políticos. Sem que alguém tenha dito até agora se isso é legal ou não. Aliás, eles nem levantam a questão e nenhum jurista saiu a campo para esclarecer isso. O fato é que eles, barões da mídia, é que definem e decidem o que é legal e pode ou não chegar ao conhecimento do país.
Pois bem, o não apoio injustificado do PSDB a CPI do HSBC obriga cada vez mais a divulgação de todos os nomes de brasileiros que se envolveram no escândalo Swissleaks. Sob o risco de desmoralização das razões para essa decisão inédita da mídia esconder a totalidade (exceto os vazados) dos nomes dos que se beneficiaram de um escândalo.
Recusa do PSDB revela medo e que eles têm o que esconder
A prática é comum em todos os jornais, mas a Folha em especial tem sido useira e vezeira em violar todo e qualquer segredo de justiça sempre e quando tem acesso a dados da justiça. O jornalão da Barão de Limeira – como os demais – escuda-se no sigilo da fonte quando na verdade está colaborando e praticando  a violação do segredo  de justiça.
O não apoio do PSDB a investigação do período que eles governaram o país e dirigiram a Petrobras e a cobertura da imprensa minimizando esse fato coloca em evidência o temor e o medo tucano e revela que eles tem o que esconder.
Têm toda razão, portanto, os deputados Paulo Teixeira (PT-SP) e Zeca Dirceu (PT-PR) ante o comportamento dúbio do PSDB . “Onde anda a sanha investigativa do PSDB? Afinal, quem tem conta ilegal na Suíça para eles quererem proteger?”. Para o parlamentar paulista, “a recusa do PSDB é prova concreta de que, diferente do que diz o partido no discurso, os tucanos não querem passar o Brasil a limpo, não querem investigar corrupção. Dispõem-se a fazer isso apenas quando o objetivo é minar a credibilidade do governo, da presidenta Dilma e do PT”.
“O que move o PSDB e suas lideranças é uma guerra de cunho apenas político-partidário e eleitoral. É preciso desmascarar essa faceta do PSDB de defensor da moral e dos bons costumes”completa Paulo Teixeira.  Muito procedente, também, a lembrança do deputado Zeca Dirceu, de que a presidenta Dilma e o ex-presidente Lula sempre garantiram as investigações de qualquer tipo de crime, “doa a quem doer. Essa é a grande diferença entre o PT e o PSDB”.
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