Lula com os sindicalistas.
Por Kiko Nogueira
Silas Malafaia e Magno Malta gravaram vídeos iracundos em resposta a uma piada que Lula fez num encontro com sindicalistas do setor bancário. Que mentira Lula falou para provocar a ira deles e de outras lideranças evangélicas? Nenhuma.
Conversando sobre o ajuste fiscal, ele afirmou que as famílias de trabalhadores costumam gastar além do orçamento no final do ano e, em janeiro, aparecem os impostos. A culpa fica sendo do governo, disse.
E então comparou: “Os pastores evangélicos jogam a culpa em cima do diabo. Eu acho fantástico isso. Está desempregado é o diabo. Está doente é o diabo. Roubaram seu carro é o diabo”.
“Acho que é legal porque é direto”, continuou. “Não tem investigação. É a teoria do domínio do fato. E a solução é Deus. Paga o seu dízimo que Jesus salvará”.
Alguma falsidade nisso?
Malafaia devolveu afirmando que o mensalão e o petrolão não foram obra de Satanás, mas do PT. “Não tenho ódio de você não. Mas deixa eu falar uma coisa para você, que você vai entender: saiba que Jesus liberta da cachaça”, disse.
Malta baixou ainda mais o nível com menções a alcoolismo, câncer na garganta e “enriquecimento em apenas cinco anos” de Lulinha. Coisas do diabo.
Uma das obsessões da pregação evangélica — e uma das chaves do sucesso — é a exteriorização das responsabilidades. As igrejas têm sessões do que chamam de “descarrego” ou “desencapetamento”.
A figura do canhoto a precisa ser mantida viva e temível para que esses picaretas chantageiem seus fieis. Não é um truque novo, mas eles aperfeiçoaram.
Há alguns anos circula na internet um texto apócrifo, terrivelmente mal escrito, chamado “Lula da Silva, um Presidente a Serviço do Diabo”. A alturas tantas, numa despirocada que vai da Bíblia à Segunda Guerra Mundial, ficamos sabendo que “Lula da Silva tem introduzido no Brasil a maior alavanca para a abertura da porta da perseguição contra os cristãos desde que o Brasil foi descoberto.”
O recado é o seguinte: o cramunhão é deles e ninguém tasca. O que seria dos malafaias, maltas, macedos e felicianos sem o tinhoso? Como arrancar dinheiro sem essa ameaça?
Não tem nada a ver com teologia e sim com praticidade. A besta é sócia, mais do que inimiga, e precisa ser protegida de aventureiros como Lula.
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Magno Malta responde ao DIABO Lula sobre ofensas aos Evangélicos - CACHACEIRO.
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O PERIGOSO DESLUMBRAMENTO DE MORO.
Por Paulo Nogueira
Tratamento de celebridade vicia.
Moro tem um problema.
Ele virou prisioneiro, como tantas outras pessoas que ele mandou para a cadeia na Lava Jato.
A única diferença é que ele é prisioneiro de si mesmo.
É o que podemos chamar de MJB, Maldição de Joaquim Barbosa.
JB construiu uma reputação de Batman e logo se tornou ídolo do que há de mais obscuro, reacionário e primitivo na sociedade brasileira.
Desde o começo, os progressistas viram com desconfiança, e depois com franca antipatia, a transformação de JB num justiceiro.
Hoje, merecidamente, ele é abominado e desprezado por todas as correntes de esquerda. Não é um sentimento limitado aos petistas, ao contrário do que JB gostaria.
Moro é o novo JB.
Quem realmente está com ele? Basta ver a triunfal recepção que integrantes do ultradireitista MBL lhe ofereceu numa recente passagem por São Paulo.
Flores, gritos histéricos, pedidos de selfies, nada faltou.
Pausa para registrar o objetivo da visita a SP. Era para prestigiar o lançamento de um livro do qual ele escreveu, com a mulher, o prefácio.
É um livro sobre o médico tarado que se aproveitou de tantas mulheres que buscavam engravidar. O autor é, ele mesmo, um representante do atraso do atraso mental, Claudio Tognolli, pena de aluguel de Lobão, Tuma Jr e outros dinossauros.
Não poderia haver causa menos nobre para pisar em solo paulistano.
Mas está claro que ele se viciou na adulação, no espaço interesseiro que a mídia lhe dá, exatamente como JB.
Agora repare nos efeitos da MJB.
O que acontecerá com Moro caso ele passe a agir racionalmente, sem promover o tipo de justiça partidária antipetista que tem sido sua marca?
A festa vai acabar.
Aconteceu com Aécio. Bastou a ele dizer que impeachment não é coisa para tratar agora para a ultradireita pular em seu pescoço.
O MBL postou uma mensagem agressiva no Facebook quase no tom com que se refere ao PT.
Até o Batman do Leblon se sentiu animado a deixar sua Gotham City imaginária para gravar um vídeo em que Aécio é reduzido a nada.
E Aécio não fez mais que engavetar o impeachment.
Moro, caso aja como juiz de verdade, vai enfrentar a mesma situação. Será imolado em praça pública pelos mesmos que hoje querem erguer estátuas para ele.
Sua vaidade extrema – que outra coisa poderia fazê-lo aceitar um prêmio da Globo num evidente deslize ético para um magistrado? – fará tudo para manter o tratamento de celebridade recebido por alguns e intensamente repercutido pela imprensa.
Era um personagem desconhecido, de alcance local, e agora ele está se empanturrando com a glória nacional.
Não é fácil lidar com isso, e muito menos renunciar aos holofotes, que fatalmente se transformarão em pedras caso Moro saia da linha, a exemplo do que ocorreu com Aécio, o “Arregão”.
É a Maldição de Joaquim Barbosa.
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TERRAS ALTAS DA MANTIQUEIRA = ALAGOA - AIURUOCA - DELFIM MOREIRA - ITAMONTE - ITANHANDU - MARMELÓPOLIS - PASSA QUATRO - POUSO ALTO - SÃO SEBASTIÃO DO RIO VERDE - VIRGÍNIA.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
A indignação postiça dos evangélicos com Lula e o diabo.
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