segunda-feira, 1 de junho de 2015

Globo sobre escândalos na FIFA: “eu não sabia de nada”

José Maria Marin foi preso na Suíça, seus negócios escusos na CBF e suas relações políticas serão aprofundadas pela Globo?

Fica cada vez mais claro que a mídia aposta na seletividade para alterar o panorama político brasileiro.
Pois, numa curta postagem, ficam questões que o leitor e a leitora podem refletir, por que a artilharia midiática é utilizada, a pleno vapor, quando os protagonistas são aqueles que se pretende destituir do poder, amplificando suspeitas, transformado em verdades absolutas boatos ou fabricando aspas para criar cenários suspeitos?
Por outro lado, percebe-se que escândalos que envolvem personagens próximos da imprensa, como a FIFA, CBF, grandes empresários, como no caso do Suiçalão ou da operação Zelotes, são pouco investigados?
Sem mencionar, óbvio, malfeitos políticos dos parceiros de longa data, como o PSDB e seus governos, que passam incólumes das campanhas moralistas e anticorrupção, como se fossem mensagens a audiência de que se tratam de pessoas acima de qualquer suspeita (ou acima da lei).
O mais novo escândalo envolvendo a entidade máxima do futebol e suas ramificações em federações nacionais, como a CBF, e seus sócios neste negócio, como políticos e emissoras de TV, destaque para a Globo, são mostrados de maneira leve e com ar de surpresa pelo roteiro nefasto descoberto.
A maior rede brasileira de televisão tem celebrado vantajosos contratos de exclusividade do futebol com a CBF nas últimas décadas, impedindo a livre concorrência e obtendo prioridades nas negociações prévias, que teve seu ex-presidente, sucessor de Ricardo Teixeira, José Maria Marin, preso na Suíça.
A concorrência da Globo tem afirmado que é impossível disputar, em condições mínimas de igualdade, os direitos de transmissão de campeonatos patrocinados pela CBF e FIFA.
O esquema atual revela o óbvio: não se faz corrupção sem dinheiro, de origem duvidosa.
Logo, por suposição e os valores das altas cifras envolvidas, a Globo não pode posar de vítima nesta trama, pois está dentro da toca da máfia do futebol, nacional e internacional, há mais de vinte anos.
O novo enredo deve ser costurado pela mídia como se a Globo de nada soubesse de errado cometido por seus sócios no futebol.
A emissora vai tentar dizer aquilo que maldosamente condenava nas afirmações de Lula sobre o mensalão, mas que nunca se deu ao trabalho de perguntar a Aécio o mesmo sobre o mensalão tucano: “Eu não sabia de nada”.
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