Blog do Zé Dirceu
O jornal O Estado de S. Paulo publicou neste domingo (31/05) mais uma reportagem colocando em suspeição os trabalhos prestados pela JD Assessoria e Consultoria do ex-ministro José Dirceu. Novamente, a imprensa se limita a cumprir o papel de servir de “balão de ensaio” para criminalizar a atuação de José Dirceu como consultor.
A reportagem, assinada pelos jornalistas Ricardo Brandt, Julia Affonso e Fausto Macedo, diz que as consultorias de Palocci e Dirceu são investigadas em contratos do pré-sal. O alvo, mais uma vez, seria o contrato da JD com a Engevix – já amplamente noticiado e explicado pela defesa do ex-ministro.
Embora o jornal registre que todos os citados na reportagem negam relação das consultorias com contratos da Petrobras, informações essenciais são deixadas de lado.
A reportagem não diz, por exemplo, que o ex-vice-presidente da Engevix Gerson Almada disse à Justiça que nunca conversou sobre Petrobras com José Dirceu e que contratou os serviços do ex-ministro para atuar na prospecção de negócios no exterior. O depoimento de Almada foi confirmado por Cristiano Kok, presidente do Conselho da Engevix.
O jornal publica apenas que Almada teria admitido ter pago “comissões” ao empresário Milton Pascowith por negócios fechados junto à Petrobras. Claramente, o Estado opta por publicar apenas um lado da moeda.
No entanto, todo o detalhamento sobre a relação da JD com a Engevix e a natureza dos serviços, foram repassados aos jornalistas em formato de pergunta e resposta, atendendo ao pedido do próprio jornal. Segue abaixo a íntegra das respostas da assessoria de imprensa do ex-ministro ao Estado:
RESPOSTA AO ESTADÃO.
Houve alguma irregularidade por parte do ex-ministro no negócio envolvendo a construção e a a venda de um estaleiro, no Rio Grande do Sul, e contratos para construção de plataformas (8 FPSOs) e sondas (3 via Sete Brasil) para exploração de petróleo do pré-sal? Se sim, qual?
Resposta: o ex-ministro José Dirceu não teve qualquer envolvimento em contratos para construção de plataformas nem com o estaleiro em questão. Os contratos da JD com a Engevix e com a JAMP tiveram o objetivo de prospectar negócios para a construtora no Peru, o que é confirmado pelos executivos da Engevix.
O ex-vice-presidente da empresa Gerson Almada falou à Justiça que nunca conversou com José Dirceu sobre temas ligados à Petrobras. Confirmou ainda que o objetivo do trabalho era abrir portas em mercados latino-americanos nos quais Dirceu mantinha boas relações. O depoimento de Almada é corroborado pela declaração à imprensa de Cristiano Kok, atual presidente do Conselho da Engevix.
Não é verdade que a Engevix não teria trabalhado no Peru durante o período de consultoria do ex-ministro. No tempo de vigência do contrato, a construtora atuou em estudos para construção de hidrelétrica, projetos de irrigação e linhas ferroviárias no Peru.
- O ex-ministro indicou Renato Duque para a Petrobrás? Se sim, por quê?
Resposta: O ex-ministro já reiterou em mais de uma oportunidade que não teve qualquer ascendência na nomeação de Renato Duque para diretoria da Petrobras.
- Qual é o parentesco entre Dirceu e Duque?
Resposta: Não há qualquer parentesco. Qualquer afirmação neste sentido é fantasiosa e visa apenas distorcer o fato de que Dirceu não teve qualquer envolvimento na nomeação de Renato Duque.
- Como o ex-ministro tem visto as investigações da Lava Jato?
Resposta: Não cabe ao ex-ministro emitir qualquer opinião a respeito das investigações conduzidas pela Justiça do Paraná.
- O ex-ministro foi chamado para prestar depoimento no inquérito em que é investigado?
Resposta: O ex-ministro, espontaneamente, já apresentou ampla documentação sobre seus contratos de consultoria e, por duas vezes, já se colocou à inteira disposição da Justiça do Paraná para prestar depoimento.
- O espaço está aberto para o posicionamento do ex-ministro.
Resposta: Nada mais a declarar.
SOBRE A ATUAÇÃO DA JD ASSESSORIA E CONSULTORIA.
A JD – Assessoria e Consultoria atuou de 2006 a 2014 prestando assessoria a empresas brasileiras e estrangeiras com foco, sobretudo, em prospecção de negócios no exterior. No período, foram atendidos cerca de 60 clientes de quase 20 setores diferentes da economia, como Indústrias de bens de consumo, Telecom, Comércio Exterior, Logística, Tecnologia da Informação, Comunicações e Construção Civil. José Dirceu trabalhou, entre outras, para as brasileiras Ambev, Hypermarcas, EMS, o grupo ABC do publicitário Nizan Guanaes, além de atender a espanhola Telefonica e dar consultoria para os empresários Carlos Slim, Gustavo Cisneros e Ricardo Salinas.
Do total faturado pela consultoria, 85% foi gasto com o pagamento de despesas fixas e operacionais e recolhimento de impostos. A empresa registrou, em média, lucro mensal de R$ 65 mil. O balanço de 2014 ainda não está fechado. O setor industrial foi o mais atendido pela JD. Desde 2006, o setor representa um faturamento equivalente a 31,79% do total.
Conforme já informado à Justiça, a relação comercial da JD com as construtoras investigadas na Operação Lava Jato não tem qualquer vínculo com os contratos das empreiteiras com a Petrobras.
Por toda sua trajetória – de líder estudantil exilado durante a ditadura a ministro-chefe da Casa Civil -, José Dirceu possui inegável e reconhecida capacidade de análise de conjuntura política e econômica do Brasil e, sobretudo, da América Latina, Europa e Estados Unidos. Tal capacidade é enaltecida internacionalmente e foi de fundamental importância para a JD construir sua reputação e sua clientela.
De 2006 a 2012, o ex-ministro José Dirceu realizou cerca de 120 viagens a trabalho ao exterior, visitando 28 países, o que também ratifica a prestação de serviços com foco em mercados externos.
O faturamento da JD vinha em tendência crescente até a proximidade do julgamento da AP 470, em 2012. Em 2013, após o julgamento, a receita caiu 48,3% na comparação com 2012. Em 2014, a queda foi de mais 32,6%. Os valores correspondem ao cumprimento dos contratos vigentes, sem que a consultoria assumisse novos compromissos de trabalho.
A defesa do ex-ministro José Dirceu já apresentou à Justiça Federal do Paraná toda a documentação relativa aos contratos e se colocou, em mais de uma oportunidade, à disposição do juiz Sérgio Moro para prestar depoimento. Dirceu e sua empresa tiveram seus sigilos bancários e fiscal quebrados e amplamente divulgados pela imprensa. A Justiça não encontrou qualquer irregularidade e todos os questionamentos do Ministério Público foram respondidos pelos advogados do ex-ministro.
ENGEVIX.
O contrato com a Engevix foi assinado em novembro de 2009 e teve vigência até fevereiro de 2011, também conforme documentação encaminhada à Justiça do Paraná. O presidente do Conselho da Engevix, Cristiano Kok, e o ex-vice-presidente Gerson Almada já declararam à imprensa e à Justiça, respectivamente, que o contrato com a JD teve o objetivo de expansão dos negócios da companhia na América Latina, em especial Peru e Cuba.
Almada foi enfático ao afirmar que nunca conversou com José Dirceu a respeito de contratos na Petrobras nem nunca recebeu do ex-ministro qualquer pedido para doações eleitorais. Em depoimento dado à Justiça do Paraná, o executivo detalhou a relação com Dirceu: “Ele se colocou à disposição para fazer um trabalho junto à Engevix no exterior, basicamente voltando a vendas da empresa em toda a América Latina, Cuba e África, que é onde ele mantinha um capital humano de relacionamento muito forte”, disse o empresário. “Fizemos uma viagem para o Peru com o José Dirceu, onde ele tinha um excelente relacionamento. É o que a gente chama de open door, (Dirceu) fala com todo mundo, bota você nas melhores coisas, mas não resolve o close door. A gente tem que fechar contratos. Ele nos colocava em contato com vários tipos de relacionamentos.”
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Cristiano Kok deu a mesma explicação: “nunca foi propina. Dirceu foi contratado pelo relacionamento que tinha no Peru, em Cuba e na África. O contrato era em torno de R$ 1 milhão, não sei exatamente.”
Depois do contrato diretamente com a Engevix, o ex-ministro manteve o trabalho por meio da empresa JAMP, de Milton Pascowith, que havia trabalhado por muito tempo para a construtora. O contrato com a JAMP foi assinado no mês seguinte ao término do contrato com a Engevix. O objetivo permaneceu o mesmo: prospectar contratos para a empresa no exterior, em especial no Peru.
AÇÕES DA ENGEVIX NO PERU.
No período da prestação de serviços da JD Consultoria, a construtora atuou em estudos para construção de hidrelétrica, projetos de irrigação e linhas ferroviárias no Peru:
Em agosto de 2008, empresa assina com o Instituto Nacional de Recursos Naturais do Peru autorização para execução de estudos para construção da hidrelétrica de Pakitzapango.
Em 2011, empresa também atuou nos estudos de impacto ambiental do projeto de irrigação da margem direita do rio Tumbes.
Também em 2011 trabalhou no projeto do trem de Lima por 8 meses (mas deixou o trabalho por questão de desempenho).
A empresa também atuou na supervisão da central hidrelétrica Machu Pichu.
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TERRAS ALTAS DA MANTIQUEIRA = ALAGOA - AIURUOCA - DELFIM MOREIRA - ITAMONTE - ITANHANDU - MARMELÓPOLIS - PASSA QUATRO - POUSO ALTO - SÃO SEBASTIÃO DO RIO VERDE - VIRGÍNIA.
terça-feira, 2 de junho de 2015
ESTADÃO FAZ NOVA INVESTIDA PARA CRIMINALIZAR CONSULTORIA DE DIRCEU.
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