terça-feira, 21 de abril de 2015

‘Acuse-os do que você faz': quantos outros implicantes não são bancados pelo PSDB? Por Kiko Nogueira.

Clássico
Clássico.

Durante a campanha eleitoral, Aécio Neves, o meninão das Gerais, denunciou em diversas ocasiões o que chamou de “submundo da internet”. Era dali, explicou num Roda Viva, que vinham as histórias de que ele cheirava cocaína, batia em mulher etc.
Obviamente que ninguém sério acreditou no que Aécio declarava, mas, enfim, era um jeito de ele se defender.
O desmascaramento do site Implicante trouxe à tona mais um sinal de que operar nesse submundo é uma especialidade do PSDB e não é nova.
O que o próprio Aécio e sua irmã Andrea fizeram em Minas durante sua gestão e a do abnegado sucessor, Anastasia? E as rádios da família? E o jornal O Estado de Minas, com sua cobertura vergonhosamente favorável aos interesses da família Neves?
Aécio já havia sido vítima do jogo sujo do inimigo José Serra, que foi a fonte do articulista do Estadão Mauro Chaves para o famoso texto “Pó Pará, Governador”, um dos golpes mais baixos da política nacional recente. Os gravataís merengues sempre estiveram por aí.
Por isso não chega a ser surpreendente que a Appendix, empresa de Fernando Gouveia, dono do Implicante, tenha como sócia Cristina Ikonomidis, secretária adjunta de Comunicação Institucional do governo José Serra, responsável pelas visitas a escolas que tentavam dar um tapa em sua imagem.
A regra desse pessoal é aquela atribuída a Lênin: “Xingue-os do que você é, acuse-os do que você faz.”
O que é um gravataí merengue diante do aparelhamento selvagem da TV Cultura em SP? Quanto Marco Antonio Villa e Luiz Felipe Pondé recebem de salário para espalhar a desinformação e a burrice com suas distopias comunistas? Estava embutido no salário de Vila, pago com dinheiro público, comentar a posse de Alckmin como se fosse a coroação de Napoleão?
A resposta do governo paulista para o imbroglio do Implicante foi uma carta na Folha de um sub do sub da secretaria de Cultura afirmando, basicamente, que ninguém financia nada. Ok. Você precisa ser muito ingênuo ou mal intencionado para acreditar que nisso.
Quantos blogs vagabundos não fazem esse trabalho para governos e prefeituras tucanas, recebendo, digamos, “indiretamente”? Quem sustenta a Folha Política, por exemplo, uma picaretagem jornalística pior ainda que o Implicante, dirigida por anônimos com mais de 1 milhão de curtidas?
Por mais que não dê em nada, é bom que esses sicários saiam da sombra para que, pelo menos, gente como Aécio, Serra e Alckmin possa cumprimentar seus amigos de submundo.
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O MODUS OPERANDI DO IMPLICANTE  É SERRA PURO. POR PAULO NOGUEIRA.

 Assim Serra trata Aécio
Assim Serra trata Aécio.

Estava demorando para o nome de Serra surgir no escândalo do Implicante, um site canalha que vive, ou vivia, de espalhar infâmias e calúnias na internet contra Dilma, Lula e o PT.
O modus operandi do Implicante é Serra puro. Serra é aquele sujeito capaz de, pelas costas, mandar uma pena de aluguel escrever num jornal amigo um artigo que vinculava Aécio a cocaína.
“Pó pará, governador” foi o título do artigo obscenamente sujo. Governador era Aécio, que então, em 2010, disputava com Serra a candidatura tucana à presidência.
Assim funciona Serra. Quem militou nas redações, como eu, conhece muito bem sua combinação explosiva de excesso de ambição e falta de caráter.
Uma discípula de Serra tem as digitais no Implicante. Cristina Ikonomidis foi secretária adjunta de Comunicação Institucional no governo Serra e, como tal, integrante do seu círculo íntimo.
Cristina aprendeu com o chefe
Cristina aprendeu com o chefe.
Cristina coordenava, pessoalmente, as visitas que Serra fazia a escolas públicas de São Paulo.
Quando Washington quis saber mais sobre Serra, uma vez que ele tinha chances reais de chegar ao Planalto, Cristina foi uma fonte de informações, como mostrou um telegrama diplomático vazado pelo Wikileaks.
Para mostrar que Serra era um cara legal, a despeito da merecida fama contrária, ela chegou a mostrar ao cônsul geral dos Estados Unidos em São Paulo fotos dele nas escolas, brincando com as crianças.
E era Cristina também que tratava de responder a todas as críticas a Serra que apareciam na imprensa.
Você pesquisa no Google e a encontra, com ares de Madre Tereza, acusando os adversários de Serra de “baixarias”.
Dois meses atrás, um documento vazado para o DCM informa que ela se associou a Fernando Gouveia na Appendix, a empresa responsável pelo Implicante – e que vinha recebendo um mensalão de 70 mil reais do governo Alckmin, por meio de uma agência de publicidade.
Nunca se pagou tanto por uma coisa tão ruim e tão inexpressiva quanto o Implicante.
O Similar Web, um medidor de audiência de sites, dá a audiência mensal do Implicante em 250 mil cliques mensais.
Apenas a título de comparação, o DCM chegou, no final de 2014, a 18 milhões de visualizações.
Isto significa cerca de 70 vezes mais acessos.
Conteúdo faz toda a diferença: não adianta você tem um mensalão generoso oriundo de dinheiro público se você produz um site tenebroso como o Implicante.
Ao se associar a Fernando Gouveia na Appendix para mamar também nas mamatas que o PSDB proporciona a amigos, Cristina comprovou ter sido uma excelente aluna de Serra.
Atribui-se a Serra a expressão “blogs sujos”, dirigida, essencialmente, aos blogueiros que enxergam nele, adequadamente, um político desprezível.
Pois aí temos uma situação singular.
O perseguidor dos “blogs sujos” é, pelas mãos de sua afilhada Cristina, padrinho do mais sujo dos blogs.
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