segunda-feira, 13 de abril de 2015

O significado do encolhimento dos protestos – apesar do Datafolha.

coxinhas capa


Por volta das 11 horas de domingo, 12 de abril, a emissora de tevê a cabo Globo News avaliava, através de seus comentaristas, que os protestos anti-Dilma perderam força pelo Brasil afora, em relação a 15 de março.
Confira, abaixo, as avaliações de público divulgadas pela Polícia Militar sobre o público de algumas cidades em 12/4 e em 15/3, segundo o canal a cabo da Globo.
Brasília 25 mil em 12/4 contra 50 mil em 15/3
Campinas 2 mil em 12/4 contra 15 mil em 15/3
Belo Horizonte 3 mil em 12/4 contra 25 mil em 15/3
Manaus 300 em 12/4 contra 13 mil em 15/3
Salvador 2 mil em 12/4 contra 8 mil em 15/3
Rio de Janeiro 800 (estimativa 11 hs.) em 12/4 contra 15 mil em 15/3
Na Globo News, a jornalista Cristiana Lobo atribuiu a perda de força do movimento pelo Brasil afora devido à perda do caráter de “novidade” desses protestos.
Outro fato bastante interessante é o de que, apesar de haver menos público nos protestos pelo Brasil, aumentou o público exclusivamente branco e de classe média alta.
O fenômeno se tornou mais evidente em Salvador, cidade de população esmagadoramente negra e que na manifestação deste 12 de abril era composta, quase que exclusivamente, por brancos.
Mesmo São Paulo repetindo o público de 15 de março, a perda de força dos protestos no resto do Brasil sugere que muita gente que foi à rua no mês passado não tinha clareza exata sobre o que pretendia aquele movimento.
A redução desse movimento contraria a expectativa gerada pelo protesto anterior. O inegável sucesso daquele dia de protestos sugeria que o movimento tenderia a crescer e isso não está acontecendo.
A avaliação dos analistas da Globo News parece insuficiente para explicar a causa desse fenômeno. Sobretudo após pesquisa Datafolha publicada no sábado, que deu conta de que 63% dos eleitores aprovam o impeachment de Dilma Rousseff.
Apesar de a pesquisa ter sido publicada na véspera dos protestos com o objetivo óbvio de inflá-los, a iniciativa do Grupo Folha parece não ter produzido o efeito desejado.
O significado desse encolhimento dos protestos é o de que o movimento fascistóide assustou a sociedade.
A proliferação de suásticas nazistas, os ataques a bomba a sedes do PT, as cenas assustadoras de bonecos de Dilma e Lula “enforcados”, enfim, os excessos absurdos cometidos em 15/3 mostraram que a opinião desfavorável a Dilma e ao PT pela maioria pode até existir, mas repudia o extremismo.
Os protestos de 12 de abril produziram uma boa notícia. Ao minguarem, mostram que a sociedade brasileira não perdeu completamente a racionalidade.
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VAI INDO QUE EU NÃO  VOU - PORQUE AÉCIO NÃO FOI AO PROTESTO EM BH.

Aécio em BH
Pode parecer que a foto que ilustra este texto basta para explicar por que Aécio Neves exortou as pessoas a irem à rua a protestar neste domingo, 12 de abril, e não deu as caras no protesto do Estado pelo qual é senador e que governou duas vezes.



Senador Aécio Neves convoca brasileiros para manifestação de domingo (12/4) - @aredacao.

Porém, não é só isso. Há, primeiro, que refletir sobre por que no Estado do líder da oposição brasileira apenas meia dúzia de gatos pingados foi se manifestar contra o governo.
Isso se dá, sobretudo, porque, aos poucos, os mineiros vão tomando ciência dos abusos praticados pelas quatro administrações tucanas que se abateram sobre o Estado desde 2003.
Além de Aécio ter sido denunciado por deputados do PT ao procurador-geral da República, segundo eles “com fartura de provas”, a administração Fernando Pimentel vem revelando o descalabro que encontrou ao assumir o governo mineiro.
Tudo isso, somado à pesquisa Datafolha recém-divulgada, mostra que o lucro eleitoral do PSDB com a crise política foi pequeno, pois, no máximo, em simulação de segundo turno Aécio empata com Lula, líder de um partido que vem sendo execrado.
O fracasso da manifestação em Belo Horizonte – que reuniu míseros 3 mil manifestantes – constitui um vexame para Aécio Neves. Por isso, apesar de ele ter convocado as pessoas a irem protestar,  não deu as caras no protesto do Estado pelo qual é senador.
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